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domingo, 16 de março de 2014

Cotidiano da vida adulta



Percebi que preciso manter minha vida num cabresto curto. Se não, tudo foge dos eixos.


Gosto de rotina, dum cotidiano sem surpresas, de ter dias previsíveis, bem cronometrados e planejados. Gosto de a cada noite, antes de dormir, construir uma imagem mental de como será o amanhã, projetando todas as idas e vindas, e ainda que sejam extenuantes, se foram previstas, não me cansam tanto.


Mas qualquer coisa que saia fora do meu "esqueminha" tem potencial para me abalar, me tirar do prumo, ou mesmo "acabar com meu dia". 


Uma visita inesperada. Uma indisposição. Um imprevisto. Um incidente. Um telefonema. Um e-mail que precisa ser respondido com urgência. Um prazo que só lhe é informado prestes a expirar. Algo que "precisa ser resolvido/entregue/protocolado pra 'ontem'." Ter que correr atrás de papéis. Ter que depender dos "favores" e da "boa vontade" dos outros para cumprir prazos apertados... Te cobrarem por coisas das quais você não recebeu aviso prévio...


A vida adulta parece consistir de só stress, cobrança e trabalho... Prazos, papéis, obrigações... Solidão, sono atrasado e conformismo... Eu achava que quando me tornasse "adulta" eu viveria a MINHA VIDA... 


Não sei se sou só eu, mas me sinto vivendo uma meia-vida. Meio-minha (nas cada vez mais raras horas de folga) e meio "cumprindo minha (extenuante) 'função social'." 


Me sinto feliz de cumprir uma "função social", mas achava que isso seria um complemento à MINHA VIDA. Não que isso seria como o sono, algo inescapável e inadiável, vampirizando a maior parte do meu tempo.


Eu achava que, quando adulta, teria tempo para viver. Mas tirando o dormir e o trabalhar, sobram raros momentos no dia para relaxar: ver TV, tomar uma cervejinha, navegar na net... E quase nenhum tempo, nenhuma brecha para "viver", investir em mim, passear, conhecer pessoas, espairecer, exercer meus hobbies...


http://www.youtube.com/watch?v=WBwo5MzB7io&feature=kp




domingo, 9 de dezembro de 2012

Testamento e propriedade de copyrights

Declaração de propriedade intelectual e posse de direitos autorais

Em resposta às diretrizes de privacidade e direitos autorais do Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram e/ou qquer rede social ou site do qual participe, venho por meio desta declarar que são meus os direitos autorais sobre todos os meus detalhes pessoais, escritos - publicados ou não, pessoais ou profissionais, fotos ou vídeos e afins (conforme a convenção de Berna). Para uso comercial do supracitado é necessário meu consentimento por escrito em cada ocasião. Pelo presente comunicado notifico ao Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram e/ou qquer rede social ou site do qual participe, que estão proibidos de divulgar, copiar, distribuir, disseminar, ou tomar qualquer atitude contrária a mim com base neste perfil e seu conteúdo. As ações proibidas supracitadas também se aplicam a funcionários, estudantes, agentes ou qualquer empregado sob a direção ou controle do Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram e/ou qquer rede social ou site do qual participe. O conteúdo de todos os meus perfis, feeds, blogs e sites é privado e suas informações são confidenciais. A violação da minha privacidade é punível pela lei (UCC 1 1-308-308 1-103 e no Estatuto de Roma).

In response to all privacy and copyright guidelines of Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram and/or any social network or website in wich I take part, I hereby declare that my copyright is attached to all of my personal details, writing - published and unpublished, personal/professional photos and videos, etc. (as a result of the Berne Convention). For commercial use of the above my written consent is needed at all times! By the present communiqué, I notify Facebook, Google, Blogger, Twitter, and/or any social network or website in wich I take part, that it is strictly forbidden to disclose, copy, distribute, disseminate, or take any other action against me on the basis of this profile and/or its contents. The aforementioned prohibited actions also apply to all employees, students, agents and/or any staff under Facebook's, Google's, Blogger's, Twitter's, Instagram's and/or any social network or website in wich I take part, direction or control. The content of all my profiles, feeds, blogs and sites is private and confidential information. The violation of my privacy is punished by law (UCC 1 1-308-308 1-103 and the Rome Statute).

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Disposições para a ocasião de meu falecimento (Testamento e doação de órgãos).

Eu, Fernanda Ramos, brasileira, solteira, professora de História, natural de São Paulo capital, em plena posse de minhas faculdades mentais venho publicamente declarar:

1 - Autorizo a doação de todos os meus órgãos e tecidos para fins de transplante após constatada minha morte encefálica.

2 - Autorizo o fim do suporte artificial à minha vida caso eu seja diagnosticada com morte encefálica ou estado de coma prolongado e considerado irreversível.

3 - Autorizo a retirada de amostras de meus corpo para pesquisas científicas, não porém a totalidade de meus restos mortais, que devem, se possível, ser cremados.

4 - Autorizo a retirada de meus órgãos, tecidos e gametas para quaisquer fins, a depender da conveniência, consultadas futuras declarações pessoais e a vontade de meus descendentes, se houver.

5 - Autorizo a manutenção em estado de animação suspensa de parte ou da totalidade do meu corpo, a depender da conveniência e consultadas futuras declarações pessoais, para fins de ressuscitação futura.

6 - Lego às seguintes pessoas, nesta ordem, na circunstância de minha inconsciência, interdição ou incapacidade; minha guarda, a tutoria de meus filhos e bens pessoais, de todos os assuntos do meu interesse, e as decisões concernentes aos meus restos mortais (na ausência de prole própria ou em sua incapacidade): Maria José Tomasella, Romeu Marinho Cardona Ubeda, James Pio do Nascimento Seixas de Carvalho, Ana Letícia Santos, Gisele Rani Martins.

7 - Desautorizo expressamente as seguintes pessoas a tomarem qquer decisão concernente ao aqui exposto: Regina Ramos, José Roberto Ramos (e qquer parente seu) e Cristhiane Ramos. Desautorizo q em meu falecimento ou incapacidade a guarda de minha prole ou minha herança sejam legados a Regina Ramos ou José Roberto Ramos (e qquer parente seu).

Fernanda S. Ramos

P.S. :Tenho "firma aberta" (assinatura reconhecida para fins legais) no cartório do Butantã, à avenida Vital Brasil, São Paulo-SP. Adicionei a este texto minha assinatura, embora tremida, foi o melhor q consegui fazer com apps de doodle, mas creio q será possível, com ela, validar estes documentos no futuro.)
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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Brasil é um país cheio de boas intenções

Nascer no Brasil é uma verdadeira bênção, constantemente pouco reconhecida. Não é à toa q inúmeros estrangeiros escolhem aqui morar. Clima tropical, solo fértil, povo acolhedor, oportunidades múltiplas. Seguramente nem tudo é bom, como exemplos: a corrupção, péssimos serviços públicos, pobreza, criminalidade.

Creio q grande parte dos problemas brasileiros são resultado de um descompasso, uma falta de sintonia, entre a "alta cultura" dos eruditos e a "cultura popular" da "plebe", algo profundamente marcado pelas questões étnico-raciais entre "brancos" e "negros".

Tanto "brancos" como "negros" entre aspas pois os "brancos" muitas vezes não são propriamente brancos, mas o querem ser, e os "negros" muitas vezes não se vêm como negros, devido à grande miscigenação e racismo não-declarado; preferindo ver-se como "semi-brancos". Inúmeras vezes me vi diante de pessoas claramente negras q se declaravam brancas, e se ofendiam se alguém lhes dissesse q não eram brancas.

Como dizia um professor meu, "nos EUA uma gota de sangue negro faz de alguém aparentemente branco um negro. No Brasil, uma gota de sangue branco faz de alguém aparentemente negro um branco."

A elite branca brasileira parece posicionar-se sócio-culturalmente como se estivesse numa "missão civilizatória" visando "melhorar, instruir, ou educar" a "plebe inculta e mestiça". E isso pode ser demonstrado por esta elite tentar "iluminar o povo com a alta cultura (européia, é claro)". Neste texto explorarei 2 exemplos disto: nosso hino nacional e nossos parâmetros curriculares federais.

Numa avaliação internacional feita por músicos e maestros, o Hino Nacional Brasileiro foi eleito como o segundo mais belo do mundo, atrás apenas de "La Marseillaise", o célebre hino francês. Seguramente é belíssimo nosso hino. Porém, tem um "pequeno" problema: poucos brasileiros o sabem cantar.

Este hino é cheio de palavras belíssimas, como plácido, fúlgido, impávido, clave, flâmula, brado etcs. Termos eruditos completamente estranhos ao "povão". Sua melodia é riquíssima, mas não reflete nenhum ritmo brasileiro, popular. Não há nada em nosso hino nacional q faça "o povo brasileiro" se identificar com ele. O hino não foi feito pelo povo, nem para o povo. Mas sim pela elite, para a elite.

Muitos acham q o povo brasileiro não conhece nem canta o hino por falta de patriotismo. Creio q o problema é outro. O povo não o canta pois não se reconhece nele, não sente q este hino seja verdadeiramente "nacional", mas apenas representa aquela parcela "branca, educada, elitista" da população. Há um claro descompasso entre as aspirações, o folclore, a lírica e a musicalidade populares, em relação às representações "oficiais" da cultura brasileira. O hino não atende ao povo, por isso ele o rejeita.

Outra demonstração clara do desencontro entre as intenções da elite e as aspirações do povo são os Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação pública. Sou professora de História e usarei esta disciplina como exemplo.

O Currículo educacional brasileiro é tão maravilhoso quanto nosso hino. Muito bem-estudado, elaboradíssimo, abarca todo o conhecimento da História Universal, do ponto de vista europeu. Lendo-o me perguntei: "provavelmente quem escreveu isso é PhD em Coimbra, Oxford ou Harvard". E produziu parâmetros visando colocar os alunos brasileiros em condições de disputar vagas nestas instituições.

De acordo com estes parâmetros, eu deveria formar alunos na oitava série, com 14 anos, na posse de todo o conhecimento da História Universal, desde a pré-História até o fim da Guerra Fria. Q maravilha! Quem lê este documento ACHA q isto é posto em prática, transformado em realidade. Vã ilusão.

Os alunos estão "se lixando" para a Grécia, Roma, o Feudalismo, a Revolução Francesa. Nada disso faz parte do seu cotidiano e seu horizonte cultural. Querem aprender coisas palpáveis, práticas, úteis. E essas coisas não fazem parte do currículo.

A disciplina de "História" tenta fazer do aluno um mini-historiador, e não ensinar-lhe sobre cidadania, Direitos Humanos, relações inter-raciais. Não procura, em nenhum momento, ensinar a instrumentalizar o conhecimento histórico para a compreensão do hoje. Não há nenhum conteúdo q me instrua a ensinar-lhes sobre documentos, imposto de renda, política, atualidades, as coisas q os estudantes realmente precisam e querem aprender.

Ao invés de educá-los para a vida e a cidadania, os PCN's me dizem q eu devo prepará-los para o vestibular da USP. O "pequeno" problema é, como todos sabem, q raramente um aluno egresso de escola pública entrará na USP. Seguramente, menos de 1 por sala. E em prol deste 1, q entraria na USP de qquer forma, eu sacrifico os outros 40, q deixam de aprender coisas úteis para "perder tempo" não aprendendo coisas q, para eles, seriam muito úteis.

Outro exemplo é a disciplina de Química, q tenta fazer dum aluno um mini-químico, calculando elétrons, ligações covalentes e mols. Em nenhum momento pretende prepará-los para usar estes conhecimentos no cotidiano. Nada lhes ensina sobre higiene pessoal, limpeza doméstica, farmacologia e interação medicamentosa, agricultura e pesticidas. Os alunos perdem tempo não aprendendo a ser mini-químicos, enquanto poderiam estar aprendendo química instrumental, para usar no dia-a-dia, beneficiando sua saúde.

Os burocratas, q ganham como juízes, e trabalham em Brasília no ar condicionado, representantes da "elite branca" não vêm a realidade pois nunca deram sequer uma aula na rede pública. Quem realmente sabe do q está falando, pois lida cotidianamente com a realidade existente e não imaginada, freqüentemente manifesta os problemas curriculares.

Apenas para obter como resposta q o currículo é ótimo, foi elaborado por um PhD pela Sorbonne, e q se ele não funciona é por incapacidade dos professores. Meio q dizem "quem são vcs, meros professorinhos da rede pública, para achar q podem dizem para nós, professores doutores, o q deve ser ensinado?"

Respondo: "nós somos aqueles q têm CONHECIMENTO DE CAUSA para falar disso, somos nós que ensinamos, somos nós q sabemos o q funciona e o q é ruim. Vcs, burocratas de terno italiano e sapatos Louboutin, não têm a menor idéia da realidade. Vcs criam leis para um país q não existe." Estes burocratas podem estar cheios de boas intenções, mas elas mais atrapalham do q ajudam quem de fato trabalha no dia a dia escolar.

É necessário romper com essa noção de q a elite deve "civilizar" a plebe inculta. O povo não precisa "ser civilizado na cultura européia", mas instrumentalizado para serem agentes interventores e conscientes na realidade brasileira.

Não é o povo q tem q "melhorar" para poder cantar nosso elaboradíssimo hino. É o hino q tem q ser mudado para refletir a cultura, e o povo brasileiro. Não são os estudantes, nem os professores, q têm q "melhorar" para cumprir o currículo. São os PCN's q têm q melhorar para atender as demandas dos alunos, para ensinar-lhes coisas úteis, cotidianas, e não abstratas, distantes, estranhas à cultura brasileira.

As "boas intenções" são ótimas até falharem no teste da realidade. Até percebermos q elas apenas aparentam ser boas. Na verdade são perniciosas, pois nos fazem desperdiçar anos e anos digressando sobre Roma enquanto os alunos não sabem a diferença entre o CPF e o RG, não têm a menor idéia do q é carga tributária, quais são seus direitos trabalhistas e pq são obrigados a votar a cada 2 anos.

Como diz o famoso ditado "de boas intenções o inferno está cheio", pois não basta ter "boas intenções"; é necessário q, no teste prático, elas sejam validadas como boas. Se o teste prático não as valida, estas intenções mais são uma camisa de força q limita as ações dos professores, q se vêm como um Napoleão de hospício, digressando longamente sobre assuntos q, para os alunos, são tresloucados, irreais e inúteis.


terça-feira, 15 de maio de 2012

O inferno das boas intencoes

"De boas intenções o inferno está cheio". Esse é um dito popular muito conhecido e q guarda uma ampla sabedoria experimental. Normalmente isso é dito quando alguém faz uma coisa cujo resultado ruim não foi previsto. Quando alguém faz algo pensando q está a fazer algo bom, mas os desdobramentos da ação são negativos.

Pela vida, fui me deparando com inúmeras situações em q o ditado se verificou. E creio q em muitas delas isso foi resultado do descompasso entre duas coisas essencialmente diferentes: a teoria e a prática. Na teoria, tudo e fácil, pois o papel aceita tudo. No papel, todos os projetos parecem ótimos e factíveis. Todas as novas idéias parecem ser capazes de iniciar uma revolução.

Porém, quando saímos da bolha de papel acadêmica e nos deparamos com o dia a dia, rapidamente aprendemos q "na prática, a teoria é outra" e q todos aqueles lindos projetos elaborados em linguagem grandiloquente não servem para nada.

Quando alguém falha em perceber isso se verá lançado ao inferno das boas intenções. Como sou professora, da rede pública, usarei exemplos deste universo.

Cada vez mais o ambiente escolar tem sido contaminado pela cultura empresarial. Economistas, administradores e mesmo pedagogos q nunca pisaram numa sala de aula da rede básica, cheios de boas intenções e sem nenhuma noção do q é a "realidade" frequentemente acham q está ao seu alcance modificar radicalmente o ensino público.

Cada novo secretário de educação quer "mostrar serviço", deixar sua marca, declarando na imprensa q dará um "choque de gestão" q elevará o patamar de qualidade da rede de ensino... Um intenção ótima... E infernal. Infernal pq esses "choques de gestão", via de regra, servem apenas para desorganizar o q já existia e desorientar os verdadeiros gestores, q não estão sentados num escritório com ar condicionado, mas q ralam no dia-a-dia da escola.

A cada novo gestor, vêm novos decretos, novas regras, novas siglas, novo material didático. Muita novidade ao mesmo tempo. Tudo isso até poderia ser bom, não fosse o detalhe da inconstância política, pois quando dá-se o tempo de todas as "novidades bem-intencionadas" serem digeridas, o antigo secretário já "caiu" e outro assumiu seu posto.

E é claro q o novo secretário tb quer "mostrar serviço, deixar sua marca e fazer seu choque de gestão", o q envolve descartar todas as iniciativas do seu predecessor. Desfaz-se tudo, remudam-se os decretos, as siglas, o material didático, desnorteando mais uma vez todos os profissionais q efetivamente trabalham na sala de aula.

E a cada nova mudança, inventam mais relatórios e formulários, cuja intenção teórica é ótima, mas q na prática resultam em "roubar" tempo precioso, do qual professor faria muito melhor uso se nele trabalhasse em prol de seus alunos, e não preenchendo papéis inúteis, q nunca ninguém vai ler.

Não duvido q cada novo secretário ou ministro da Educação tenha a melhor das intenções ao iniciar seu "choque de gestão". O q duvido é q qualquer um destes "choques de gestão" resulte em qquer melhora na educação. A única pessoa capaz de fazer a Educação pública melhorar é o próprio professor. E enquanto houver a percepção pelo professor de q os políticos q nos gerenciam desconfiam de nossa capacidade, nos desrespeitam em nossos direitos trabalhistas, não nos valorizam, nenhuma iniciativa de mudança de gestão resultará na melhora do ensino.

Ademais, como a carreira do professor é longa, rapidamente descobrimos q, ano vai, ano vem, muda o secretário de educação, e com ele as políticas de educação; portanto, nenhuma delas é "realmente séria" e se simplesmente ignorarmos ou "fingirmos q estamos seguindo as novas diretrizes", o secretário mudará antes q alguém perceba q as "novas/antigas diretrizes" não foram efetivadas. E quando isso se dá, a gestão q era nova já é velha, e não precisa mais ser obedecida.

Além dessa balela de q seria possível de cima, com um decreto, melhorar a Educação, há o problema do próprio currículo. No Brasil, temos os PCN's, Parâmetros Curriculares Nacionais. Muito bem intencionados. No papel, a Educação brasileira é ótima. Na teoria, nossos alunos aprendem um currículo muito mais vasto e diversificado em relação mesmo ao q é ensinado nos países desenvolvidos. Partirei do exemplo q me é melhor conhecido: a disciplina de História.

De acordo com os PCN's, eu formo meus alunos de 14 anos no Ensino Fundamental com todo o conhecimento sobre a História Humana, desde a pré-História até o século XXI. Quer dizer, eu assino um papel q afirma isso. Um papel q não tem nenhuma correspondência prática. Por acaso acho q o currículo brasileiro do ensino de História seja ruim? Não, ele é ótimo. Na verdade, seria ótimo. Para a Suíça. Para a Suécia. Para a Finlândia. É um currículo vasto, profundo, completo... E infernal.

Infernal pois, para seguir este currículo, gasto centenas de horas digressando sobre a Revolução Francesa, o Feudalismo, a Cultura greco-romana. Conteúdos ótimos, mas com resultado pífio. Meus alunos decoram os fatos e datas para a prova, e após ela rapidamente esquecem tudo. O q ensino é abstrato, longínquo, impalpável e, portanto, desinteressante.

Os alunos deixam de aprender coisas realmente importantes para seu cotidiano, q não fazem parte do currículo, mas exige-se q aprendam conteúdos intrincados e vários patamares acima da sua real capacidade, ou interesse, de aprendizado. Para os burocratas, ministros e secretários, q nunca deram aula na rede básica, o currículo é ótimo. Para o professor, q lida com a realidade, o currículo é uma "jaula de ouro" q prende não uma Fênix, mas um pardal.

Já passou da hora dos políticos q têm a ilusão de serem capazes de dar um "choque de gestão" terem um "choque de realidade" e descobrirem q suas boas intenções podem até ser ótimas, porém q não será na canetada, com um decreto, q a realidade mudará. Não precisamos de novos paradigmas administrativos. Não precisamos de relatórios e de rankeamento. Precisamos de valorização. Q a voz dos q efetivamente conhecem como se dá o processo educativo seja ouvida, não q um economista venha dizer ao vigário como se reza a missa.

Nem sempre boas iniciativas são realmente boas. Raras teorias vencem o teste da prática, da realidade. E, se vc é político de carreira, economista, administrador ou mesmo pedagogo de escritório, pare de achar q os papéis q vc assina com novas diretrizes melhorarão a Educação, pois eles não irão: apenas desorganizarão o q já está aí, na verdade atrapalhando o real processo educativo.

Na prática aprendi q os secretários de Educação não têm em vista a melhora da Educação: objetivam usar essa pasta como um trampolim para suas ambições políticas pessoais. Intenção, convenhamos, nem tão boa assim. Achar q os professores irão simplesmente aquiescer como cordeiros a este propósito é ilusão. Secretários, ministros, vêm e vão. E com isso todas as suas "boas intenções" vão pro lixo. E a Educação enquanto isso segue girando em falso, sem saber aonde vai, qual é seu propósito, completamente sem norte nem melhora.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Causos escolares – o sem festa de aniversário

Quando, leitor, é o seu aniversário?

Essa é uma das respostas mais rápidas e certeiras que qualquer um acima de 7 anos sabe responder com segurança e presteza. E este dado, curiosamente, em nossa sociedade, de certa forma é atachado à própria identidade do indivíduo, tendo que ser citado inúmeras vezes em todas as mais variadas situações em escolas, postos de saúde, na Justiça Eleitoral, na delegacia de polícia e afins.

Pois é, costumamos, como se diz em inglês “take for granted” que todos têm direito, anualmente, à celebração de seu aniversário, mesmo que simbólica por conta da pobreza. Pois é, nem todos. Isso aprendi boquifechada na FEBEM.

Certo dia, ao final do ano, levei revistas e cartolinas para fazer cartazes com os internos da Fundação CASA na qual trabalhava. Nesta sala do ensino fundamental, franqueei as revistas para que os alunos as folheassem à cata de algum assunto que despertasse sua atenção.

Um deles, de posse de uma Superinteressante com uma matéria cheia de gráficos lindos sobre Astronomia e Astrologia, apontando as folhas disse:

- Vamos fazer um cartaz sobre o céu e as estrelas?

Percebi que para eles, presos num internato à beira da estrada na zona rural, as estrelas abundantes no Céu noturno representavam um suspiro de liberdade, sonho, poesia. Uma certa intuição de que a vida prosseguia, resoluta e livre, além das grades.

Gostei da idéia. Disse então que os demais principiassem a procurar nas outras revistas palavras e imagens referentes a estrelas e, pq não, aos signos do zodíaco.

Como forma de diversificar e verticalizar o assunto, levantei com eles a questão dos signos zodiacais.

- Meu signo é Capricórnio, e o de vcs?

Eram 12 alunos. 11 disseram seus respectivos signos. O um que falta, Fernando, lombrosiano, analfabeto, permaneceu mudo sem interagir com a atividade. Sentei-me ao seu lado e perguntei:

- Fala, qual é o seu signo?

Atalhou num tom mau-humorado: - Não sei.

Abrindo um sorriso como se eu estivesse diante de uma criança que desconhece uma informação simples, retruquei-lhe:

- Ora, eu conheço bastante de signos. É só vc me dizer em que dia vc faz aniversário que eu te digo qual é o seu signo!

Não entendi os segundos de silêncio que se seguiram. Ao cabo deste estranhamento, Fernando, traficante de renome, olhou-me diretamente nos olhos de forma fugidia, assustada, de como quem confessa um pecado há muito cometido e sussurrou, soslaiando para assegurar-se de que mais ninguém ouvia:

- ...sabe... ...é que... ...eu não sei... ...quando eu faço aniversário...

Constri meus lábios entre os dentes tal qual fazem os centenários na ausência da dentadura. Permaneci atônita e reticentemente emudecida, sem saber se eu falava mais alguma coisa ou mais nada. Como percebi o constrangimento de meu xará apenas no nome e em mais nenhuma circunstância além de nossa espécie e nacionalidade comuns, e seu aceno em não querer prolongar o assunto, levantei-me e afastei-me dele, tentando colocar em stand by o meu choque social.

Terminados a aula e o cartaz, encaminhei-me diretamente ao funcionário responsável pela papelada dos “menores”, sr. M, de cabelos imaculadamente brancos. Mais-que-pálida, relatei-lhe o ocorrido e terminei com um:

- O senhor poderia olhar na papelada dele e me dizer qual é a data de seu aniversário?

Sr. M. contraiu seus lábios tal qual eu meia hora antes. Disse a olhar para suas gavetas transbordantes:

- Pois é, eu também não tenho a data do aniversário dele, na verdade, só tenho seu R.G. expedido quando da sua prisão, com esta data de registro, com o nome que ele declarou, de pai e mãe desconhecidos. Ele foi preso sem documentos... Na verdade, provavelmente, nunca os teve...

Arqueei da forma mais ampla possível minhas sobrancelhas num lance de dúvida e inacreditável certeza. Sequer o Estado tinha certeza do nome, idade, data de nascimento, de Fernando, além dele próprio. Embora ele sequer fosse depositário de uma identidade, isso em nenhum momento tolheu o Estado de puni-lo, sem sequer dar-se ao trabalho de ir atrás de sua documentação original, se é que ela existia.

Caro leitor, passe brevemente em suas lembranças todas as vezes em que vc soprou velinhas, sempre na mesma data. Fernando nunca soprou e provavelmente nunca soprará nenhuma vela em nenhum bolo de aniversário. Vc consegue agora, talvez, vê-lo por um outro prisma, quiçá mais... humano?


Como exigir "normalidade", pelo nosso parâmetro, de quem nunca teve uma vida "normal", de acordo com "nosso" próprio parâmetro... ?

domingo, 14 de novembro de 2010

Anedotas escolares – o fodido e a almoçada e jantada

Na minha prática profissional como professora, conheço a cada ano letivo centenas de alunos. Muitos se destacam por motivos curiosos, e são personagens de histórias anedóticas. Elegi duas histórias para inaugurarem esta que espero seja uma série de publicações divulgando essas reflexivas intermitências da vida que acidentam a trajetória mesmo dos mais jovens. Em comum estas duas têm o fato de não terem sido acompanhadas por mim, mas relatas por colegas de trabalho em meio a conversas sobre a desilusão conjunta com nossa profissão. Apenas para fins de facilitar a compreensão das pessoas verbais a reger cada verbo, as relatarei em primeira pessoa.


Estava a comandar uma reunião bimestral de pais quando percebi que, surpreendentemente, a mãe de um dos meninos-problema da sala comparecera, acompanhada do filho. Isso surpreende pq a participação nas Reuniões de Pais e Mestres é eletiva, e portanto normalmente comparecem apenas os pais engajados e preocupados com a educação de seus filhos. E normalmente os filhos de pais presentes não dão problemas na escola e seus pais nem precisariam comparecer à reunião. Raríssimo é o comparecimento do responsável por um adolescente com notas baixas e indisciplinado.


Todos nós professores sabemos que grande parte da razão por estes adolescentes serem problemáticos é o fato de que seus irresponsáveis não dão a devida atenção nem acompanham o desenvolvimento psicológico e escolar de seus filhos. Eles não são educados por não serem educados. Redundância maluca? Não, explico: eles não têm educação por não terem ninguém que os eduque. Com a displicência desses pais sofrem os filhos, os professores, os colegas de sala e, quem sabe no futuro, toda a sociedade que é vitimada pela delinqüência juvenil e violência adulta.


Mas voltemos à reunião. Ao dispensar os outros pais, solicitei que a mãe supracitada, contando menos de 30 anos, permanecesse mais um instante com seu filho, para um particular. Sentei-a ladeada pelo menino cabisbaixo e por mais de meia hora aconselhei-a a ser mais atenta, dar-lhe mais carinho, acompanhar suas notas, olhar todos os dias seu caderno; enfim, tentei de alguma forma despertar nela da mais positiva maneira possível o que deveria ser sua obrigação. Falei sobre o mau comportamento do menino, na presença dele, que progressivamente dobrava-se mais e mais contra si, sem me olhar nos olhos, em total silêncio. Ao concluir o, temo, “sermão” sobreveio o detalhe que torna esse causo uma anedota. A mãe virou-se para o filho e sentenciou em tom solene:


- Você viu que se você continuar assim você vai se foder, né?!


Chocada e atônita, dispensei-os com um “boa noite” e a mão estendida. Se o menino ouve da boca da mãe dele, de forma tão corriqueira, a expressão "vai se foder"; quem sou eu, uma mera professora que está com ele e mais 35 outros por apenas 2 horas e meia por semana para convencê-lo de que é impróprio mandar o coleguinha ir se foder? Ora, se a mãe dele manda ele ir se foder com toda a tranqüilidade, é mais do que compreensível que em seu universo de parâmetros tal expressão seja mais do que normal e aceitável...



O “causo curioso” a seguir, compreendam como se narrado por uma diretora de escola.


Estava numa reunião burocrática e chata com os professores, como aquelas a que é imperativo comparecer 3 vezes por semana em toda escola estadual. Uma professora pediu para ter um aparte comigo. De pé, do lado de fora da sala da reunião a professora relatou estar muito preocupada pois ouvira rumores de que a aluna L., de 13 anos, na sétima série, estava grávida. De complexão infantil, L. destacaria-se entre as já há muito tempo comuns gestantes adolescentes a freqüentar a escola. Dirigi-me à Secretaria e encarreguei às funcionárias de localizarem o responsável pela menina e que marcassem uma hora para conversar comigo sobre a garota.


Naquela mesma semana recebi a mãe da adolescente, uma moça humilde, de menos de 30 anos, provavelmente precocemente sofrida e com vida muito difícil, como transparecia em seu semblante mal-cuidado, seu cabelo desgrenhado, suas roupas baratas amarrotadas e suas alpargatas genéricas. Convidei-a a sentar-se e iniciei a conversa diretamente abordando a questão da gravidez:


- Bom, não sei se a senhora já está a par deste assunto, mas chegou ao meu conhecimento que a sua filha da sétima série está grávida. A senhora sabe como isso aconteceu, se ela tem namorado, quem seria o pai desta criança?


Como quem comenta a cotação dos legumes na feira, a “mãe” disse da forma mais “normal” e completamente despida de qualquer entonação que denotasse qualquer emoção:


- Ela não tem namorado não, mas eu até já sei como isso aconteceu. Há uns tempos atrás eu conheci no bar e abriguei lá em casa por uns dias um andarilho. Depois fiquei sabendo que ele tinha almoçado e jantado a L. Mas não dá nada não, nasce e a gente cria.


O que mais haveria a falar? Se para a mãe “não dá nada” o fato de sua filha de 13 anos ter sido violada por um morador de rua na própria casa e encontrar-se agora grávida; que poderia a burocrata encarregada de assinar e carimbar papéis fazer? O que poderia a escola fazer por L.? Enviá-la ao Conselho Tutelar para ser abrigada e tratada anonimamente, quiçá até pior que na casa de sua mãe? Para a realidade daquela mãe, de fato é corriqueiro meninas de 13 anos verem-se grávidas de crianças que jamais teriam sequer a sombra de um pai. Ou de um futuro diferente do de suas próprias mães.


Assim retro-alimenta-se a miséria da filha mais velha da última flor do Lácio, também conhecida como "o quinto dos infernos", de onde Deus seria nativo... Não são fáceis as respostas para os educadores confrontados com a miseravelmente triste realidade da “clientela” da escola pública brasileira.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Do pesadelo da burocracia tucana paulista

Enviado à Ouvidoria da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

ouvidoria@edunet.sp.gov.br

Caro Ouvidor,

Permita-me relatar-vos o calvário que a burrocracia (sem erro de digitação) da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo me fez passar por conta de uma falta médica.

Primeiro de tudo: em quatro anos de magistério, esta foi minha primeira falta médica. Faço questão que o senhor verifique: [dados omitidos por motivos óbvios]

Ano passado eu tentei dar uma falta médica. Motivo: à noite, minha avó de 74 anos sofreu uma queda, bateu a cabeça, teve uma concussão cerebral e, temi à hora, um traumatismo craniano. Eu tinha aulas no dia seguinte. Do pronto-socorro, ainda com as mãos sujas de sangue por ter socorrido minha avó, liguei para a escola avisando que eu passaria a noite no hospital e portanto não poderia dar aulas no dia seguinte, pois não sabia quando, ou se, minha avó receberia alta. Pedi ao pronto-socorro um atestado de que eu era a acompanhando da doente, e o recebi.

Ao entregá-lo na escola, a burocrata encarregada dessa papelada disse que aquele papel não servia, pois não discriminava entre quais horários eu estivera no hospital. Que eu deveria procurar o médico para conseguir um novo atestado, com hora de entrada e saída. Fui ao hospital, procurei o médico, sem sucesso. Com minha avó gravemente acidentada em casa, sem poder ficar zanzando por aí, avisei na escola que eu abonaria aquele dia, sem gozar da falta médica que me era justamente devida. Deixei passar o ocorrido.

Isso não foi nada perto do pesadelo que vivi esta semana, quando estive (ou melhor, ainda estou) eu mesma doente. De domingo para segunda passei uma noite horripilante. Calafrios, dores abdominais, suor. Tinha aulas segunda de manhã. Ao acordar na hora certa, percebi um novo sintoma: disenteria. Liguei para a escola avisando que eu não iria, e disse: “não sei ainda se vou abonar ou dar falta médica pois não sei se é caso de ir ao hospital”.

Conforme os sintomas progrediam e se intensificavam nesta manhã (segunda 30 de agosto), fui ao pronto-socorro. Atendida por um infectologista, fui diagnosticada com gastroenterite viral. Com muita ênfase: TRANSMISSÍVEL. Ele disse: “é melhor vc ficar afastada pelo menos 2 dias”, e me deu um atestado médico.

Ele estava levando em conta três coisas: a severidade de meus sintomas, a transmissibilidade de minha enfermidade e o fato de que a docência exige disposição física para tentar controlar, a cada 50 minutos, 35 adolescentes à beira da histeria. Coisa que eu estava completamente impossibilitada de fazer.

Grande surpresa minha foi, ao ligar para minha escola sede, que o atestado de 2 dias não servia pois eu teria direito a apenas uma falta médica por mês. Inocentemente, disse eu: “tudo bem, eu uso o atestado para 1 dia de falta médica e o dia seguinte eu abono”.

Eu estava subestimando a burocracia da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. O atestado de 2 dias não serve para 1 dia. Eu teria que obter um novo atestado médico, indicando apenas 1 dia de afastamento.

No pronto-socorro disseram não poder me ajudar, que eu deveria procurar o médico em seu consultório. Lá sua secretária, informada que o hospital acabar de me remeter ao consultório, me disse: “se vc foi atendida no hospital, é apenas lá que vc pode pedir um novo atestado”. E ainda arrematou:

- É complicado esse jogo de empurra, né?

Eu, do fundo de minha náusea, piriri, cansaço e arrepios, sentindo-me pior que Mr. K, disse-lhe com os olhos marejados:

- É bem pior para mim, que estou doente e com dor, sendo empurrada de um lugar para outro, do que pra vc, que é só mais uma a me empurrar e lavar as mãos.

Voltei à minha escola sede, tentei argumentar, mas foram irredutíveis. O atestado de 2 dias não servia. Eu que me virasse para arranjar outro. Na escola até chorei ao tentar argumentar e cheguei a elevar minha voz com a burocrata, tudo inutilmente. Ao cabo da discussão ela “misericordiosamente” sugeriu que eu resolvesse a questão apelando ao famoso “jeitinho” brasileiro. Horas mais tarde, consegui localizar o médico que, condoído com minha triste situação, forneceu-me o atestado de 1 dia e pude remete-lo à agora satisfeita burocrata.

O pior de tudo nesse meu episódio de gastroenterite viral não foram os calafrios, a dor, o desarranjo, a náusea. O pior foi o pesadelo burocrático ao qual fui submetida pela burocracia da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Ter que fazer uma romaria para trocar um papel que me dava mais direitos, e que não servia, por um papel que me dava menos direitos e que, este sim, servia.

Caro Ouvidor, esta foi minha primeira falta médica, mas depois de todo esse pesadelo gratuito, não será a última, pois agora sei que minha dedicação pregressa à educação pública paulista foi irrelevante quando me encontrei fragilizada e necessitada de auxílio e orientação. Apreciaria caso o destinatário desse desabafo não fosse apenas mais um burocrata a lavar as mãos e ignorar o real problema.
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