Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Corria prum shopping center
Ou para uma academia
Pra se esquecer que não dá tempo
Pro tempo que já se perdia
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria
Andava pelado na chuva
Corria no meio da rua
Entrava de roupa no mar
Trepava sem camisinha
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício
Trancava a da delegacia
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Me diz o que você faria
Me diz o que você faria...
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Lista verificada com mais de 200 celebridades no Instagram
Abaixo vão listados artistas, celebridades, jornalistas, atores, cantores, dançarinos, modelos, fotógrafos, escritores, famosos e formadores de opinião, do Brasil e do exterior.
Tentei ao máximo verificar se os perfis pertencem de fato às celebridades, caso alguém identifique um perfil falso, ou de fã, por favor avise.
Quem ficar com curiosidade de conferir, meu Instagram é @fernandazero
Moda
Sapatos
@louboutinworld - Louboutin, sapatos
@lillysworld -Lilly's World, sapatos
Jornalismo de moda
@_efashionpolice - Fashion Police on E!, programa de TV sobre moda
@modaestadao - suplemento de Moda Estadão
@glamurama - Glamurama, site de celebridades
@voguebrasil - Vogue Brasil, revista
@ericapalomino - Érica Palomino, jornalista
@joycepascowitch - Joyce Pascowitch, jornalista
Divulgação
@modaalternativa - Moda Alternativa
@figurinomtv - Figurino MTV Brasil
@quetattooloca - Que Tattoo Lôca
@camiseteria - Camiseteria
Estilistas
@stellamccartney - Stella McCartney, estilista
@herchcovitch - Alexandre Herchcovitch, estilista
@lebronstein - Lethicia Bronstein, estilista
@marthamedeirosmoda - Martha Medeiros, estilista
@lojaflaviaaranha - Flávia Aranha, estilista
@jackvartanian - Jack Vartanian, joalheiro
@cavalera - Cavalera, grife alternativa
@tufiduek - Tufi Duek, estilista
@dolcegabbanaofficial - Dolce & Gabbana oficial
@stefanogabbana - Stefano Gabbana, estilista
@reinaldolourenco - Reinaldo Lourenço
@constanzapascolatos2g - Constanza Pascolato
@marcelosommer - Marcelo Sommer
Fotógrafos e produtores de moda
@andreschiliro - André Schiliró, fotógrafo
@priborgonovi - Priscila Borgonovi, produtora de moda, ex mulher de Fábio Assunção
@torquatto - Alexandre Torquato, fotógrafo
@bobwolfenson - Bob Wolfenson, fotógrafo
@mbiaggi - Marco Antonio di Biaggi, cabeleireiro
@ckamura - Celso Kamura, cabeleireiro
Modelos
@iza_goulart - Izabel Goulart, modelo
@fernandamotta1 - Fernanda Motta, modelo
@ammichels - Ana Cláudia Michels, modelo
@lucurtis - Luciana Curtis, modelo
@leacerezo - Lea T, modelo
@anneschoenberger - Anne Schoenberger, modelo
@anabbofficial - Ana Beatriz Barros, modelo
@trentinireal - Carol Trentini, modelo
@renatakuerten - Renata Kuerten, modelo
@yasminbrunet1 - Yasmin Brunet, modelo
@chanelimanxoxo - Chanel Iman, modelo
@giseleofficial - Gisele Bündchen, modelo
@cassiaavila - Cássia Ávila, modelo
@mariweickert - Mariana Weickert, modelo
@candiceswanepoel - Candice Swanepoel
@cabitten - Caroline Bittencourt
*Jornalismo
@istoegente - Istoé Gente, revista de celebridades
@quemacontece - Quem Acontece, revista de celebridades
@tocontigo - Contigo!, revista de celebridades
@eonline - E! online
@tvcultura - TV Cultura
@technoblog - Techno Blog
@olhardigital - Olhar Digital
@huffingtonpost - The Huffington Post
@cnnireport - CNN Report
@wired - Wired magazine
@estadaoacervo - Acervo Estadão
@mashable - Mashable
@viagemestadao - Suplemento de Viagem Estadão
@estadao - jornal "O Estado de São Paulo", Estadão
@jornaloglobo - Jornal "O Globo"
@linkestadao - Suplemento de informática, Link Estadão
@bgancia - Bárbara Gancia, jornalista
@hugogloss - Hugo Gloss, jornalista de celebridades
@deiacorazza - Andréia Corazza, jornalista de celebridades
@franklindavid - Franklin David, repórter de celebridades
@monica_bergamo - Monica Bérgamo, jornalista
@_leo_dias - Léo Dias
@mariliagabrielaoriginal - Marília Gabriela
@fabianascaranzioficial - Fabiana Scaranzi
@fabioramalho - Fábio Ramalho
@fbreal - Fátima Bernardes
*Personalidades variadas
Política
@barackobama - Barack Obama, político
@marcelofreixo - Marcelo Freixo, político
@jeanwyllys_real - Jean Wyllys, deputado federal e ex-vencedor do BBB
Sociedade
@narcisat - Narcisa Tamborindeguy, empresária e socialite
@victoroliva - Victor Oliva, empresário
@alicinhacavalcanti - Alicinha Cavalcanti, socialite
@les3maries - Bia Anthony, ex- esposa de Ronaldo Fenômeno
@helenabordon - Helena (Heleninha) de Bordon, socialite
@lucasjagger - Lucas Morad Jagger
*Música (e similares)
MPB
@falacaetano - Caetano Veloso
@floragil2222 - Flora Gil, esposa de Gilberto Gil
@gilbertogil - Gilberto Gil
@pretagil - Preta Gil
@mariagadu - Maria Gadú, mpb
@marisamonte - Marisa Monte, mpb
@paulinhomoska - Paulinho Moska, mpb
@vanessadamata - Vanessa da Mata, mpb
@robertasaoficial - Roberta Sá, cantora de MPB
@bebelgilberto - Bebel Gilberto, MPB
@galcosta - Gal Costa
@clarafalcao - Clarice Falcão
Samba, Axé, Pagode e Funk
@veveta - Ivete Sangalo, axé
@danielamercury - Daniela Mercury, cantora de Axé
@oleosantana - Léo Santana, vocalista do Parangolé, axé
@claudinhaleitte - Cláudia Leitte, Axé
@alinne_rosa - Alinne Rosa, axé
@marii_antunes - Mari Antunes, vocalista do Babado Novo, axé
@bcbrunocardoso - Bruno Cardoso, vocalista do Sorriso Maroto
@_tomate - Fabrício "Tomate" Cardoso Kraychete, cantor de axé
@psirico - Márcio Victor da banda Psirico
@sigarodriguinho - Rodriguinho, cantor de pagode
@thbarbosa - Thiaguinho, cantor de pagode
@tnalia - Mart'Nália, samba
@triopreto1 - Trio Preto +1, samba
@naldonaveia - Naldo Benny, cantor
@zecapagodinhooficial - Zeca Pagodinho, cantor de samba e pagode
@bandauo - Banda Uó
@euanitta - MC Anitta, cantora de funk
@gabyamarantos - Gaby Amarantos
@alexandrepires_ - Alexandre Pires, cantor romântico
@cantorbelo - Belo, cantor
@fariapericles - Péricles Faria
@cantordiogonogueira - Diogo Nogueira, samba
@arlindocruzobem - Arlindo Cruz, samba
@lesapuca - Leandro Sapucahy
Internacionais
@badgalriri - Rihanna, pop
@taylorswift - Taylor Swift, country pop
@katyperry - Katy Perry, pop
@franz_ferdinand - Franz Ferdinand
@mtv - MTV americana
@lanadelrey - Lana del Rey, pop
@psy_oppa - Psy, rapper coreano
@justinbieber - Justin Bieber, cantor
@foofighters - Foo Fighters, banda de rock americana
@paramore - Paramore, banda americana
@ritaora - Rita Ora, pop
@ladygaga - Lady Gaga, pop
@carrieunderwood - Carrie Underwood, cantora country
@keithurban - Keith Urban, cantor country
@ddlovato - Demi Lovato, pop
@30secondstomars - 30 Seconds to Mars, banda de rock
@aliciakeys - Alicia Keys, cantora e pianista
@beyonce - Beyoncé Knowles, cantora
@mileycyrus - Miley Cyrus
Rock brasileiro
@patofu - Pato Fu, rock brazuca
@fernandatakai - Fernanda Takai, vocalista do Pato Fu
@litaree_real - Rita Lee
@criolomc - Criolo, rapper
@digaoraimundos - Digão, da banda Raimundos, rock
@babysucessos - Baby do Brasil, ou Baby Consuelo, cantora
@pedrobaby1 - Pedro Baby, músico
@orappa - O Rappa
@nandoreis - Nando Reis, do "Titãs"
Pop e sertanejo
@wanessaoficial - Wanessa Camargo, pop
@sandyoficial - Sandy Leah, pop
@camargoluciano - Luciano di Camargo, sertanejo
@micheltelo - Michel Teló, sertanejo
@gusttavolimacantor - Gusttavo Lima, sertanejo
@mariano_mm - Mariano, cantor da dupla Mateus & Mariano
@luansantana - Luan Santana
@euanitta - Anitta, cantora
@djzepedro - DJ Zé Pedro
@hugopena_cantor - Hugo Pena, sertanejo
@ferrerodi - Diego "Di" Ferrero, vocalista do NXZero
* Atores, atrizes e personalidades da TV
Diretores e dramaturgos
@walcyrcarrasco - Walcyr Carrasco dramaturgo e novelista
@gloriafp - Glória Peres, dramaturga e novelista
@boninho - José Bonifácio Oliveira Sobrinho, o "Boninho", diretor de TV
@fernanda_young - Fernanda Young
Atrizes e apresentadoras
@kastingcarolina - Carolina Kasting
@thailaayala - Thaila Ayala
@marisolribeiro - Marisol Ribeiro, atriz
@guilhermina - Guilhermina Guinle, atriz
@danisuzuki - Danielle Suzuki, atriz e apresentadora
@astridfontenelle - Astrid Fontenelle
@lumell - Luísa Mel, apresentadora
@palomabernardi - Paloma Bernardi
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@gmreal - Glória Maria, apresentadora e jornalista
@mafecandido - Maria Fernanda Cândido
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@gioanto - Giovanna Antonelli, atriz
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@xuxamenegheloficial - Xuxa Meneghel, apresentadora
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@thammymiranda - Thammy Miranda, atriz
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Artistas internacionais
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* Arte, fotografia e culinária
@osgemeos - OsGêmeos Otávio e Gustavo Pandolfo, grafiteiros
@mijaresart - Alexander Mijares, artista
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*Variados
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@naosalvo - Personalidade humorística da internet
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@cariocadelegado - Carioca do Pânico na TV, humorista
@amandaramal - Amanda do Pânico na TV, humorista
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@programapanico - Pânico na TV
@instapanico - Pânico no Instagram
@marcelomansfield - Marcelo Mansfield
@tomcavalcante1 - Tom Cavalcante
@marcelobolinha - Marcelo "Bolinha" do Pânico na TV
@dilmabolada - Dilma Bolada, perfil fake da presidenta Dilma Rousseff
@ingridguimaraesoficial - Ingrid Guimarães
@leolins_ - Léo Lins
@paulogustavo31 - Paulo Gustavo Barros
*Esporte
@emmofittipaldi - Émerson Fittipaldi, piloto
@realroyce - Royce Gracie, lutador
@radamesmartins - Radamés Martins, jogador de futebol
@ronaldolima - Ronaldo Nazário de Lima, o Fenômeno
@pedroscooby - Pedro Scooby, surfista, e marido de Luana Piovani
@biaebrancaferes - Bia e Branca Feres, as gêmeas do nado sincronizado
@njunior11 - Neymar Júnior, jogador de futebol
@jdscigano - Júnior dos Santos "Cigano", wrestler (lutador)
@alexandrepato_7 - Alexandre Pato, jogador de futebol
@ryanlochte - Ryan Lochte, nadador olímpico americano
@fabiogurgel - Fábio Gurgel, lutador de jiu-jitsu brasileiro
@demianmaia - Demian Maia, lutador
@popobueno - Popó Bueno, piloto
@hulkparaiba - Givanildo V. de Sousa, o Hulk, jogador de futebol
@kaka - Ricardo "Kaká", jogador de futebol
@davidluiz_4 - David Luiz, jogador de futebol
@bruninho1 - Bruno Rezende, jogador de vôlei
@thiagosilva_33 - Thiago Silva, jogador de futebol
@hortenciamarcari - Hortência, ex jogadora de basquete
@juliocesaroficial - Júlio César, goleiro de futebol
*Causas animais
@procuracachorro - Procura Cachorro (perdido)
@procurasecachorro - Procura-se Cachorro (perdido)
@googledog
@celeb_viralata - Celebridade Viralata
@amparoanimal - Amparo Animal
@cantinhoanimal - Cantinho Animal
@adoteumgatinho - Adote um Gatinho
@clubedosviralatas - Clube dos Viralatas
@patinhasonline - Patinhas online
@instadogsbrasil - Instadogs Brasil
@richard_kitty - Gato com heterocromia (um olho de cada cor)
@finnaeus
@samhaseyebrows - Gatinho de sobrancelhas expressivas
@wickedclaudicat
@venustwofacecat - Venus, gato quimérico (2 gatos em 1)
@dogartbr - Dog Art Br
@focinhoabandonado - Focinho Abandonado
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Do Instagram
A Internet é feita de tentativa e erro. Do q "pega", vira "trendy" e ganha popularidade. Não temos, de antemão, o ponto aonde devemos chegar, as formas definitivas q as coisas devem tomar, em quais sites e aplicativos estamos investindo (pois vão durar) e em quais estamos desperdiçando nosso tempo (pois vão cair em desuso ou ser descontinuados).
Antes de 2004 a internet era muito "anônima". Era necessário individualmente procurar pelas coisas, imagens e assuntos q já eram de nosso interesse a priori. Era possível criar páginas gratuitas, blogs e fotologs, mas sua divulgação era muito precária, sendo necessário mandar os links para nossos amigos por e-mail, e contar com sua boa vontade para abrir um link sem nenhum gráfico anexo.
Com as recém-inventadas câmeras fotográficas digitais, registrávamos dezenas de fotos, e para compartilhá-las era necessário atachá-las a um e-mail, criar uma mailing list e torcer para os arquivos não excederem a capacidade de armazenamento de cada caixa de mensagem.
Quando o Orkut foi criado, em 2004, começaram as "redes sociais". Nesta época era possível dar upload a apenas 12 fotos. Com este pequeno limite trocávamos sempre as fotos, substituindo as antigas pelas novas. Com o tempo as condições de armazenamento melhoraram e possibilitaram a criação de vários álbuns, com número ilimitado de fotos.
Na transição para o Facebook, com o ocaso do Orkut, essas fotos foram transferidas. Mas ainda assim, publicar fotos de festas, amigos e familiares não supre toda a nossa necessidade de "mostrar a todos nossa visão de mundo", como se fazia num fotolog (blog composto de fotos e imagens).
Parecia meio bobo publicar no Facebook fotos aleatórias, de coisas q achávamos bonitinhas, curiosas ou interessantes. Exercitar nosso lado "fotógrafo amador".
Para preencher este vácuo surgiu o Instagram. Simples e fácil, integrado ao Facebook, Twitter, Foursquare e outras redes sociais. Oferecia um formato quadrado inovador, filtros e recursos "desencanados" para "dar uma mexidinha" nas fotos para q tivessem aparência "mais artística". Sucesso global imediato. Na sua esteira surgiram dezenas de apps complementares, q ofereciam outros filtros, distorções, sombras, molduras, colagens, adição de textos e geração de hashtags para maior número de "likes" e melhor publicidade para nossos instantâneos.
Agora, não somente era possível ver uma coisa legalzinha, tirar uma foto e mostrar pros amigos, mas tb divulgar isso globalmente, interagir com pessoas de todos os continentes, e tb criar uma certa forma de "narrativa pictórica" do nosso cotidiano.
Comecei a usar e logo caí na primeira tentação de um instagrammer, ou iger: fotos de comida. Um amigo querido já me perguntou pessoalmente, com toda a sinceridade e nenhuma maldade "pq as pessoas ficam tirando foto de comida???"
Respondi-lhe q há 2 "vertentes" nessas fotos culinárias. A primeira se a pessoa está num restaurante: é justamente se "exibir", mostrar para todo mundo q sai e paga por comidas caras e bonitas. A segunda, se foi a própria pessoa q cozinhou, tb é de se exibir, mas de outra forma: mostrar um saber, uma coisa legal q é capaz de fazer, dar uma opção de refeição q seus amigos serão capazes de reproduzir em casa. Mas em ambas as vertentes, fica subjacente à foto o pensamento "olha a coisa linda q estou prestes a destruir!". De certa forma imortalizando uma arte efêmera.
Mas não só de fotos de comida é feito o Instagram. Acompanho mais de 2 centenas de pessoas e aos poucos percebi q alguns temas gerais do usuário do Instagram vão se delineando. E como ao acompanhar esses feeds era possível ter uma idéia da "visão de mundo" de cada um, as coisas q enxerga diante de si, o q considera bonito, o q vale registrar, o q deseja imortalizar, do q tem orgulho e quer mostrar. Era possível, vendo o Instagram das pessoas, ter um certo "inside view" do q cada um enxerga no mundo, da leitura particular q cada um faz de seu cotidiano.
A seguir listarei alguns desses perfis gerais, a partir de minha observação particular do uso q as pessoas q sigo fazem do Instagram. Obviamente, como tudo q envolve humanos, essas classificações não são estanques. Nada impede alguém com o perfil "eu sou meu mundo inteiro" de postar uma causa caritativa, ou alguém com o perfil "tabacaria" postar uma foto no estilo "onde está Wally".
Divirtam-se!
1 - Diário virtual pictórico.
Me incluo nesse. As fotos são variadas e genéricas, de: comida, amigos, prédios, arte, causas, crianças, coisas engraçadinhas ou abstratas, flores. Não só "anônimos" têm este tipo de perfil. Muitas celebridades seguras o suficiente usam o Instagram para dar a seus fãs pequenos agrados na forma de fotos espontâneas, familiares, clicadas pelo próprio artista em sua intimidade e avidamente comentadas por seus admiradores. O IG é um espaço único para fotos q não teriam lugar na divulgação profissional destes artistas, mas q são muito preciosas para os fãs.
2 - Eu quero ser artista
As fotos têm certa pretensão de "densidade reflexiva", ou fotos de coisas banais descritas por frases "filosóficas", fotos do teto, desfocadas, com multiplicidade de ângulos inusitados dizendo "quero exibir meus talentos de fotógrafo adquiridos naquele curso online", de si próprio de viés e "cara de intelectual atormentado", de utensílios vazios, coisas sujas e usadas. O efeito às vezes é de hilaridade não-intencional. Depois q vc vê a enésima auto-foto da mesma pessoa fazendo "cara de conteúdo" não há como não achar tudo isso meio ridículo...
3 - Eu sou meu mundo inteiro
Narcisismo total. 90% do feed são auto-fotos obviamente, de si mesmo, muitas vezes exibindo a maçãzinha do iPhone. Muitas fotos tiradas pelo espelho, às vezes em banheiros públicos, frequentemente em baladas, com outras pessoas jogando o cabelo, fazendo pose e "biquinho". Muitas adolescentes extrapolam na sensualidade. Muitas pessoas tiram foto todo dia para exibir seu guarda-roupa, maquiagem e penteado. Diariamente, para mostrar q são fashionistas.
4 - Onde está Wally?
Pontos turísticos, placas e meios de transporte são os temas principais. Muitas fotos de aeroporto, da janela do avião, de restaurantes e hotéis chiques, de dentro do carro, mostrando trânsito, faróis e túneis.
5 - Tabacaria
Fotos repetidas da mesma paisagem, frequentemente da janela do quarto, com comentários sobre as condições atmosféricas, as estrelas, o pôr do sol. O q salta aos olhos é a repetição: inúmeras fotos quase idênticas, com o boletim meteorológico do momento...
6 - Quero divulgar meu trabalho
Nem só de "bobagens" é feito o Instagram. Muitos profissionais o usam para ficar mais conhecidos, e pseudo-celebridades para tentar tirar o pseudo. Modelos, atores, estilistas, fotógrafos, culinaristas, artesãos, dançarinos, apresentadores, jornalistas já descobriram no "Insta" uma plataforma de trabalho. Sabem usar hashtags, tomam cuidado com a iluminação, postam fotos com certo cuidado profissional.
Gostaram? Concordam? Discordam? Qual é a leitura q vcs fazem do Instagram?
Quem ficou curioso para ver minhas fotos mas não usa o aplicativo, pode ver as fotos aqui: http://instagram.com/fernandazero Quem quiser me seguir, sou @fernandazero !
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Antes de 2004 a internet era muito "anônima". Era necessário individualmente procurar pelas coisas, imagens e assuntos q já eram de nosso interesse a priori. Era possível criar páginas gratuitas, blogs e fotologs, mas sua divulgação era muito precária, sendo necessário mandar os links para nossos amigos por e-mail, e contar com sua boa vontade para abrir um link sem nenhum gráfico anexo.
Com as recém-inventadas câmeras fotográficas digitais, registrávamos dezenas de fotos, e para compartilhá-las era necessário atachá-las a um e-mail, criar uma mailing list e torcer para os arquivos não excederem a capacidade de armazenamento de cada caixa de mensagem.
Quando o Orkut foi criado, em 2004, começaram as "redes sociais". Nesta época era possível dar upload a apenas 12 fotos. Com este pequeno limite trocávamos sempre as fotos, substituindo as antigas pelas novas. Com o tempo as condições de armazenamento melhoraram e possibilitaram a criação de vários álbuns, com número ilimitado de fotos.
Na transição para o Facebook, com o ocaso do Orkut, essas fotos foram transferidas. Mas ainda assim, publicar fotos de festas, amigos e familiares não supre toda a nossa necessidade de "mostrar a todos nossa visão de mundo", como se fazia num fotolog (blog composto de fotos e imagens).
Parecia meio bobo publicar no Facebook fotos aleatórias, de coisas q achávamos bonitinhas, curiosas ou interessantes. Exercitar nosso lado "fotógrafo amador".
Para preencher este vácuo surgiu o Instagram. Simples e fácil, integrado ao Facebook, Twitter, Foursquare e outras redes sociais. Oferecia um formato quadrado inovador, filtros e recursos "desencanados" para "dar uma mexidinha" nas fotos para q tivessem aparência "mais artística". Sucesso global imediato. Na sua esteira surgiram dezenas de apps complementares, q ofereciam outros filtros, distorções, sombras, molduras, colagens, adição de textos e geração de hashtags para maior número de "likes" e melhor publicidade para nossos instantâneos.
Agora, não somente era possível ver uma coisa legalzinha, tirar uma foto e mostrar pros amigos, mas tb divulgar isso globalmente, interagir com pessoas de todos os continentes, e tb criar uma certa forma de "narrativa pictórica" do nosso cotidiano.
Comecei a usar e logo caí na primeira tentação de um instagrammer, ou iger: fotos de comida. Um amigo querido já me perguntou pessoalmente, com toda a sinceridade e nenhuma maldade "pq as pessoas ficam tirando foto de comida???"
Respondi-lhe q há 2 "vertentes" nessas fotos culinárias. A primeira se a pessoa está num restaurante: é justamente se "exibir", mostrar para todo mundo q sai e paga por comidas caras e bonitas. A segunda, se foi a própria pessoa q cozinhou, tb é de se exibir, mas de outra forma: mostrar um saber, uma coisa legal q é capaz de fazer, dar uma opção de refeição q seus amigos serão capazes de reproduzir em casa. Mas em ambas as vertentes, fica subjacente à foto o pensamento "olha a coisa linda q estou prestes a destruir!". De certa forma imortalizando uma arte efêmera.
Mas não só de fotos de comida é feito o Instagram. Acompanho mais de 2 centenas de pessoas e aos poucos percebi q alguns temas gerais do usuário do Instagram vão se delineando. E como ao acompanhar esses feeds era possível ter uma idéia da "visão de mundo" de cada um, as coisas q enxerga diante de si, o q considera bonito, o q vale registrar, o q deseja imortalizar, do q tem orgulho e quer mostrar. Era possível, vendo o Instagram das pessoas, ter um certo "inside view" do q cada um enxerga no mundo, da leitura particular q cada um faz de seu cotidiano.
A seguir listarei alguns desses perfis gerais, a partir de minha observação particular do uso q as pessoas q sigo fazem do Instagram. Obviamente, como tudo q envolve humanos, essas classificações não são estanques. Nada impede alguém com o perfil "eu sou meu mundo inteiro" de postar uma causa caritativa, ou alguém com o perfil "tabacaria" postar uma foto no estilo "onde está Wally".
Divirtam-se!
1 - Diário virtual pictórico.
Me incluo nesse. As fotos são variadas e genéricas, de: comida, amigos, prédios, arte, causas, crianças, coisas engraçadinhas ou abstratas, flores. Não só "anônimos" têm este tipo de perfil. Muitas celebridades seguras o suficiente usam o Instagram para dar a seus fãs pequenos agrados na forma de fotos espontâneas, familiares, clicadas pelo próprio artista em sua intimidade e avidamente comentadas por seus admiradores. O IG é um espaço único para fotos q não teriam lugar na divulgação profissional destes artistas, mas q são muito preciosas para os fãs.
2 - Eu quero ser artista
As fotos têm certa pretensão de "densidade reflexiva", ou fotos de coisas banais descritas por frases "filosóficas", fotos do teto, desfocadas, com multiplicidade de ângulos inusitados dizendo "quero exibir meus talentos de fotógrafo adquiridos naquele curso online", de si próprio de viés e "cara de intelectual atormentado", de utensílios vazios, coisas sujas e usadas. O efeito às vezes é de hilaridade não-intencional. Depois q vc vê a enésima auto-foto da mesma pessoa fazendo "cara de conteúdo" não há como não achar tudo isso meio ridículo...
3 - Eu sou meu mundo inteiro
Narcisismo total. 90% do feed são auto-fotos obviamente, de si mesmo, muitas vezes exibindo a maçãzinha do iPhone. Muitas fotos tiradas pelo espelho, às vezes em banheiros públicos, frequentemente em baladas, com outras pessoas jogando o cabelo, fazendo pose e "biquinho". Muitas adolescentes extrapolam na sensualidade. Muitas pessoas tiram foto todo dia para exibir seu guarda-roupa, maquiagem e penteado. Diariamente, para mostrar q são fashionistas.
4 - Onde está Wally?
Pontos turísticos, placas e meios de transporte são os temas principais. Muitas fotos de aeroporto, da janela do avião, de restaurantes e hotéis chiques, de dentro do carro, mostrando trânsito, faróis e túneis.
5 - Tabacaria
Fotos repetidas da mesma paisagem, frequentemente da janela do quarto, com comentários sobre as condições atmosféricas, as estrelas, o pôr do sol. O q salta aos olhos é a repetição: inúmeras fotos quase idênticas, com o boletim meteorológico do momento...
6 - Quero divulgar meu trabalho
Nem só de "bobagens" é feito o Instagram. Muitos profissionais o usam para ficar mais conhecidos, e pseudo-celebridades para tentar tirar o pseudo. Modelos, atores, estilistas, fotógrafos, culinaristas, artesãos, dançarinos, apresentadores, jornalistas já descobriram no "Insta" uma plataforma de trabalho. Sabem usar hashtags, tomam cuidado com a iluminação, postam fotos com certo cuidado profissional.
Gostaram? Concordam? Discordam? Qual é a leitura q vcs fazem do Instagram?
Quem ficou curioso para ver minhas fotos mas não usa o aplicativo, pode ver as fotos aqui: http://instagram.com/fernandazero Quem quiser me seguir, sou @fernandazero !
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domingo, 9 de dezembro de 2012
Testamento e propriedade de copyrights
Declaração de propriedade intelectual e posse de direitos autorais
Em resposta às diretrizes de privacidade e direitos autorais do Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram e/ou qquer rede social ou site do qual participe, venho por meio desta declarar que são meus os direitos autorais sobre todos os meus detalhes pessoais, escritos - publicados ou não, pessoais ou profissionais, fotos ou vídeos e afins (conforme a convenção de Berna). Para uso comercial do supracitado é necessário meu consentimento por escrito em cada ocasião. Pelo presente comunicado notifico ao Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram e/ou qquer rede social ou site do qual participe, que estão proibidos de divulgar, copiar, distribuir, disseminar, ou tomar qualquer atitude contrária a mim com base neste perfil e seu conteúdo. As ações proibidas supracitadas também se aplicam a funcionários, estudantes, agentes ou qualquer empregado sob a direção ou controle do Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram e/ou qquer rede social ou site do qual participe. O conteúdo de todos os meus perfis, feeds, blogs e sites é privado e suas informações são confidenciais. A violação da minha privacidade é punível pela lei (UCC 1 1-308-308 1-103 e no Estatuto de Roma).
In response to all privacy and copyright guidelines of Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram and/or any social network or website in wich I take part, I hereby declare that my copyright is attached to all of my personal details, writing - published and unpublished, personal/professional photos and videos, etc. (as a result of the Berne Convention). For commercial use of the above my written consent is needed at all times! By the present communiqué, I notify Facebook, Google, Blogger, Twitter, and/or any social network or website in wich I take part, that it is strictly forbidden to disclose, copy, distribute, disseminate, or take any other action against me on the basis of this profile and/or its contents. The aforementioned prohibited actions also apply to all employees, students, agents and/or any staff under Facebook's, Google's, Blogger's, Twitter's, Instagram's and/or any social network or website in wich I take part, direction or control. The content of all my profiles, feeds, blogs and sites is private and confidential information. The violation of my privacy is punished by law (UCC 1 1-308-308 1-103 and the Rome Statute).
--------------
Disposições para a ocasião de meu falecimento (Testamento e doação de órgãos).
Eu, Fernanda Ramos, brasileira, solteira, professora de História, natural de São Paulo capital, em plena posse de minhas faculdades mentais venho publicamente declarar:
1 - Autorizo a doação de todos os meus órgãos e tecidos para fins de transplante após constatada minha morte encefálica.
2 - Autorizo o fim do suporte artificial à minha vida caso eu seja diagnosticada com morte encefálica ou estado de coma prolongado e considerado irreversível.
3 - Autorizo a retirada de amostras de meus corpo para pesquisas científicas, não porém a totalidade de meus restos mortais, que devem, se possível, ser cremados.
4 - Autorizo a retirada de meus órgãos, tecidos e gametas para quaisquer fins, a depender da conveniência, consultadas futuras declarações pessoais e a vontade de meus descendentes, se houver.
5 - Autorizo a manutenção em estado de animação suspensa de parte ou da totalidade do meu corpo, a depender da conveniência e consultadas futuras declarações pessoais, para fins de ressuscitação futura.
6 - Lego às seguintes pessoas, nesta ordem, na circunstância de minha inconsciência, interdição ou incapacidade; minha guarda, a tutoria de meus filhos e bens pessoais, de todos os assuntos do meu interesse, e as decisões concernentes aos meus restos mortais (na ausência de prole própria ou em sua incapacidade): Maria José Tomasella, Romeu Marinho Cardona Ubeda, James Pio do Nascimento Seixas de Carvalho, Ana Letícia Santos, Gisele Rani Martins.
7 - Desautorizo expressamente as seguintes pessoas a tomarem qquer decisão concernente ao aqui exposto: Regina Ramos, José Roberto Ramos (e qquer parente seu) e Cristhiane Ramos. Desautorizo q em meu falecimento ou incapacidade a guarda de minha prole ou minha herança sejam legados a Regina Ramos ou José Roberto Ramos (e qquer parente seu).
Fernanda S. Ramos
P.S. :Tenho "firma aberta" (assinatura reconhecida para fins legais) no cartório do Butantã, à avenida Vital Brasil, São Paulo-SP. Adicionei a este texto minha assinatura, embora tremida, foi o melhor q consegui fazer com apps de doodle, mas creio q será possível, com ela, validar estes documentos no futuro.)
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Em resposta às diretrizes de privacidade e direitos autorais do Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram e/ou qquer rede social ou site do qual participe, venho por meio desta declarar que são meus os direitos autorais sobre todos os meus detalhes pessoais, escritos - publicados ou não, pessoais ou profissionais, fotos ou vídeos e afins (conforme a convenção de Berna). Para uso comercial do supracitado é necessário meu consentimento por escrito em cada ocasião. Pelo presente comunicado notifico ao Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram e/ou qquer rede social ou site do qual participe, que estão proibidos de divulgar, copiar, distribuir, disseminar, ou tomar qualquer atitude contrária a mim com base neste perfil e seu conteúdo. As ações proibidas supracitadas também se aplicam a funcionários, estudantes, agentes ou qualquer empregado sob a direção ou controle do Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram e/ou qquer rede social ou site do qual participe. O conteúdo de todos os meus perfis, feeds, blogs e sites é privado e suas informações são confidenciais. A violação da minha privacidade é punível pela lei (UCC 1 1-308-308 1-103 e no Estatuto de Roma).
In response to all privacy and copyright guidelines of Facebook, Google, Blogger, Twitter, Instagram and/or any social network or website in wich I take part, I hereby declare that my copyright is attached to all of my personal details, writing - published and unpublished, personal/professional photos and videos, etc. (as a result of the Berne Convention). For commercial use of the above my written consent is needed at all times! By the present communiqué, I notify Facebook, Google, Blogger, Twitter, and/or any social network or website in wich I take part, that it is strictly forbidden to disclose, copy, distribute, disseminate, or take any other action against me on the basis of this profile and/or its contents. The aforementioned prohibited actions also apply to all employees, students, agents and/or any staff under Facebook's, Google's, Blogger's, Twitter's, Instagram's and/or any social network or website in wich I take part, direction or control. The content of all my profiles, feeds, blogs and sites is private and confidential information. The violation of my privacy is punished by law (UCC 1 1-308-308 1-103 and the Rome Statute).
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Disposições para a ocasião de meu falecimento (Testamento e doação de órgãos).
Eu, Fernanda Ramos, brasileira, solteira, professora de História, natural de São Paulo capital, em plena posse de minhas faculdades mentais venho publicamente declarar:
1 - Autorizo a doação de todos os meus órgãos e tecidos para fins de transplante após constatada minha morte encefálica.
2 - Autorizo o fim do suporte artificial à minha vida caso eu seja diagnosticada com morte encefálica ou estado de coma prolongado e considerado irreversível.
3 - Autorizo a retirada de amostras de meus corpo para pesquisas científicas, não porém a totalidade de meus restos mortais, que devem, se possível, ser cremados.
4 - Autorizo a retirada de meus órgãos, tecidos e gametas para quaisquer fins, a depender da conveniência, consultadas futuras declarações pessoais e a vontade de meus descendentes, se houver.
5 - Autorizo a manutenção em estado de animação suspensa de parte ou da totalidade do meu corpo, a depender da conveniência e consultadas futuras declarações pessoais, para fins de ressuscitação futura.
6 - Lego às seguintes pessoas, nesta ordem, na circunstância de minha inconsciência, interdição ou incapacidade; minha guarda, a tutoria de meus filhos e bens pessoais, de todos os assuntos do meu interesse, e as decisões concernentes aos meus restos mortais (na ausência de prole própria ou em sua incapacidade): Maria José Tomasella, Romeu Marinho Cardona Ubeda, James Pio do Nascimento Seixas de Carvalho, Ana Letícia Santos, Gisele Rani Martins.
7 - Desautorizo expressamente as seguintes pessoas a tomarem qquer decisão concernente ao aqui exposto: Regina Ramos, José Roberto Ramos (e qquer parente seu) e Cristhiane Ramos. Desautorizo q em meu falecimento ou incapacidade a guarda de minha prole ou minha herança sejam legados a Regina Ramos ou José Roberto Ramos (e qquer parente seu).
Fernanda S. Ramos
P.S. :Tenho "firma aberta" (assinatura reconhecida para fins legais) no cartório do Butantã, à avenida Vital Brasil, São Paulo-SP. Adicionei a este texto minha assinatura, embora tremida, foi o melhor q consegui fazer com apps de doodle, mas creio q será possível, com ela, validar estes documentos no futuro.)
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sábado, 8 de dezembro de 2012
Porque escrevo este blog
É possível q grande parte das pessoas q leêm os textos do meu blog não compreendam o q me motiva a escrever. Os esclarecerei.
1 - Desabafar.
Quando comecei a escrever isso não estava lá muito claro. A princípio, queria divulgar textos legais, poesias, músicas, e até receitas q não queria perder. Depois comecei a escrever sobre minhas experiências como professora, refletindo sobre as coisas q me aconteciam, os problemas q enfrentava, as histórias de meus alunos.
Percebi q escrever me ajudava psicologicamente. Q ao colocar essas coisas "pra fora" eu ficava aliviada. O assunto meio q "parava de incomodar tanto". Ao escrever, fixando fatos e pensamentos, eu descarregava as emoções q esses assuntos me traziam, e passava a vê-los de forma mais "distanciada" ou "bem resolvida".
Acontecia de um "causo" de determinado aluno, ou uma efeméride q me envolvia privar-me do sono, circulando continuamente em meus pensamentos, até q eu escrevia um texto sobre isso e a questão parava de me incomodar.
Quase como se ao "dar upload" a uma memória, eu a pudesse remanejar para meu "arquivo morto" mental e então "colocar uma pedra sobre o assunto", uma vez q sobre ele já escrevi, refleti; e quando o quiser revisitar, estará na ponta dos dedos.
Ao escrever sobre meu presente e perceber q isso me fazia bem, tive a idéia q nos leva ao segundo motivo q me faz escrever.
2 - Divulgar meu testemunho de época.
Como historiadora conheço o valor e a importância de documentos de época. E não apenas são documentos de época "textos oficiais", jornais, livros. Tb são matéria-prima da História diários, cartas pessoais, declarações, testamentos, depoimentos. São instrumentos fundamentais para o estudo da História das Idéias, da Mentalidade, do Cotidiano.
Ao relatar minhas impressões sobre a vida, elas podem até não ser relevantes ou "impressionantes" hoje. Mas daqui a 200 anos este blog pode ser um documento muito útil para pesquisadores estudarem a vida neste princípio do século XXI. Meu testemunho pode parecer enfadonho hoje, mas pode ser muito interessante conforme os séculos passam.
Outra questão subjacente é o fazer-me conhecer por meus descendentes: netos, trinetos, tataranetos, q não virei a conhecer. Isso visando procurei escrever também sobre meus antepassados, citando nomes e lugares, para q no futuro minha descendência saiba sua origem.
Busquei na memória e fiz pesquisa com minha avó para q ela me contasse mais detalhes sobre estes fatos pregressos q se passaram em sua infância, e os relatei o mais fielmente possível. Se não tivesse lhe perguntado esses fatos morreriam com ela. Se eu não tomasse a iniciativa de os eternizar por escrito, no futuro os descendentes dos Bianchetti, Pilon, Gonçalves, Alves, Reiter, Ignácio, Novais, Silva, Tomasella, Ramos, Alencar, Massuella, jamais saberiam de q forma essas famílias se uniram e aparentaram-se. Eu tenho a convivência com minha avó Tula q seus demais descendentes não têm, portanto apenas eu posso tomar o depoimento diretamente de sua testemunha ocular, e assim preservar a História Oral e as tradições da família. As quais "morreriam" se eu não as escrevesse.
3 - Publicar ensaios e reflexões.
Há pelo menos 9 anos participo ativamente de comunidades virtuais de debates teológicos. Comecei ainda nos tempos do Orkut com as comunidades Perguntas Cristãs Complicadas, Perguntas Cristãs Complexas, Religião & Vida (criminosamente deletada) e a Perguntas Cristãs Ridículas. Esta última, criei e moderava com muito prazer. Por sua causa dui excluída do Orkut, e passei a moderar a Bnei Noach - Filhos de Noé no Facebook.
Nenhum dinheiro no mundo seria capaz de pagar pelo treinamento q nessas comunidades tive sobre praticamente todos os aspectos da experiência humana. Como cheguei a participar de tudo isso vale o relato.
Sempre tive desde criança uma "sede" pelo transcendental. Apesar de nunca ter gostado de ir no centro espírita (o q vale outro texto), sentia um certo "comichão" q me levava a tentar me conectar e descobrir o q "havia além" deste mundo. Já na faculdade, ao aprender justamente sobre a importância dos documentos de época, me decidi a ler o mais fundamental deles. Também fui estimulada a isso pela presença no campus de missionários evangélicos americanos, do grupo "Alpha e Ômega". Queria com eles praticar e desenferrujar meu inglês. Mas o único assunto sobre o qual queriam conversar era "a Bíblia".
Não me fiz de rogada. Comprei uma boa tradução (a "Bíblia de Jerusalém") e li. Não li inteira, confesso. Pulei os profetas. Mas li todo o resto, Antigo e Novo Testamento. Acho q li uns 70% da Bíblia católica, mais extensa q a protestante e, obviamente, q o Tanach hebreu. Antes de começar a ler, dela tinha uma idéia superficial, preconceituosa. E talvez prosseguisse a ter essa visão não fosse minha formação como historiadora.
É um texto cru, sangrento, machista, xenófobo, violento. Retrata sacrifícios humanos, recomenda o genocídio completo dos cananeus, prescreve apedrejamentos, rituais sacrificiais, espalha o preconceito e afirma q a mulher é propriedade do marido. Completamente chocante.
Sim, chocante. Compreendido com os olhos de hoje. Porém, se analisado sob a perspectiva histórica, todos esses temas ganham outros matizes. O Antigo Testamento foi escrito na Idade do Bronze, por um povo de pastores nômades q tentava sobreviver no deserto, ameaçado por diversos poderosos impérios, e por eles escravizados.
Ao ler as Escrituras Hebraicas sob o prisma de sua historicidade, esses detalhes chocantes cessam de incomodar. Não há como exigir de um texto fixado há 2.500 anos conceitos como o respeito aos Direitos Humanos, Auto-determinação dos povos, liberdade de culto, igualdade entre os sexos. Seria um completo anacronismo, por exemplo, descartar a Bíblia por ser machista, uma vez q a Revolução Sexual, q tanto me beneficia, aconteceu há meros 50 anos.
Uma vez isso compreendido, outros temas do texto saltam aos olhos. O conceito de responsabilidade civil, de misericórdia, a prescrição de q o escravo deve ser libertado após 7 anos, ou q se for agredido ganha a liberdade, o respeito ao trabalhador, aos órfãos e viúvas, o respeito aos animais, a recomendação do perdão, a necessidade do devido processo legal, testemunhas e defesa num julgamento. O "amai ao próximo como a ti mesmo" (Levítico 19:18).
Assim analisado em todas as suas matizes, à luz da compreensão histórica, vemos q todos estes temas eram, em sua época, inéditos e revolucionários. Assim nos damos conta da profundidade da contribuição do povo hebreu para a construção do ethos e da práxis ocidentais. E pq nossa civilização não é "Ocidental", mas Judaico-Cristã-Ocidental.
E quanto mais eu lia, estudava, analisava, questionava esse texto, mais ele se engrandecia em significados e profundidade. Confesso: o q começou com a curiosidade de um passatempo ou oportunidade de agregar um "acessório intelectual" para poder debater teologia em grau profundo, tornou-se uma paixão quase obsessiva.
E quanto mais eu lia e debatia nessas comunidades virtuais, mais eu me interessava em saber mais. Foi assim q me direcionei aos estudos judaicos e comecei a ter algumas idéias, argumentos e mesmo "teses" teológicas próprias. Vi q os contendores de idéias católicos e evangélicos eram "fichinha". Q estudo realmente sério eu teria em sinagogas e yeshivás. E passei a investir nestes interlocutores, q realmente sabem do q estão falando, não espalham "achismos" nem "o q é loucura par os sábios" (1 Coríntios 1:23).
E assim comecei a produzir textos com meus modestos estudos, reflexões, questionamentos e afins sobre as Escrituras. Muitas vezes me surpreendi em pleno sábado à noite me deleitando em elaborar idéias entre o Mishnê Torah e o Moré HaNevuchim (Guia dos Perplexos)!
4 - Treinar a arte da escrita.
Ainda hoje não sei se levo muito jeito para professora. Também não sei muito ao certo se gostaria de trabalhar na iniciativa privada, tornar-me empreendedora, fazer uma conversão ortodoxa seguida de Aliyah, virar hippie e me mudar pra Alto Paraíso de Goiás, casar ou comprar ou comprar uma bicicleta.
Certa vez numa grave crise de identidade em plena noite insone passei horas me questionando sobre meu propósito nesta vida, e perguntei-me: "o q eu queria ser quando crescesse?". Só uma resposta me veio à lembrança. Sempre sonhei em um dia ser escritora. Lembrei-me das dúzias de cadernos q preenchia com fantasias quando era pré-adolescentes, dos lugares exóticos e nomes pitorescos q dava aos meus personagens. Das centenas de poemas q escrevi e mantenho bem guardadinhos, como trunfos na manga, para procurar uma editora num momento de desemprego.
Escrevendo neste blog não apenas eu atinjo todos os objetivos supracitados, como treino, refino, destilo, instilo, sofistico e lapido meu "chamamento literário". Percebo meus cacoetes. O uso do "q" e não "quê". Meus vícios de linguagem, pedantismos, auto-comiseração, auto-indulgência, omissões, senões e pontos fracos. Onde sou chata e onde pego direto no ponto. Treino a construção de imagens multi-sensoriais, com certa beleza poética.
Vou estudando a arte q nenhum mestre pode ensinar: como ser um observador arguto, perspicaz, e às vezes inclemente, de si mesmo, dos q me cercam, da sociedade e da cultura q nos produziu. E a reproduzir essas observações em apenas 27 caracteres, de forma bela e quiçá relevante.
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1 - Desabafar.
Quando comecei a escrever isso não estava lá muito claro. A princípio, queria divulgar textos legais, poesias, músicas, e até receitas q não queria perder. Depois comecei a escrever sobre minhas experiências como professora, refletindo sobre as coisas q me aconteciam, os problemas q enfrentava, as histórias de meus alunos.
Percebi q escrever me ajudava psicologicamente. Q ao colocar essas coisas "pra fora" eu ficava aliviada. O assunto meio q "parava de incomodar tanto". Ao escrever, fixando fatos e pensamentos, eu descarregava as emoções q esses assuntos me traziam, e passava a vê-los de forma mais "distanciada" ou "bem resolvida".
Acontecia de um "causo" de determinado aluno, ou uma efeméride q me envolvia privar-me do sono, circulando continuamente em meus pensamentos, até q eu escrevia um texto sobre isso e a questão parava de me incomodar.
Quase como se ao "dar upload" a uma memória, eu a pudesse remanejar para meu "arquivo morto" mental e então "colocar uma pedra sobre o assunto", uma vez q sobre ele já escrevi, refleti; e quando o quiser revisitar, estará na ponta dos dedos.
Ao escrever sobre meu presente e perceber q isso me fazia bem, tive a idéia q nos leva ao segundo motivo q me faz escrever.
2 - Divulgar meu testemunho de época.
Como historiadora conheço o valor e a importância de documentos de época. E não apenas são documentos de época "textos oficiais", jornais, livros. Tb são matéria-prima da História diários, cartas pessoais, declarações, testamentos, depoimentos. São instrumentos fundamentais para o estudo da História das Idéias, da Mentalidade, do Cotidiano.
Ao relatar minhas impressões sobre a vida, elas podem até não ser relevantes ou "impressionantes" hoje. Mas daqui a 200 anos este blog pode ser um documento muito útil para pesquisadores estudarem a vida neste princípio do século XXI. Meu testemunho pode parecer enfadonho hoje, mas pode ser muito interessante conforme os séculos passam.
Outra questão subjacente é o fazer-me conhecer por meus descendentes: netos, trinetos, tataranetos, q não virei a conhecer. Isso visando procurei escrever também sobre meus antepassados, citando nomes e lugares, para q no futuro minha descendência saiba sua origem.
Busquei na memória e fiz pesquisa com minha avó para q ela me contasse mais detalhes sobre estes fatos pregressos q se passaram em sua infância, e os relatei o mais fielmente possível. Se não tivesse lhe perguntado esses fatos morreriam com ela. Se eu não tomasse a iniciativa de os eternizar por escrito, no futuro os descendentes dos Bianchetti, Pilon, Gonçalves, Alves, Reiter, Ignácio, Novais, Silva, Tomasella, Ramos, Alencar, Massuella, jamais saberiam de q forma essas famílias se uniram e aparentaram-se. Eu tenho a convivência com minha avó Tula q seus demais descendentes não têm, portanto apenas eu posso tomar o depoimento diretamente de sua testemunha ocular, e assim preservar a História Oral e as tradições da família. As quais "morreriam" se eu não as escrevesse.
3 - Publicar ensaios e reflexões.
Há pelo menos 9 anos participo ativamente de comunidades virtuais de debates teológicos. Comecei ainda nos tempos do Orkut com as comunidades Perguntas Cristãs Complicadas, Perguntas Cristãs Complexas, Religião & Vida (criminosamente deletada) e a Perguntas Cristãs Ridículas. Esta última, criei e moderava com muito prazer. Por sua causa dui excluída do Orkut, e passei a moderar a Bnei Noach - Filhos de Noé no Facebook.
Nenhum dinheiro no mundo seria capaz de pagar pelo treinamento q nessas comunidades tive sobre praticamente todos os aspectos da experiência humana. Como cheguei a participar de tudo isso vale o relato.
Sempre tive desde criança uma "sede" pelo transcendental. Apesar de nunca ter gostado de ir no centro espírita (o q vale outro texto), sentia um certo "comichão" q me levava a tentar me conectar e descobrir o q "havia além" deste mundo. Já na faculdade, ao aprender justamente sobre a importância dos documentos de época, me decidi a ler o mais fundamental deles. Também fui estimulada a isso pela presença no campus de missionários evangélicos americanos, do grupo "Alpha e Ômega". Queria com eles praticar e desenferrujar meu inglês. Mas o único assunto sobre o qual queriam conversar era "a Bíblia".
Não me fiz de rogada. Comprei uma boa tradução (a "Bíblia de Jerusalém") e li. Não li inteira, confesso. Pulei os profetas. Mas li todo o resto, Antigo e Novo Testamento. Acho q li uns 70% da Bíblia católica, mais extensa q a protestante e, obviamente, q o Tanach hebreu. Antes de começar a ler, dela tinha uma idéia superficial, preconceituosa. E talvez prosseguisse a ter essa visão não fosse minha formação como historiadora.
É um texto cru, sangrento, machista, xenófobo, violento. Retrata sacrifícios humanos, recomenda o genocídio completo dos cananeus, prescreve apedrejamentos, rituais sacrificiais, espalha o preconceito e afirma q a mulher é propriedade do marido. Completamente chocante.
Sim, chocante. Compreendido com os olhos de hoje. Porém, se analisado sob a perspectiva histórica, todos esses temas ganham outros matizes. O Antigo Testamento foi escrito na Idade do Bronze, por um povo de pastores nômades q tentava sobreviver no deserto, ameaçado por diversos poderosos impérios, e por eles escravizados.
Ao ler as Escrituras Hebraicas sob o prisma de sua historicidade, esses detalhes chocantes cessam de incomodar. Não há como exigir de um texto fixado há 2.500 anos conceitos como o respeito aos Direitos Humanos, Auto-determinação dos povos, liberdade de culto, igualdade entre os sexos. Seria um completo anacronismo, por exemplo, descartar a Bíblia por ser machista, uma vez q a Revolução Sexual, q tanto me beneficia, aconteceu há meros 50 anos.
Uma vez isso compreendido, outros temas do texto saltam aos olhos. O conceito de responsabilidade civil, de misericórdia, a prescrição de q o escravo deve ser libertado após 7 anos, ou q se for agredido ganha a liberdade, o respeito ao trabalhador, aos órfãos e viúvas, o respeito aos animais, a recomendação do perdão, a necessidade do devido processo legal, testemunhas e defesa num julgamento. O "amai ao próximo como a ti mesmo" (Levítico 19:18).
Assim analisado em todas as suas matizes, à luz da compreensão histórica, vemos q todos estes temas eram, em sua época, inéditos e revolucionários. Assim nos damos conta da profundidade da contribuição do povo hebreu para a construção do ethos e da práxis ocidentais. E pq nossa civilização não é "Ocidental", mas Judaico-Cristã-Ocidental.
E quanto mais eu lia, estudava, analisava, questionava esse texto, mais ele se engrandecia em significados e profundidade. Confesso: o q começou com a curiosidade de um passatempo ou oportunidade de agregar um "acessório intelectual" para poder debater teologia em grau profundo, tornou-se uma paixão quase obsessiva.
E quanto mais eu lia e debatia nessas comunidades virtuais, mais eu me interessava em saber mais. Foi assim q me direcionei aos estudos judaicos e comecei a ter algumas idéias, argumentos e mesmo "teses" teológicas próprias. Vi q os contendores de idéias católicos e evangélicos eram "fichinha". Q estudo realmente sério eu teria em sinagogas e yeshivás. E passei a investir nestes interlocutores, q realmente sabem do q estão falando, não espalham "achismos" nem "o q é loucura par os sábios" (1 Coríntios 1:23).
E assim comecei a produzir textos com meus modestos estudos, reflexões, questionamentos e afins sobre as Escrituras. Muitas vezes me surpreendi em pleno sábado à noite me deleitando em elaborar idéias entre o Mishnê Torah e o Moré HaNevuchim (Guia dos Perplexos)!
4 - Treinar a arte da escrita.
Ainda hoje não sei se levo muito jeito para professora. Também não sei muito ao certo se gostaria de trabalhar na iniciativa privada, tornar-me empreendedora, fazer uma conversão ortodoxa seguida de Aliyah, virar hippie e me mudar pra Alto Paraíso de Goiás, casar ou comprar ou comprar uma bicicleta.
Certa vez numa grave crise de identidade em plena noite insone passei horas me questionando sobre meu propósito nesta vida, e perguntei-me: "o q eu queria ser quando crescesse?". Só uma resposta me veio à lembrança. Sempre sonhei em um dia ser escritora. Lembrei-me das dúzias de cadernos q preenchia com fantasias quando era pré-adolescentes, dos lugares exóticos e nomes pitorescos q dava aos meus personagens. Das centenas de poemas q escrevi e mantenho bem guardadinhos, como trunfos na manga, para procurar uma editora num momento de desemprego.
Escrevendo neste blog não apenas eu atinjo todos os objetivos supracitados, como treino, refino, destilo, instilo, sofistico e lapido meu "chamamento literário". Percebo meus cacoetes. O uso do "q" e não "quê". Meus vícios de linguagem, pedantismos, auto-comiseração, auto-indulgência, omissões, senões e pontos fracos. Onde sou chata e onde pego direto no ponto. Treino a construção de imagens multi-sensoriais, com certa beleza poética.
Vou estudando a arte q nenhum mestre pode ensinar: como ser um observador arguto, perspicaz, e às vezes inclemente, de si mesmo, dos q me cercam, da sociedade e da cultura q nos produziu. E a reproduzir essas observações em apenas 27 caracteres, de forma bela e quiçá relevante.
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Vinagrete / Molho a Campana
Ingredientes:
2 tomates
1 cebola
Meio pimentão
Meio maço de cheiro verde (salsa e cebolinha)
Vinagre
Sal
Azeite
Orégano
Modo de preparo:
Pique em cubos pequenos os tomates, a cebola e o pimentão.
Corte em pedaços pequenos o cheiro-verde. Misture tudo.
Tempere a gosto com vinagre, sal, azeite e orégano.
Sirva acompanhando salada de folhas verdes, pastel ou churrasco.
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Vale realmente a pena ter filhos?
Como toda mulher, fui criada numa sociedade q, a despeito de sua pós-modernidade, sempre me disse q a "verdadeira felicidade" é obtida num enlace romântico q frutifique em filhos. Mesmo q as mulheres sejam estimuladas a estudar e ter uma profissão, isso ainda é encarado como um "plus a mais" a complementar a realização familiar. Fica subjacente q ser uma profissional é um "acessório" do qual a mulher pode prescindir. Já o tornar-se mãe e esposa seria condição sine qua non para ela se sentir "realizada".
Por muitos anos ecoei internamente essa forma de pensar, e também eu achava q minha mais importante missão na vida seria encontrar "o pai dos meus filhos", com ele casar e constituir família. O mais rápido possível. Por algumas vezes achei, quando mais jovem, ter encontrado "meu par ideal", e fosse menos responsável, poderia ter engravidado para já me adiantar, "segurar o namorado" e forçar um compromisso q assegurasse meu futuro.
Porém, se há algo q aprendi com Regina, q meu deu à luz, foi a não sair engravidando sem ter condições de manter meus filhos. Muito eu sofri por ter sido abandonada, criada por meus avós, sem pai nem mãe. Eu jamais faria um filho meu passar por isso, portanto sempre tive muito claro comigo q um filho não deve ser gerado "com um objetivo", seja ele sair da casa dos pais, amarrar um namorado ou mesmo "recomeçar". Para Regina engravidar era um instrumento para atingir um objetivo imediato. Como seria o futuro da criança, não vinha ao caso. Nunca pretendi reproduzir sua irresponsabilidade, q devastou não só sua vida, como a minha, de minhas irmãs e meus avós.
Mesmo assim segui sonhando em "cumprir meu papel de mulher", cuja realização final é ter ao menos 1 filho. Porém algumas coisas me fizeram repensar completamente meus planos.
Quando me mudei para Rio Claro vi q minha vizinha de muro, S, tinha essa vida aparente de comercial de margarina. Casada, com uma filha saudável e loirinha, e outra nasceu no intervalo no qual aqui estou morando. Quem observa essa família do portão pra fora acha q eles têm "a família perfeita e feliz" e q S provavelmente "realizou todos os seus sonhos".
Porém, devido ao muro baixo q separa minha casa da dela, eu sei q isso nada mais é q ilusão. S odeia sua vida. Maltrata suas filhas. Grita com seu marido por qquer motivo, às vezes madrugada adentro. Já a ouvi diversas vezes gritar, exasperada, deseducando suas meninas, destratando-as, já a ouvi chamá-las de retardadas, bater nelas mesmo ainda bem pequenas, ameaçar separar- se do marido aos berros mais de meia noite, sem nenhuma consideração ou reflexão de que seus barracos, mais do q incomodar aos vizinhos, traumatizam às pequenas.
Com essa experiência comecei a questionar-me se realmente valia a pena casar-me e ter filhos. Pois, não fosse o muro baixo e os altos decibéis da histeria de S, provavelmente eu acharia q ela tem uma vida idílica e uma família feliz. E, assim sendo, talvez as outras famílias e pessoas q eu acho q são felizes, talvez eu só o ache por não ser exposta às suas brigas e desabafos.
Tenho já a esta altura da minha vida vários amigos da minha idade q são casados e têm filhos. Vistos do portão pra fora, ou em datas marcadas e festivas, parecem todos tão felizes quanto a família de S parece ser aos demais vizinhos. Por mais intimidade q eu tenha com meus amigos, ela quase nunca chega ao ponto de eu poder diretamente perguntar se eles realmente são felizes ou se tal é só fachada.
Às vezes acontece de um casal q eu tinha certeza de ser sólido e "para toda a a vida" de repente se separar. Este ano mesmo vi como uma aparente harmonia pode ser dissolvida inadvertidamente. Um casal de amigos queridos, casados há 10 anos, com 2 filhas, que pareciam muito felizes e se entender muito bem, se separou. Há menos de 1 ano estive na casa deles, e pareciam estar muito bem, muito felizes, estáveis e com projetos para o futuro. Sua união de longa data era um dos motivos para eu ainda crer em "casamentos felizes" até q, recentemente, descobri q se separaram. Perceber q há menos de 1 anos eles não davam nenhuma mostra de o casamento estar "balançado" ou "por um fio" e q num intervalo tão curto sua união degringolou meio q minou minha esperança de um dia ter uma união realmente estável, na qual valha a pena receber filhos.
Outra variável a se considerar antes de ter um filho é a questão financeira. Criar um filho até o fim da faculdade custa em torno de 200 mil reais. A cifra assim crua parece exagerada. Mas não. A conta a seguir talvez os convença: se uma mãe despender ou um pai pagar "pensão alimentícia" de 1 salário mínimo mensal, no valor aproximado de 600 reais (o q apenas assegura a sobrevivência, sem "luxos" como viagens e escolas particulares), os gastos totalizarão 7.200,00 reais anuais. Esse valor ao longo de 24 anos totaliza 172.800,00 . Simples e assustador assim.
Durante toda minha vida jamais recebi pensão alimentícia do lado paterno, então aprendi a não contar com isso e q os homens, de forma geral, não são de confiança. Portanto sempre tive firme na cabeça a noção de q por melhor, mais amoroso, ou por mais "bom partido" q parecesse meu amantíssimo namorado da ocasião, seria grande a possibilidade de eu no futuro me ver sozinha com meus filhos para criar, sem poder contar com nenhum amparo material do pai das crianças. Como simplesmente deixar meus filhos para trás para serem criados por outros parentes sempre esteve fora de questão para mim, sempre tive fixa a noção q antes de ter filhos era necessário q eu fosse mulher suficiente, adulta o suficiente, ter dinheiro suficiente, para eu mesma ser capaz de, sozinha, prover um lar estável pra minha prole.
O problema é q ainda hj, q já sou licenciada e bacharel, efetiva e concursada, não me sobram 600 reais livres, q eu despenderia se já tivesse um filho. Portanto ainda hj, às vésperas de completar 30 anos, ainda não tenho condições de sustentar um filho a contento, sem q ele e eu tenhamos q passar "vontades" ou mesmo privações. E sinceramente não sei se ainda em minha idade fértil me verei financeiramente estável o suficiente para me permitir engravidar sem, já ao receber o resultado positivo, começar a me sentir em dívida e aquém do q deveria diante da vida em projeto, cuja realização desde o princípio me parecerá além do q sou capaz.
Pensando assim, vejo q se tivesse filhos, teria q trabalhar muito mais horas do q realmente gostaria ou estou disposta. Se eu não chegar a ter filhos, talvez nunca seja obrigada a cumprir a carga horária completa. Economizando este salário mínimo mensal eu poderia me manter trabalhando apenas meio período. Pois eu, sozinha, posso aceitar me privar de uma série de "luxos". Porém se tivesse filhos, não ficaria tranquila em privá-los de viagens, aulas de ballet, judô, inglês, violino, auto-escola, e tudo o mais q é de se esperar q um filho da classe média tenha acesso.
A última questão problemática q citarei, a se ponderar antes de trazer uma nova vida ao mundo, é o quanto a chegada de uma criança transforma, inegociavelmente, a vida de uma pessoa. Para uma mulher a primeira preocupação é a transformação q seu corpo sofre durante a gestação. Por mais q romantizemos a maternidade, todas temos ojeriza às estrias, quilos extras, à idéia assustadora do parto, aos seios caídos, e à quase certeza de q nosso corpo jamais voltará a ser como era antes.
A isso é necessário somar q a chegada de um bebê revoluciona a relação do casal, acaba com sua privacidade, as noites tranqüilas de sono, as saídas com os amigos, as viagens despreocupadas. É muito frequente q o pai/marido, se vendo relegado ou substituído pela relação mãe/bebê, não "aguente o tranco" e pule fora; ou ao perceber q a sílfide com a qual casou agora é uma matrona queira outras aventuras, mais leves, sem cobranças e q não envolvem cocô, leite nem choro em plena madrugada a fio.
Tenho muita vontade e gostaria de ter filhos. Se eu tivesse uma pródiga situação financeira, e me sobrasse muito dinheiro todo mês, talvez a esta altura eu já os tivesse. Sinto falta de cuidar de alguém e ser recebida ao chegar em casa com um abraço e um sorriso de uma pessoinha para quem eu sou o mundo inteiro. Mas eu jamais colocaria uma criança no mundo de forma irresponsável e egoísta, sem ter de antemão assegurado q serei capaz, ao fim e ao cabo, de sustê-la, amá-la e prover-lhe todo o necessário, e muito mais q o estritamente necessário.
Ainda não tenho filhos por já amá-los e pensar responsavelmente sobre qual seria seu futuro antes mesmo de eles nascerem. Ainda não tenho filhos pois eu jamais me perdoaria se os fizesse passar por todo o sofrimento e desarranjo q sofri.
Conforme o tempo vai passando e me vejo amadurecer, cada vez mais percebo a seriedade da responsabilidade de ter um filho, todas as variáveis complexas nisso envolvidas, toda a dedicação q para isso exigirei de mim mesma. E assim vou deixando a questão em suspenso. Como ainda sou jovem e a Medicina cada vez mais avança, acho q ainda tenho mais 20 anos para decidir. E, sinceramente, acho q para mim seria muito melhor engravidar à beira dos 50 do q hj, à beira dos 30.
Veremos!
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Por muitos anos ecoei internamente essa forma de pensar, e também eu achava q minha mais importante missão na vida seria encontrar "o pai dos meus filhos", com ele casar e constituir família. O mais rápido possível. Por algumas vezes achei, quando mais jovem, ter encontrado "meu par ideal", e fosse menos responsável, poderia ter engravidado para já me adiantar, "segurar o namorado" e forçar um compromisso q assegurasse meu futuro.
Porém, se há algo q aprendi com Regina, q meu deu à luz, foi a não sair engravidando sem ter condições de manter meus filhos. Muito eu sofri por ter sido abandonada, criada por meus avós, sem pai nem mãe. Eu jamais faria um filho meu passar por isso, portanto sempre tive muito claro comigo q um filho não deve ser gerado "com um objetivo", seja ele sair da casa dos pais, amarrar um namorado ou mesmo "recomeçar". Para Regina engravidar era um instrumento para atingir um objetivo imediato. Como seria o futuro da criança, não vinha ao caso. Nunca pretendi reproduzir sua irresponsabilidade, q devastou não só sua vida, como a minha, de minhas irmãs e meus avós.
Mesmo assim segui sonhando em "cumprir meu papel de mulher", cuja realização final é ter ao menos 1 filho. Porém algumas coisas me fizeram repensar completamente meus planos.
Quando me mudei para Rio Claro vi q minha vizinha de muro, S, tinha essa vida aparente de comercial de margarina. Casada, com uma filha saudável e loirinha, e outra nasceu no intervalo no qual aqui estou morando. Quem observa essa família do portão pra fora acha q eles têm "a família perfeita e feliz" e q S provavelmente "realizou todos os seus sonhos".
Porém, devido ao muro baixo q separa minha casa da dela, eu sei q isso nada mais é q ilusão. S odeia sua vida. Maltrata suas filhas. Grita com seu marido por qquer motivo, às vezes madrugada adentro. Já a ouvi diversas vezes gritar, exasperada, deseducando suas meninas, destratando-as, já a ouvi chamá-las de retardadas, bater nelas mesmo ainda bem pequenas, ameaçar separar- se do marido aos berros mais de meia noite, sem nenhuma consideração ou reflexão de que seus barracos, mais do q incomodar aos vizinhos, traumatizam às pequenas.
Com essa experiência comecei a questionar-me se realmente valia a pena casar-me e ter filhos. Pois, não fosse o muro baixo e os altos decibéis da histeria de S, provavelmente eu acharia q ela tem uma vida idílica e uma família feliz. E, assim sendo, talvez as outras famílias e pessoas q eu acho q são felizes, talvez eu só o ache por não ser exposta às suas brigas e desabafos.
Tenho já a esta altura da minha vida vários amigos da minha idade q são casados e têm filhos. Vistos do portão pra fora, ou em datas marcadas e festivas, parecem todos tão felizes quanto a família de S parece ser aos demais vizinhos. Por mais intimidade q eu tenha com meus amigos, ela quase nunca chega ao ponto de eu poder diretamente perguntar se eles realmente são felizes ou se tal é só fachada.
Às vezes acontece de um casal q eu tinha certeza de ser sólido e "para toda a a vida" de repente se separar. Este ano mesmo vi como uma aparente harmonia pode ser dissolvida inadvertidamente. Um casal de amigos queridos, casados há 10 anos, com 2 filhas, que pareciam muito felizes e se entender muito bem, se separou. Há menos de 1 ano estive na casa deles, e pareciam estar muito bem, muito felizes, estáveis e com projetos para o futuro. Sua união de longa data era um dos motivos para eu ainda crer em "casamentos felizes" até q, recentemente, descobri q se separaram. Perceber q há menos de 1 anos eles não davam nenhuma mostra de o casamento estar "balançado" ou "por um fio" e q num intervalo tão curto sua união degringolou meio q minou minha esperança de um dia ter uma união realmente estável, na qual valha a pena receber filhos.
Outra variável a se considerar antes de ter um filho é a questão financeira. Criar um filho até o fim da faculdade custa em torno de 200 mil reais. A cifra assim crua parece exagerada. Mas não. A conta a seguir talvez os convença: se uma mãe despender ou um pai pagar "pensão alimentícia" de 1 salário mínimo mensal, no valor aproximado de 600 reais (o q apenas assegura a sobrevivência, sem "luxos" como viagens e escolas particulares), os gastos totalizarão 7.200,00 reais anuais. Esse valor ao longo de 24 anos totaliza 172.800,00 . Simples e assustador assim.
Durante toda minha vida jamais recebi pensão alimentícia do lado paterno, então aprendi a não contar com isso e q os homens, de forma geral, não são de confiança. Portanto sempre tive firme na cabeça a noção de q por melhor, mais amoroso, ou por mais "bom partido" q parecesse meu amantíssimo namorado da ocasião, seria grande a possibilidade de eu no futuro me ver sozinha com meus filhos para criar, sem poder contar com nenhum amparo material do pai das crianças. Como simplesmente deixar meus filhos para trás para serem criados por outros parentes sempre esteve fora de questão para mim, sempre tive fixa a noção q antes de ter filhos era necessário q eu fosse mulher suficiente, adulta o suficiente, ter dinheiro suficiente, para eu mesma ser capaz de, sozinha, prover um lar estável pra minha prole.
O problema é q ainda hj, q já sou licenciada e bacharel, efetiva e concursada, não me sobram 600 reais livres, q eu despenderia se já tivesse um filho. Portanto ainda hj, às vésperas de completar 30 anos, ainda não tenho condições de sustentar um filho a contento, sem q ele e eu tenhamos q passar "vontades" ou mesmo privações. E sinceramente não sei se ainda em minha idade fértil me verei financeiramente estável o suficiente para me permitir engravidar sem, já ao receber o resultado positivo, começar a me sentir em dívida e aquém do q deveria diante da vida em projeto, cuja realização desde o princípio me parecerá além do q sou capaz.
Pensando assim, vejo q se tivesse filhos, teria q trabalhar muito mais horas do q realmente gostaria ou estou disposta. Se eu não chegar a ter filhos, talvez nunca seja obrigada a cumprir a carga horária completa. Economizando este salário mínimo mensal eu poderia me manter trabalhando apenas meio período. Pois eu, sozinha, posso aceitar me privar de uma série de "luxos". Porém se tivesse filhos, não ficaria tranquila em privá-los de viagens, aulas de ballet, judô, inglês, violino, auto-escola, e tudo o mais q é de se esperar q um filho da classe média tenha acesso.
A última questão problemática q citarei, a se ponderar antes de trazer uma nova vida ao mundo, é o quanto a chegada de uma criança transforma, inegociavelmente, a vida de uma pessoa. Para uma mulher a primeira preocupação é a transformação q seu corpo sofre durante a gestação. Por mais q romantizemos a maternidade, todas temos ojeriza às estrias, quilos extras, à idéia assustadora do parto, aos seios caídos, e à quase certeza de q nosso corpo jamais voltará a ser como era antes.
A isso é necessário somar q a chegada de um bebê revoluciona a relação do casal, acaba com sua privacidade, as noites tranqüilas de sono, as saídas com os amigos, as viagens despreocupadas. É muito frequente q o pai/marido, se vendo relegado ou substituído pela relação mãe/bebê, não "aguente o tranco" e pule fora; ou ao perceber q a sílfide com a qual casou agora é uma matrona queira outras aventuras, mais leves, sem cobranças e q não envolvem cocô, leite nem choro em plena madrugada a fio.
Tenho muita vontade e gostaria de ter filhos. Se eu tivesse uma pródiga situação financeira, e me sobrasse muito dinheiro todo mês, talvez a esta altura eu já os tivesse. Sinto falta de cuidar de alguém e ser recebida ao chegar em casa com um abraço e um sorriso de uma pessoinha para quem eu sou o mundo inteiro. Mas eu jamais colocaria uma criança no mundo de forma irresponsável e egoísta, sem ter de antemão assegurado q serei capaz, ao fim e ao cabo, de sustê-la, amá-la e prover-lhe todo o necessário, e muito mais q o estritamente necessário.
Ainda não tenho filhos por já amá-los e pensar responsavelmente sobre qual seria seu futuro antes mesmo de eles nascerem. Ainda não tenho filhos pois eu jamais me perdoaria se os fizesse passar por todo o sofrimento e desarranjo q sofri.
Conforme o tempo vai passando e me vejo amadurecer, cada vez mais percebo a seriedade da responsabilidade de ter um filho, todas as variáveis complexas nisso envolvidas, toda a dedicação q para isso exigirei de mim mesma. E assim vou deixando a questão em suspenso. Como ainda sou jovem e a Medicina cada vez mais avança, acho q ainda tenho mais 20 anos para decidir. E, sinceramente, acho q para mim seria muito melhor engravidar à beira dos 50 do q hj, à beira dos 30.
Veremos!
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terça-feira, 27 de novembro de 2012
A cor do som
Este texto é sobre uma das mais deliciosas situações q já passei, um intervalo de 1 hora verdadeiramente maravilhoso.
Ano de 2006. Eu namorava o multi-instrumentista FAG. Já muito experiente em tocar diversos instrumentos, recentemente comprara uma cítara, ou sitar, como ele gostava de dizer, importada diretamente da Índia. Ao comprá-la F descobriu q não havia como nela tocar melodias inscritas na notação ocidental, do lá ao sol. As partituras e acordes q ele conhecia de cor não tinham como ser tocadas na cítara, com muito mais cordas e complicações do q os instrumentos q ele dominava.
Por algumas semanas ele se contentou em "brincar" com o instrumento, explorando sua musicalidade, enquanto eu assistia nas nuvens. Porém, músico sério q é, queria ir muito além. Queria dominar o instrumento. Queria reproduzir as músicas de Ravi Shankar, cujos LP's ouvíamos em êxtase.
Como é de se esperar, não é fácil encontrar um professor de cítara no Brasil. Ele havia encontrado na internet apenas um, justamente uma referência nacional no instrumento, o respeitado músico Alberto Marsicano. Entrou em contato com ele e marcou uma aula para um dia de sábado.
Como vcs podem imaginar, não é muito fácil transportar uma cítara, instrumento grande e delicado. O pai de F nos levou de carro até o metrô e de lá seguimos carregando-a com todo o cuidado possível até a linha verde, e na rua Augusta pegamos um ônibus até o Jardim Europa. A casa de Marsicano era linda, cheia de plantas. Nos levou à sua sala de música.
Sentei-me numa cadeira para observar e eles no chão, sobre tapetes bordados. Desculpem-me se minha descrição da aula for ineficiente, não sou profissional da música.
Marsicano é uma figura sui generis. Semblante plácido, longos cabelos naturalmente grisalhos, roupas claras e soltas, com fazenda tecida artesanalmente. Exala uma aura, uma luz, diferente dos "mortais comuns", uma certa segurança, um ar de experiência, uma calma bonachona. Uma paz interior aniquilante, um ímpeto genuíno de querer espalhar sua arte da melhor forma possível. Isso ficava claro pelo preço q cobrava, de 50 reais por aula, à época. F pagou sem reclamar. Me vendo diante de Marsicano, do seu domínio do instrumento, e depois ao me informar sobre sua trajetória e como ele é respeitado, este pareceu-me quase um preço simbólico. Ele não estava a dar aquela aula para ganhar seu pão, amplamente assegurado por suas apresentações e discos gravados. Ele estava a dar aquela aula por generosidade, por querer multiplicar e disseminar a arte de tocar cítara no Brasil.
Marsicano começou falando q a notação musical indiana não corresponde à Ocidental, e portanto para tocar uma música ou melodia ocidental numa cítara era necessário muito estudo e uma grande licença poética, adaptando ou melhor, reescrevendo, a música.
Explicou q as escalas musicais para se tocar cítara eram classificadas em cores. Tocando maravilhosamente um trecho falava: ele é amarelo, este é vermelho, este é azul. E conforme ele tocava e explicava eu sentia internamente as vibrações etéreas da cítara, q de forma quase palpável desenhavam uma aura colorida, conforme as cores q ele enunciava. A escala azul tinha baixa energia e um tom melancólico. A escala vermelha era contagiante, apaixonada, voraz. A escala amarela era fragrante, fresca e juvenil.
Por uma maravilhosa hora inteira fiquei assistindo a este grande mestre tocar e ensinar a F como manejar e compreender a escala musical indiana, em completo êxtase. Foi um daquele momentos em q é bom calar os pensamentos, e num estado meditativo, apenas fruir o momento, deleitar-se, aproveitar o presente, sem preço, de ver-se diante de uma aula particular de um grande mestre.
Nunca me arrisquei a tocar a cítara de F, mas depois dessa aula foi perceptível o enriquecimento das melodias q ele já era capaz de tirar do instrumento. Eu acompanhava, no céu, seus estudos. Ele tocava enquanto eu cozinhava, dormia, ou apenas assistia com um sorriso franco plasmado, deixando-me levar por sua música etérea, numa sintonia celestial.
Dentre todas as boas oportunidades de experiências interessantes q tive até agora, assistir a esta aula de cítara q Marsicano deu a F, foi com certeza foi uma das melhores. Uma daquelas ocasiões surpreendentes e inestimáveis q nos deixam uma marca profunda. Esta foi sensível, artística, onírica. Me despertou para a pluralidade e diversidade musical do mundo. Me apresentou a uma pessoa nova e interessantíssima.
Me mostrou q cada som, cada nota, tem seu tom, sua energia, sua cor. Me ensinou a mais do q ouvir, ver a música, sentir sua vibração, usar mais de um sentido para compreender o inefável, o q não pode ser descrito, apenas sentido, apenas intuído com a sensibilidade de nossa alma.
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Ano de 2006. Eu namorava o multi-instrumentista FAG. Já muito experiente em tocar diversos instrumentos, recentemente comprara uma cítara, ou sitar, como ele gostava de dizer, importada diretamente da Índia. Ao comprá-la F descobriu q não havia como nela tocar melodias inscritas na notação ocidental, do lá ao sol. As partituras e acordes q ele conhecia de cor não tinham como ser tocadas na cítara, com muito mais cordas e complicações do q os instrumentos q ele dominava.
Por algumas semanas ele se contentou em "brincar" com o instrumento, explorando sua musicalidade, enquanto eu assistia nas nuvens. Porém, músico sério q é, queria ir muito além. Queria dominar o instrumento. Queria reproduzir as músicas de Ravi Shankar, cujos LP's ouvíamos em êxtase.
Como é de se esperar, não é fácil encontrar um professor de cítara no Brasil. Ele havia encontrado na internet apenas um, justamente uma referência nacional no instrumento, o respeitado músico Alberto Marsicano. Entrou em contato com ele e marcou uma aula para um dia de sábado.
Como vcs podem imaginar, não é muito fácil transportar uma cítara, instrumento grande e delicado. O pai de F nos levou de carro até o metrô e de lá seguimos carregando-a com todo o cuidado possível até a linha verde, e na rua Augusta pegamos um ônibus até o Jardim Europa. A casa de Marsicano era linda, cheia de plantas. Nos levou à sua sala de música.
Sentei-me numa cadeira para observar e eles no chão, sobre tapetes bordados. Desculpem-me se minha descrição da aula for ineficiente, não sou profissional da música.
Marsicano é uma figura sui generis. Semblante plácido, longos cabelos naturalmente grisalhos, roupas claras e soltas, com fazenda tecida artesanalmente. Exala uma aura, uma luz, diferente dos "mortais comuns", uma certa segurança, um ar de experiência, uma calma bonachona. Uma paz interior aniquilante, um ímpeto genuíno de querer espalhar sua arte da melhor forma possível. Isso ficava claro pelo preço q cobrava, de 50 reais por aula, à época. F pagou sem reclamar. Me vendo diante de Marsicano, do seu domínio do instrumento, e depois ao me informar sobre sua trajetória e como ele é respeitado, este pareceu-me quase um preço simbólico. Ele não estava a dar aquela aula para ganhar seu pão, amplamente assegurado por suas apresentações e discos gravados. Ele estava a dar aquela aula por generosidade, por querer multiplicar e disseminar a arte de tocar cítara no Brasil.
Marsicano começou falando q a notação musical indiana não corresponde à Ocidental, e portanto para tocar uma música ou melodia ocidental numa cítara era necessário muito estudo e uma grande licença poética, adaptando ou melhor, reescrevendo, a música.
Explicou q as escalas musicais para se tocar cítara eram classificadas em cores. Tocando maravilhosamente um trecho falava: ele é amarelo, este é vermelho, este é azul. E conforme ele tocava e explicava eu sentia internamente as vibrações etéreas da cítara, q de forma quase palpável desenhavam uma aura colorida, conforme as cores q ele enunciava. A escala azul tinha baixa energia e um tom melancólico. A escala vermelha era contagiante, apaixonada, voraz. A escala amarela era fragrante, fresca e juvenil.
Por uma maravilhosa hora inteira fiquei assistindo a este grande mestre tocar e ensinar a F como manejar e compreender a escala musical indiana, em completo êxtase. Foi um daquele momentos em q é bom calar os pensamentos, e num estado meditativo, apenas fruir o momento, deleitar-se, aproveitar o presente, sem preço, de ver-se diante de uma aula particular de um grande mestre.
Nunca me arrisquei a tocar a cítara de F, mas depois dessa aula foi perceptível o enriquecimento das melodias q ele já era capaz de tirar do instrumento. Eu acompanhava, no céu, seus estudos. Ele tocava enquanto eu cozinhava, dormia, ou apenas assistia com um sorriso franco plasmado, deixando-me levar por sua música etérea, numa sintonia celestial.
Dentre todas as boas oportunidades de experiências interessantes q tive até agora, assistir a esta aula de cítara q Marsicano deu a F, foi com certeza foi uma das melhores. Uma daquelas ocasiões surpreendentes e inestimáveis q nos deixam uma marca profunda. Esta foi sensível, artística, onírica. Me despertou para a pluralidade e diversidade musical do mundo. Me apresentou a uma pessoa nova e interessantíssima.
Me mostrou q cada som, cada nota, tem seu tom, sua energia, sua cor. Me ensinou a mais do q ouvir, ver a música, sentir sua vibração, usar mais de um sentido para compreender o inefável, o q não pode ser descrito, apenas sentido, apenas intuído com a sensibilidade de nossa alma.
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sábado, 24 de novembro de 2012
Dum outro tipo de sensibilidade
Há muitos episódios de minha vida sobre os quais nunca bloguei e num recente exercício de reflexão constatei q estava a ser injusta com pessoas muito importantes, q marcaram e transformaram minha vida, mas jamais foram citadas, e o merecem. Nesta ocasião vou contar sobre o episódio em q namorei um verdadeiro príncipe.
Com 17 anos fiz cursinho pré-vestibular e conheci H "Figura", pois além de estudarmos juntos morávamos próximos e fazíamos o caminho de volta pra casa à noite à pé, batendo papo. No ano seguinte ele foi trabalhar numa empresa q vendia videokês, de propriedade de Taiwaneses, e quando eles precisaram de alguém com bom domínio do português para revisar as músicas no seu software, Figura me indicou e logo consegui na King Star meu terceiro emprego, aos 18 anos.
Depois de alguns meses a firma fechou, com lances de trama policial envolvendo a máfia chinesa, eu passei no vestibular, me mudei para o Butantã e passamos uns tempos sem nos falar (na época não havia rede social na internet como hoje).
Quando eu estava no quarto ano da faculdade nos falamos novamente e ele me convidou prum churrasco na casa dum amigo em São Miguel Paulista. Eu nunca tinha estado lá, tive q fuçar na internet como faria pra chegar de busão, mas como queria reencontrar um velho amigo, fui.
Churras maravilhoso, muita gente legal. Revi inclusive a J, mulher do Figura, e q também considero uma amiga querida. O dono da casa, F, era mais do q músico, era um multi-instrumentista. Em sua casa tinha piano, violão, bateria, guitarra, cavaquinho, baixo, pandeiro, violino, atabaque, gaita, vários outros instrumentos q nem sei citar, e sua mais recente aquisição: uma cítara. Muito talentoso, F tocou para nós.
Eu não havia lhe prestado maior atenção além da admiração do tipo "q cara gente fina" até q, quando fui me despedir, ele me deu um olhar q parecia guardar todas as virtualidades do mundo. F é o tipo de pessoa cuja alma transborda num olhar direto, profundo, q nos cala e estremece. Ele nada disse, mas seu olhar tem mais eloquência q Fidel Castro.
Fiz minha viagem de 3 horas de volta pro Rio Pequeno com aquele olhar q não queria se calar plasmado em meus pensamentos. No dia seguinte falei com a J, acho q já pelo orkut recém-criado, perguntando se F era solteiro. Prontamente respondeu q sim, e q achava q daríamos um belo par. Não me lembro bem se ela me deu o e-mail dele, ou se ela disse pra ele q eu estava interessada e deu para ele meu e-mail, mas de toda forma entramos em contato e marcamos um encontro na Livraria da Vila, na Vila Madalena. Ele foi, conversamos, demos umas voltas e logo aquele olhar se transformou num beijo. Num beijo ao mesmo tempo contundente e delicado, descompromissado e verdadeiro, físico e espiritual.
Antes q ele entrasse no metrô para o longo trajeto de volta à Zona Leste, já tínhamos marcado de eu passar o final de semana na casa dele. Namoramos por apenas 4 meses, mas tal foi nossa simbiose, q olhando para trás, parece q foi muito mais, pelo tanto de experiências e crescimento q disso tirei.
F morava sozinho, em casa própria, e era um ano mais jovem q eu. Claro q estranhei, e então me contou sua história. Seu pai era empreendedor, dono de uma pequena empresa de ferramentaria de alta tecnologia, fazia um trabalho altamente especializado, com poucos concorrentes, e regiamente remunerado. Jovem, se casara com a mãe de F, num daqueles casamentos de sonho q tem tudo pra dar certo e q logo frutificou num pequeno príncipe: F. Depois se divorciaram e seu pai contraiu segundas núpcias. F meio q se tornou "the wild child", largou o ensino médio e queria sair de casa quando seu pai lhe ofereceu sua casa própria, pois F apesar de tudo trabalhava na empresa da família, e era o possível herdeiro q tocaria o negócio adiante no futuro.
Casa, emprego e futuro garantidos, coroados por melodias ao vivo a qualquer hora do dia, tocadas por um gatinho tatuado com barriga tanquinho? Eu tava no céu, me sentindo a princesa consorte de São Miguel Paulista. Todos os finais de semana passava na casa dele, conheci seus pais e avós, q pareceram me aprovar e estar muito felizes de F estar namorando "uma estudante da USP de aparência séria".
Porém, no meu olhar viciado q procura qualquer ínfimo motivo para me agarrar à desdicha, até em F eu via defeitos. Como estava "na Academia" queria com todos ter conversas altamente intelectualizadas sobre Freud, Piaget, Caio Prado Jr., Vygotsky, Hobsbawm. E quando tentava dessas coisa falar com F, grande era meu desapontamento ao me ver diante de um "high school drop out". Ele não acompanhava "o nível da conversa" e eu me sentia frustrada, sem poder conversar sobre os assuntos q me interessavam.
Até q finalmente, dando um passo atrás de mim, percebi q o mesmo se passava com F. Muitas vezes ele dizia coisas q eu não entendia direito, e achava q não entendia pq ele, sendo menos "erudito" q eu ou não se expressava direito ou falava coisas sem nexo mesmo. Em muitas conversas ele falava algo, eu não sabia o q responder e simplesmente mudava de assunto, para um q eu dominasse. E ele não.
Após várias dessas situações percebi q estava errada. F não era depositário de um conhecimento menor ou mais limitado q o meu. Ele tinha pleno traquejo num outro tipo de conhecimento, q eu não dominava: a sensibilidade, a intuição, a expressão artística, o lidar com a dimensão interna, emocional, espiritual.
Era como se eu falasse grego e ele, latim. Eu me preocupasse com as coisas de fora e ele com as coisas de dentro. Eu fosse de Exatas e ele de Humanas. Ele falava com paixão de toadas musicais, tentou ferrenhamente me fazer ao menos tentar tocar os atabaques, e recusei me constatando completamente desarticulada e uma analfabeta rítmica.
Eu não me sentia pronta para baixar minha guarda, abrir uma brecha na minha couraça, me deixar sensibilizar e ser tocada emocionalmente de forma profunda por ninguém. Eu não estava pronta para ter um namorado tão legal. Ele era mais avançado, mais evoluído, num tipo diferente de sensibilidade q eu, hesitante, me recusava a tatear. Eu não queria ir tão fundo. Percebi q embora F me oferecesse toda a profundidade do seu olhar límpido, eu não queria fazer o mesmo. Preferia manter meu olhar semicerrado, desconfiado, com vários pés atrás com todo o mundo.
Devido a esse descompasso, pois F era ritmado e eu apenas ruído, nosso enlace romântico encontrou seu fim naturalmente. Não brigamos, apenas em certo momento paramos de nos ver. Continuamos amigos, trocando e-mails de vez em quando. Ele compareceu à comemoração dos meus 27 anos num barzinho gay no largo do Arouche e depois novamente ao meu de 29 anos num barzinho do Tatuapé, agora ladeado por sua atual mulher, M. Fiquei amiga de M, uma pessoa q transparece boas vibrações e ter uma energia compatível com F. Era claramente visível q M é um par muito melhor para F do q eu jamais fui ou serei. Lhes disse sinceramente o quanto me deixava feliz ver F com uma moça q combinava tanto com ele. Hj já têm uma filhinha, q tenho certeza há de ser muito feliz com dois pais com tão boa energia, e tão sincrônicos.
Deste episódio, com muitos outros capítulos q talvez depois relate, ficou um gosto bom. De ter desfrutado de grandes momentos de aprendizagem e enriquecimento com uma pessoa tão legal. De ter lembranças agradabilíssimas de F me tocando cítara e piano em plena madrugada. Das comidas vegetarianas q fizemos e nossos passeios matinais na feira do bairro. De ter descoberto, apesar da minha arrogância, q há outros tipos de erudição além da acadêmica. De ter sido desperta para a sensibilidade da delicadeza artística. De ter vislumbrado todo um novo mundo desconhecido e cheio de possibilidades.
Com 17 anos fiz cursinho pré-vestibular e conheci H "Figura", pois além de estudarmos juntos morávamos próximos e fazíamos o caminho de volta pra casa à noite à pé, batendo papo. No ano seguinte ele foi trabalhar numa empresa q vendia videokês, de propriedade de Taiwaneses, e quando eles precisaram de alguém com bom domínio do português para revisar as músicas no seu software, Figura me indicou e logo consegui na King Star meu terceiro emprego, aos 18 anos.
Depois de alguns meses a firma fechou, com lances de trama policial envolvendo a máfia chinesa, eu passei no vestibular, me mudei para o Butantã e passamos uns tempos sem nos falar (na época não havia rede social na internet como hoje).
Quando eu estava no quarto ano da faculdade nos falamos novamente e ele me convidou prum churrasco na casa dum amigo em São Miguel Paulista. Eu nunca tinha estado lá, tive q fuçar na internet como faria pra chegar de busão, mas como queria reencontrar um velho amigo, fui.
Churras maravilhoso, muita gente legal. Revi inclusive a J, mulher do Figura, e q também considero uma amiga querida. O dono da casa, F, era mais do q músico, era um multi-instrumentista. Em sua casa tinha piano, violão, bateria, guitarra, cavaquinho, baixo, pandeiro, violino, atabaque, gaita, vários outros instrumentos q nem sei citar, e sua mais recente aquisição: uma cítara. Muito talentoso, F tocou para nós.
Eu não havia lhe prestado maior atenção além da admiração do tipo "q cara gente fina" até q, quando fui me despedir, ele me deu um olhar q parecia guardar todas as virtualidades do mundo. F é o tipo de pessoa cuja alma transborda num olhar direto, profundo, q nos cala e estremece. Ele nada disse, mas seu olhar tem mais eloquência q Fidel Castro.
Fiz minha viagem de 3 horas de volta pro Rio Pequeno com aquele olhar q não queria se calar plasmado em meus pensamentos. No dia seguinte falei com a J, acho q já pelo orkut recém-criado, perguntando se F era solteiro. Prontamente respondeu q sim, e q achava q daríamos um belo par. Não me lembro bem se ela me deu o e-mail dele, ou se ela disse pra ele q eu estava interessada e deu para ele meu e-mail, mas de toda forma entramos em contato e marcamos um encontro na Livraria da Vila, na Vila Madalena. Ele foi, conversamos, demos umas voltas e logo aquele olhar se transformou num beijo. Num beijo ao mesmo tempo contundente e delicado, descompromissado e verdadeiro, físico e espiritual.
Antes q ele entrasse no metrô para o longo trajeto de volta à Zona Leste, já tínhamos marcado de eu passar o final de semana na casa dele. Namoramos por apenas 4 meses, mas tal foi nossa simbiose, q olhando para trás, parece q foi muito mais, pelo tanto de experiências e crescimento q disso tirei.
F morava sozinho, em casa própria, e era um ano mais jovem q eu. Claro q estranhei, e então me contou sua história. Seu pai era empreendedor, dono de uma pequena empresa de ferramentaria de alta tecnologia, fazia um trabalho altamente especializado, com poucos concorrentes, e regiamente remunerado. Jovem, se casara com a mãe de F, num daqueles casamentos de sonho q tem tudo pra dar certo e q logo frutificou num pequeno príncipe: F. Depois se divorciaram e seu pai contraiu segundas núpcias. F meio q se tornou "the wild child", largou o ensino médio e queria sair de casa quando seu pai lhe ofereceu sua casa própria, pois F apesar de tudo trabalhava na empresa da família, e era o possível herdeiro q tocaria o negócio adiante no futuro.
Casa, emprego e futuro garantidos, coroados por melodias ao vivo a qualquer hora do dia, tocadas por um gatinho tatuado com barriga tanquinho? Eu tava no céu, me sentindo a princesa consorte de São Miguel Paulista. Todos os finais de semana passava na casa dele, conheci seus pais e avós, q pareceram me aprovar e estar muito felizes de F estar namorando "uma estudante da USP de aparência séria".
Porém, no meu olhar viciado q procura qualquer ínfimo motivo para me agarrar à desdicha, até em F eu via defeitos. Como estava "na Academia" queria com todos ter conversas altamente intelectualizadas sobre Freud, Piaget, Caio Prado Jr., Vygotsky, Hobsbawm. E quando tentava dessas coisa falar com F, grande era meu desapontamento ao me ver diante de um "high school drop out". Ele não acompanhava "o nível da conversa" e eu me sentia frustrada, sem poder conversar sobre os assuntos q me interessavam.
Até q finalmente, dando um passo atrás de mim, percebi q o mesmo se passava com F. Muitas vezes ele dizia coisas q eu não entendia direito, e achava q não entendia pq ele, sendo menos "erudito" q eu ou não se expressava direito ou falava coisas sem nexo mesmo. Em muitas conversas ele falava algo, eu não sabia o q responder e simplesmente mudava de assunto, para um q eu dominasse. E ele não.
Após várias dessas situações percebi q estava errada. F não era depositário de um conhecimento menor ou mais limitado q o meu. Ele tinha pleno traquejo num outro tipo de conhecimento, q eu não dominava: a sensibilidade, a intuição, a expressão artística, o lidar com a dimensão interna, emocional, espiritual.
Era como se eu falasse grego e ele, latim. Eu me preocupasse com as coisas de fora e ele com as coisas de dentro. Eu fosse de Exatas e ele de Humanas. Ele falava com paixão de toadas musicais, tentou ferrenhamente me fazer ao menos tentar tocar os atabaques, e recusei me constatando completamente desarticulada e uma analfabeta rítmica.
Eu não me sentia pronta para baixar minha guarda, abrir uma brecha na minha couraça, me deixar sensibilizar e ser tocada emocionalmente de forma profunda por ninguém. Eu não estava pronta para ter um namorado tão legal. Ele era mais avançado, mais evoluído, num tipo diferente de sensibilidade q eu, hesitante, me recusava a tatear. Eu não queria ir tão fundo. Percebi q embora F me oferecesse toda a profundidade do seu olhar límpido, eu não queria fazer o mesmo. Preferia manter meu olhar semicerrado, desconfiado, com vários pés atrás com todo o mundo.
Devido a esse descompasso, pois F era ritmado e eu apenas ruído, nosso enlace romântico encontrou seu fim naturalmente. Não brigamos, apenas em certo momento paramos de nos ver. Continuamos amigos, trocando e-mails de vez em quando. Ele compareceu à comemoração dos meus 27 anos num barzinho gay no largo do Arouche e depois novamente ao meu de 29 anos num barzinho do Tatuapé, agora ladeado por sua atual mulher, M. Fiquei amiga de M, uma pessoa q transparece boas vibrações e ter uma energia compatível com F. Era claramente visível q M é um par muito melhor para F do q eu jamais fui ou serei. Lhes disse sinceramente o quanto me deixava feliz ver F com uma moça q combinava tanto com ele. Hj já têm uma filhinha, q tenho certeza há de ser muito feliz com dois pais com tão boa energia, e tão sincrônicos.
Deste episódio, com muitos outros capítulos q talvez depois relate, ficou um gosto bom. De ter desfrutado de grandes momentos de aprendizagem e enriquecimento com uma pessoa tão legal. De ter lembranças agradabilíssimas de F me tocando cítara e piano em plena madrugada. Das comidas vegetarianas q fizemos e nossos passeios matinais na feira do bairro. De ter descoberto, apesar da minha arrogância, q há outros tipos de erudição além da acadêmica. De ter sido desperta para a sensibilidade da delicadeza artística. De ter vislumbrado todo um novo mundo desconhecido e cheio de possibilidades.
sábado, 17 de novembro de 2012
Porque sou Sionista
Muitas vezes é difícil, sendo informado pela mídia ocidental, saber se nossos pontos de vista estão sendo manipulados a serviço de interesses políticos aos quais estamos alheios.
Muitas vezes nem os próprios jornalistas vão fundo nas questões sobre as quais fazem reportagens. E frequentemente suas posições apenas ecoam um paradigma político q parece "bonzinho" à primeira vista, mas não resiste a uma análise mais profunda.
No meu curso de História na USP sempre via os alunos "politizados" metendo o pau em Israel, levantando a bandeira da causa palestina e chamando os sionistas de "nazistas judeus".
Nada mais superficial...
O principal motivo desses grupos serem pró-palestina não é simpatizarem com os palestinos, mas serem anti-yankees. Identificam os EUA como "o inimigo capitalista" e todos os seus aliados como inimigos. E quem é contra os EUA como aliados.
Se não se conformassem com uma visão simplista e maniqueísta, iriam mais fundo na questão, se informando sobre quais bandeiras os palestinos levantam. E elas nada têm de "progressistas". A causa palestina propugna a pura e simples destruição do Estado de Israel e, se possível, a morte de todos os judeus. Pleiteiam em Canaã erigir um estado islâmico, daqueles onde a mulher é obrigada a usar o véu e liberdade de expressão merece pena de morte, por apedrejamento.
O Estado de Israel é laico. É a única democracia de todo o Oriente Médio. Em Israel, cristãos e muçulmanos podem professar livremente sua religião, sem perseguições. Em Israel, as mulheres podem andar com a roupa q quiserem, são convocadas para o serviço militar, são livres, até para ser a chefe do poder, como a primeira-ministra Golda Meir está para o provar.
O Estado de Israel não tenciona extirpar os palestinos da face da Terra. Não faz ataques terroristas nem bombardeios aleatórios. Apenas responde, com ataques cirúrgicos, quando atacado pelo grupo terrorista Hamas.
Qualquer pessoa q estude com sinceridade a causa judaico-palestina saberá q, por justiça, Israel pertence aos judeus. Eles são os ocupantes originários daquela terra. Da mesma forma q os indígenas brasileiros, como ocupantes originais desta terra, são os verdadeiros donos e merecem ter suas aldeias demarcadas e respeitadas.
Em 79 d.C. os judeus foram expulsos de Israel pelo Império Romano. Desde então foram estrangeiros na terra alheia, sem cidadania, discriminados, violentados. O ápice do antissemitismo ocidental foi o Holocausto nazista. Este fato, tão recente em termos históricos, demonstra q não há lugar no mundo onde os judeus podem se sentir 100% seguros de poder viver e professar sua cultura em paz, fora Israel, criado em 1948 justamente para abrigar os sobreviventes da "Solução Final".
Israel é o único país judeu do mundo. Quantos países islâmicos há, ou onde os muçulmanos são maioria? 30 ou 40, se não mais. Os palestinos poderiam tranquilamente viver no Egito, na Jordânia, no Líbano, sem serem incomodados. E os judeus, caso não houvesse Israel, poderiam viver tranquilamente nesses países? Seguramente q não, pois mesmo na Alemanha tão avançada, eis o fim q tiveram...
O Sionismo moderno nasceu com o sonho de Theodor Hertzel. Materializou-se com Oswaldo Aranha e ben Gurion. E este sonho, fragilmente concretizado, continua ameaçado. Israel sabe da fragilidade de sua condição, da inimizade de todos os seus vizinhos, do antissemitismo arraigado dos terroristas muçulmanos q manipulam a causa palestina.
É preciso coragem para declarar-se sionista, e pró-Israel. Mas por questão de honestidade intelectual, como historiadora q foi ao fundo da questão, não há como honestamente ter outra posição.
Israel tem o direito de existir!
Muitas vezes nem os próprios jornalistas vão fundo nas questões sobre as quais fazem reportagens. E frequentemente suas posições apenas ecoam um paradigma político q parece "bonzinho" à primeira vista, mas não resiste a uma análise mais profunda.
No meu curso de História na USP sempre via os alunos "politizados" metendo o pau em Israel, levantando a bandeira da causa palestina e chamando os sionistas de "nazistas judeus".
Nada mais superficial...
O principal motivo desses grupos serem pró-palestina não é simpatizarem com os palestinos, mas serem anti-yankees. Identificam os EUA como "o inimigo capitalista" e todos os seus aliados como inimigos. E quem é contra os EUA como aliados.
Se não se conformassem com uma visão simplista e maniqueísta, iriam mais fundo na questão, se informando sobre quais bandeiras os palestinos levantam. E elas nada têm de "progressistas". A causa palestina propugna a pura e simples destruição do Estado de Israel e, se possível, a morte de todos os judeus. Pleiteiam em Canaã erigir um estado islâmico, daqueles onde a mulher é obrigada a usar o véu e liberdade de expressão merece pena de morte, por apedrejamento.
O Estado de Israel é laico. É a única democracia de todo o Oriente Médio. Em Israel, cristãos e muçulmanos podem professar livremente sua religião, sem perseguições. Em Israel, as mulheres podem andar com a roupa q quiserem, são convocadas para o serviço militar, são livres, até para ser a chefe do poder, como a primeira-ministra Golda Meir está para o provar.
O Estado de Israel não tenciona extirpar os palestinos da face da Terra. Não faz ataques terroristas nem bombardeios aleatórios. Apenas responde, com ataques cirúrgicos, quando atacado pelo grupo terrorista Hamas.
Qualquer pessoa q estude com sinceridade a causa judaico-palestina saberá q, por justiça, Israel pertence aos judeus. Eles são os ocupantes originários daquela terra. Da mesma forma q os indígenas brasileiros, como ocupantes originais desta terra, são os verdadeiros donos e merecem ter suas aldeias demarcadas e respeitadas.
Em 79 d.C. os judeus foram expulsos de Israel pelo Império Romano. Desde então foram estrangeiros na terra alheia, sem cidadania, discriminados, violentados. O ápice do antissemitismo ocidental foi o Holocausto nazista. Este fato, tão recente em termos históricos, demonstra q não há lugar no mundo onde os judeus podem se sentir 100% seguros de poder viver e professar sua cultura em paz, fora Israel, criado em 1948 justamente para abrigar os sobreviventes da "Solução Final".
Israel é o único país judeu do mundo. Quantos países islâmicos há, ou onde os muçulmanos são maioria? 30 ou 40, se não mais. Os palestinos poderiam tranquilamente viver no Egito, na Jordânia, no Líbano, sem serem incomodados. E os judeus, caso não houvesse Israel, poderiam viver tranquilamente nesses países? Seguramente q não, pois mesmo na Alemanha tão avançada, eis o fim q tiveram...
O Sionismo moderno nasceu com o sonho de Theodor Hertzel. Materializou-se com Oswaldo Aranha e ben Gurion. E este sonho, fragilmente concretizado, continua ameaçado. Israel sabe da fragilidade de sua condição, da inimizade de todos os seus vizinhos, do antissemitismo arraigado dos terroristas muçulmanos q manipulam a causa palestina.
É preciso coragem para declarar-se sionista, e pró-Israel. Mas por questão de honestidade intelectual, como historiadora q foi ao fundo da questão, não há como honestamente ter outra posição.
Israel tem o direito de existir!
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Maestro II
Por ti esperei horas vazias
Dias inteiros
E até mais eu esperaria.
Contigo faria
O que aos outros negaria
Me ensinaste a ver na vida
Outros ângulos e vieses
Me inspiraste
Me expiraste
Me exasperaste
Me desesperaste
Por ti me despiria de meu orgulho
Por ti faria juz ao meu nome
Ao teu nome.
Você é o dobro de mim
E eu tua metade
Ao menos de minha parte, em minhas delusões.
Me ensinaste
Que no amor há
Muito mais a se descobrir.
Não tenho receio de ti,
Mas te temo.
Por ti estremeço
E sei q isso não é recíproco
Mas não tenho medo de sofrer,
Pois mesmo com este pouco
Que me dás, ou emprestas,
Já saí ganhando
Já tive lições
Sobre o amor e sobre a vida
Já tenho o corpo
E o coração despertos.
És experiente e eu adolescente
És Homem e eu menina
És mestre e eu aprendiz,
Sedenta por lições
Sobre o amor, sobre a vida,
E sobre como ir além do amor e da vida,
Sobre como ser muito mais q mestre ou aprendiz.
A JPNSC, ano 2.000
Dias inteiros
E até mais eu esperaria.
Contigo faria
O que aos outros negaria
Me ensinaste a ver na vida
Outros ângulos e vieses
Me inspiraste
Me expiraste
Me exasperaste
Me desesperaste
Por ti me despiria de meu orgulho
Por ti faria juz ao meu nome
Ao teu nome.
Você é o dobro de mim
E eu tua metade
Ao menos de minha parte, em minhas delusões.
Me ensinaste
Que no amor há
Muito mais a se descobrir.
Não tenho receio de ti,
Mas te temo.
Por ti estremeço
E sei q isso não é recíproco
Mas não tenho medo de sofrer,
Pois mesmo com este pouco
Que me dás, ou emprestas,
Já saí ganhando
Já tive lições
Sobre o amor e sobre a vida
Já tenho o corpo
E o coração despertos.
És experiente e eu adolescente
És Homem e eu menina
És mestre e eu aprendiz,
Sedenta por lições
Sobre o amor, sobre a vida,
E sobre como ir além do amor e da vida,
Sobre como ser muito mais q mestre ou aprendiz.
A JPNSC, ano 2.000
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Legiao Urbana - Indios
Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer.
Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.
Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
Sua maldade, então, deixaram Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim.
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.
Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos, obrigado.
Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim.
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.
Renato Russo
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer.
Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.
Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
Sua maldade, então, deixaram Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim.
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.
Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos, obrigado.
Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim.
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.
Renato Russo
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Quadrilha - Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
O Brasil é um país cheio de boas intenções
Nascer no Brasil é uma verdadeira bênção, constantemente pouco reconhecida. Não é à toa q inúmeros estrangeiros escolhem aqui morar. Clima tropical, solo fértil, povo acolhedor, oportunidades múltiplas. Seguramente nem tudo é bom, como exemplos: a corrupção, péssimos serviços públicos, pobreza, criminalidade.
Creio q grande parte dos problemas brasileiros são resultado de um descompasso, uma falta de sintonia, entre a "alta cultura" dos eruditos e a "cultura popular" da "plebe", algo profundamente marcado pelas questões étnico-raciais entre "brancos" e "negros".
Tanto "brancos" como "negros" entre aspas pois os "brancos" muitas vezes não são propriamente brancos, mas o querem ser, e os "negros" muitas vezes não se vêm como negros, devido à grande miscigenação e racismo não-declarado; preferindo ver-se como "semi-brancos". Inúmeras vezes me vi diante de pessoas claramente negras q se declaravam brancas, e se ofendiam se alguém lhes dissesse q não eram brancas.
Como dizia um professor meu, "nos EUA uma gota de sangue negro faz de alguém aparentemente branco um negro. No Brasil, uma gota de sangue branco faz de alguém aparentemente negro um branco."
A elite branca brasileira parece posicionar-se sócio-culturalmente como se estivesse numa "missão civilizatória" visando "melhorar, instruir, ou educar" a "plebe inculta e mestiça". E isso pode ser demonstrado por esta elite tentar "iluminar o povo com a alta cultura (européia, é claro)". Neste texto explorarei 2 exemplos disto: nosso hino nacional e nossos parâmetros curriculares federais.
Numa avaliação internacional feita por músicos e maestros, o Hino Nacional Brasileiro foi eleito como o segundo mais belo do mundo, atrás apenas de "La Marseillaise", o célebre hino francês. Seguramente é belíssimo nosso hino. Porém, tem um "pequeno" problema: poucos brasileiros o sabem cantar.
Este hino é cheio de palavras belíssimas, como plácido, fúlgido, impávido, clave, flâmula, brado etcs. Termos eruditos completamente estranhos ao "povão". Sua melodia é riquíssima, mas não reflete nenhum ritmo brasileiro, popular. Não há nada em nosso hino nacional q faça "o povo brasileiro" se identificar com ele. O hino não foi feito pelo povo, nem para o povo. Mas sim pela elite, para a elite.
Muitos acham q o povo brasileiro não conhece nem canta o hino por falta de patriotismo. Creio q o problema é outro. O povo não o canta pois não se reconhece nele, não sente q este hino seja verdadeiramente "nacional", mas apenas representa aquela parcela "branca, educada, elitista" da população. Há um claro descompasso entre as aspirações, o folclore, a lírica e a musicalidade populares, em relação às representações "oficiais" da cultura brasileira. O hino não atende ao povo, por isso ele o rejeita.
Outra demonstração clara do desencontro entre as intenções da elite e as aspirações do povo são os Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação pública. Sou professora de História e usarei esta disciplina como exemplo.
O Currículo educacional brasileiro é tão maravilhoso quanto nosso hino. Muito bem-estudado, elaboradíssimo, abarca todo o conhecimento da História Universal, do ponto de vista europeu. Lendo-o me perguntei: "provavelmente quem escreveu isso é PhD em Coimbra, Oxford ou Harvard". E produziu parâmetros visando colocar os alunos brasileiros em condições de disputar vagas nestas instituições.
De acordo com estes parâmetros, eu deveria formar alunos na oitava série, com 14 anos, na posse de todo o conhecimento da História Universal, desde a pré-História até o fim da Guerra Fria. Q maravilha! Quem lê este documento ACHA q isto é posto em prática, transformado em realidade. Vã ilusão.
Os alunos estão "se lixando" para a Grécia, Roma, o Feudalismo, a Revolução Francesa. Nada disso faz parte do seu cotidiano e seu horizonte cultural. Querem aprender coisas palpáveis, práticas, úteis. E essas coisas não fazem parte do currículo.
A disciplina de "História" tenta fazer do aluno um mini-historiador, e não ensinar-lhe sobre cidadania, Direitos Humanos, relações inter-raciais. Não procura, em nenhum momento, ensinar a instrumentalizar o conhecimento histórico para a compreensão do hoje. Não há nenhum conteúdo q me instrua a ensinar-lhes sobre documentos, imposto de renda, política, atualidades, as coisas q os estudantes realmente precisam e querem aprender.
Ao invés de educá-los para a vida e a cidadania, os PCN's me dizem q eu devo prepará-los para o vestibular da USP. O "pequeno" problema é, como todos sabem, q raramente um aluno egresso de escola pública entrará na USP. Seguramente, menos de 1 por sala. E em prol deste 1, q entraria na USP de qquer forma, eu sacrifico os outros 40, q deixam de aprender coisas úteis para "perder tempo" não aprendendo coisas q, para eles, seriam muito úteis.
Outro exemplo é a disciplina de Química, q tenta fazer dum aluno um mini-químico, calculando elétrons, ligações covalentes e mols. Em nenhum momento pretende prepará-los para usar estes conhecimentos no cotidiano. Nada lhes ensina sobre higiene pessoal, limpeza doméstica, farmacologia e interação medicamentosa, agricultura e pesticidas. Os alunos perdem tempo não aprendendo a ser mini-químicos, enquanto poderiam estar aprendendo química instrumental, para usar no dia-a-dia, beneficiando sua saúde.
Os burocratas, q ganham como juízes, e trabalham em Brasília no ar condicionado, representantes da "elite branca" não vêm a realidade pois nunca deram sequer uma aula na rede pública. Quem realmente sabe do q está falando, pois lida cotidianamente com a realidade existente e não imaginada, freqüentemente manifesta os problemas curriculares.
Apenas para obter como resposta q o currículo é ótimo, foi elaborado por um PhD pela Sorbonne, e q se ele não funciona é por incapacidade dos professores. Meio q dizem "quem são vcs, meros professorinhos da rede pública, para achar q podem dizem para nós, professores doutores, o q deve ser ensinado?"
Respondo: "nós somos aqueles q têm CONHECIMENTO DE CAUSA para falar disso, somos nós que ensinamos, somos nós q sabemos o q funciona e o q é ruim. Vcs, burocratas de terno italiano e sapatos Louboutin, não têm a menor idéia da realidade. Vcs criam leis para um país q não existe." Estes burocratas podem estar cheios de boas intenções, mas elas mais atrapalham do q ajudam quem de fato trabalha no dia a dia escolar.
É necessário romper com essa noção de q a elite deve "civilizar" a plebe inculta. O povo não precisa "ser civilizado na cultura européia", mas instrumentalizado para serem agentes interventores e conscientes na realidade brasileira.
Não é o povo q tem q "melhorar" para poder cantar nosso elaboradíssimo hino. É o hino q tem q ser mudado para refletir a cultura, e o povo brasileiro. Não são os estudantes, nem os professores, q têm q "melhorar" para cumprir o currículo. São os PCN's q têm q melhorar para atender as demandas dos alunos, para ensinar-lhes coisas úteis, cotidianas, e não abstratas, distantes, estranhas à cultura brasileira.
As "boas intenções" são ótimas até falharem no teste da realidade. Até percebermos q elas apenas aparentam ser boas. Na verdade são perniciosas, pois nos fazem desperdiçar anos e anos digressando sobre Roma enquanto os alunos não sabem a diferença entre o CPF e o RG, não têm a menor idéia do q é carga tributária, quais são seus direitos trabalhistas e pq são obrigados a votar a cada 2 anos.
Como diz o famoso ditado "de boas intenções o inferno está cheio", pois não basta ter "boas intenções"; é necessário q, no teste prático, elas sejam validadas como boas. Se o teste prático não as valida, estas intenções mais são uma camisa de força q limita as ações dos professores, q se vêm como um Napoleão de hospício, digressando longamente sobre assuntos q, para os alunos, são tresloucados, irreais e inúteis.
Creio q grande parte dos problemas brasileiros são resultado de um descompasso, uma falta de sintonia, entre a "alta cultura" dos eruditos e a "cultura popular" da "plebe", algo profundamente marcado pelas questões étnico-raciais entre "brancos" e "negros".
Tanto "brancos" como "negros" entre aspas pois os "brancos" muitas vezes não são propriamente brancos, mas o querem ser, e os "negros" muitas vezes não se vêm como negros, devido à grande miscigenação e racismo não-declarado; preferindo ver-se como "semi-brancos". Inúmeras vezes me vi diante de pessoas claramente negras q se declaravam brancas, e se ofendiam se alguém lhes dissesse q não eram brancas.
Como dizia um professor meu, "nos EUA uma gota de sangue negro faz de alguém aparentemente branco um negro. No Brasil, uma gota de sangue branco faz de alguém aparentemente negro um branco."
A elite branca brasileira parece posicionar-se sócio-culturalmente como se estivesse numa "missão civilizatória" visando "melhorar, instruir, ou educar" a "plebe inculta e mestiça". E isso pode ser demonstrado por esta elite tentar "iluminar o povo com a alta cultura (européia, é claro)". Neste texto explorarei 2 exemplos disto: nosso hino nacional e nossos parâmetros curriculares federais.
Numa avaliação internacional feita por músicos e maestros, o Hino Nacional Brasileiro foi eleito como o segundo mais belo do mundo, atrás apenas de "La Marseillaise", o célebre hino francês. Seguramente é belíssimo nosso hino. Porém, tem um "pequeno" problema: poucos brasileiros o sabem cantar.
Este hino é cheio de palavras belíssimas, como plácido, fúlgido, impávido, clave, flâmula, brado etcs. Termos eruditos completamente estranhos ao "povão". Sua melodia é riquíssima, mas não reflete nenhum ritmo brasileiro, popular. Não há nada em nosso hino nacional q faça "o povo brasileiro" se identificar com ele. O hino não foi feito pelo povo, nem para o povo. Mas sim pela elite, para a elite.
Muitos acham q o povo brasileiro não conhece nem canta o hino por falta de patriotismo. Creio q o problema é outro. O povo não o canta pois não se reconhece nele, não sente q este hino seja verdadeiramente "nacional", mas apenas representa aquela parcela "branca, educada, elitista" da população. Há um claro descompasso entre as aspirações, o folclore, a lírica e a musicalidade populares, em relação às representações "oficiais" da cultura brasileira. O hino não atende ao povo, por isso ele o rejeita.
Outra demonstração clara do desencontro entre as intenções da elite e as aspirações do povo são os Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação pública. Sou professora de História e usarei esta disciplina como exemplo.
O Currículo educacional brasileiro é tão maravilhoso quanto nosso hino. Muito bem-estudado, elaboradíssimo, abarca todo o conhecimento da História Universal, do ponto de vista europeu. Lendo-o me perguntei: "provavelmente quem escreveu isso é PhD em Coimbra, Oxford ou Harvard". E produziu parâmetros visando colocar os alunos brasileiros em condições de disputar vagas nestas instituições.
De acordo com estes parâmetros, eu deveria formar alunos na oitava série, com 14 anos, na posse de todo o conhecimento da História Universal, desde a pré-História até o fim da Guerra Fria. Q maravilha! Quem lê este documento ACHA q isto é posto em prática, transformado em realidade. Vã ilusão.
Os alunos estão "se lixando" para a Grécia, Roma, o Feudalismo, a Revolução Francesa. Nada disso faz parte do seu cotidiano e seu horizonte cultural. Querem aprender coisas palpáveis, práticas, úteis. E essas coisas não fazem parte do currículo.
A disciplina de "História" tenta fazer do aluno um mini-historiador, e não ensinar-lhe sobre cidadania, Direitos Humanos, relações inter-raciais. Não procura, em nenhum momento, ensinar a instrumentalizar o conhecimento histórico para a compreensão do hoje. Não há nenhum conteúdo q me instrua a ensinar-lhes sobre documentos, imposto de renda, política, atualidades, as coisas q os estudantes realmente precisam e querem aprender.
Ao invés de educá-los para a vida e a cidadania, os PCN's me dizem q eu devo prepará-los para o vestibular da USP. O "pequeno" problema é, como todos sabem, q raramente um aluno egresso de escola pública entrará na USP. Seguramente, menos de 1 por sala. E em prol deste 1, q entraria na USP de qquer forma, eu sacrifico os outros 40, q deixam de aprender coisas úteis para "perder tempo" não aprendendo coisas q, para eles, seriam muito úteis.
Outro exemplo é a disciplina de Química, q tenta fazer dum aluno um mini-químico, calculando elétrons, ligações covalentes e mols. Em nenhum momento pretende prepará-los para usar estes conhecimentos no cotidiano. Nada lhes ensina sobre higiene pessoal, limpeza doméstica, farmacologia e interação medicamentosa, agricultura e pesticidas. Os alunos perdem tempo não aprendendo a ser mini-químicos, enquanto poderiam estar aprendendo química instrumental, para usar no dia-a-dia, beneficiando sua saúde.
Os burocratas, q ganham como juízes, e trabalham em Brasília no ar condicionado, representantes da "elite branca" não vêm a realidade pois nunca deram sequer uma aula na rede pública. Quem realmente sabe do q está falando, pois lida cotidianamente com a realidade existente e não imaginada, freqüentemente manifesta os problemas curriculares.
Apenas para obter como resposta q o currículo é ótimo, foi elaborado por um PhD pela Sorbonne, e q se ele não funciona é por incapacidade dos professores. Meio q dizem "quem são vcs, meros professorinhos da rede pública, para achar q podem dizem para nós, professores doutores, o q deve ser ensinado?"
Respondo: "nós somos aqueles q têm CONHECIMENTO DE CAUSA para falar disso, somos nós que ensinamos, somos nós q sabemos o q funciona e o q é ruim. Vcs, burocratas de terno italiano e sapatos Louboutin, não têm a menor idéia da realidade. Vcs criam leis para um país q não existe." Estes burocratas podem estar cheios de boas intenções, mas elas mais atrapalham do q ajudam quem de fato trabalha no dia a dia escolar.
É necessário romper com essa noção de q a elite deve "civilizar" a plebe inculta. O povo não precisa "ser civilizado na cultura européia", mas instrumentalizado para serem agentes interventores e conscientes na realidade brasileira.
Não é o povo q tem q "melhorar" para poder cantar nosso elaboradíssimo hino. É o hino q tem q ser mudado para refletir a cultura, e o povo brasileiro. Não são os estudantes, nem os professores, q têm q "melhorar" para cumprir o currículo. São os PCN's q têm q melhorar para atender as demandas dos alunos, para ensinar-lhes coisas úteis, cotidianas, e não abstratas, distantes, estranhas à cultura brasileira.
As "boas intenções" são ótimas até falharem no teste da realidade. Até percebermos q elas apenas aparentam ser boas. Na verdade são perniciosas, pois nos fazem desperdiçar anos e anos digressando sobre Roma enquanto os alunos não sabem a diferença entre o CPF e o RG, não têm a menor idéia do q é carga tributária, quais são seus direitos trabalhistas e pq são obrigados a votar a cada 2 anos.
Como diz o famoso ditado "de boas intenções o inferno está cheio", pois não basta ter "boas intenções"; é necessário q, no teste prático, elas sejam validadas como boas. Se o teste prático não as valida, estas intenções mais são uma camisa de força q limita as ações dos professores, q se vêm como um Napoleão de hospício, digressando longamente sobre assuntos q, para os alunos, são tresloucados, irreais e inúteis.
domingo, 21 de outubro de 2012
Aprendendo com a diplomacia de Oswaldo Aranha
Poucos conhecem a importância da ação deste diplomata brasileiro na criação do Estado de Israel. Todos os anos é realizada a Assembléia Geral da ONU, q sempre é inaugurada com o discurso do presidente do Brasil. Isso não ocorre por a ONU considerar q o Brasil seja "importante", mas por tradição, em honra à ação de Oswaldo Aranha, q foi a primeira pessoa a discursar na Assembléia Geral, quando de sua fundação.
Sem a ação positiva de Oswaldo Aranha, a resolução da criação do Estado de Israel talvez nunca tivesse sido aprovada pela ONU, e hj não haveria Aliyah (retorno dos judeus a Eretz Israel). O protagonismo de Oswaldo Aranha é relatado neste texto, q cito em parte.
"Tão logo abriu a sessão, Oswaldo Aranha percebeu que com aquela presença no plenário, a proposta da UNSCOP não iria alcançar o elevando quórum necessário para sua aprovação. Estava se desenhando no horizonte a tão temida quarta-feira negra: a rejeição da partilha. Os judeus depois de uma vivencia de 1.812 anos sem-Estado teriam perdido a primeira grande chance de soerguerem-no na Palestina britânica, anos depois de poderem recriar o seu país na terra bíblica. Momento sumamente sombrio, depois tantas perseguições, tanto sofrimento. Pesado silencio dos judeus se contratava com a exaltada alegria dos inimigos da Partilha.
"Mas numa faísca de iluminada lucidez, Oswaldo Aranha encontrou uma saída legitima para impedir a implosão do direito de autodeterminação dos povos. Aconselhou aos membros da Agência Judaica sair em busca do aumento do número de oradores inscritos na sessão. Assim, quando os inimigos de Israel começaram a exigir em coro a imediata votação, Oswaldo Aranha declarou solenemente: “Senhores, temos uma lista de oradores”. E exatamente no horário marcado para encerramento da sessão, Aranha solenemente se levantou e disse: “Senhores, nós tivemos um longo e dramático dia sobre as demandas históricas sobre o que foi proposto. Suspendo a sessão até a manhã de sexta-feira (no dia seguinte, quinta, era feriado nacional, Dia de Ação de Graças...).
"Com o singelo e simples conselho, Oswaldo Aranha conseguiu evitar que ocorresse a quarta-feira negra para os judeus. Destarte, no dia de 29, sábado de quando veio a ocorrer a votação, resultou a aprovação da proposta da Partilha, com 33 votos a favor, 13 contra, 10 abstenções. Nahum Goldman, membro da delegação, declarou que Aranha salvara a Partilha. Posteriormente, seria outorgado a ele, post-mortem, em sinal de agradecimento de Israel, a medalha Ben Gurion." fonte: http://www.visaojudaica.com.br/Novembro2007/artigos/19.html
Reflexão:
Não são apenas pessoas com cargos de destaque q carregam a responsabilidade de fazer a coisa certa na hora exata. Cada um de nós tem capacidade e somos apresentados à possibilidade de ajudar aos outros, quando a oportunidade se apresenta. Da mesma forma q Oswaldo Aranha teve lucidez e paciência para esperar o momento correto de agir para ter o melhor resultado possível, devemos ter sua perspicácia e inteligência para saber o momento e a forma correta de fazer as coisas.
Para quem não sabe, a definição de "política" é: "a arte de conviver com os diferentes" ou "a capacidade de conciliar interesses divergentes". Não são só "os políticos" q fazem política, todos nós a praticamos, ou deveríamos, em prol da harmonia, da convivência, do "bem geral". Se Oswaldo Aranha não tivesse a inteligência e o senso de oportunidade de adiar a votação sob sua responsabilidade, ou se tivesse dito "na verdade, não quero votar hj pois hj a resolução seria pró-Palestina e eu sou pró-Israel", não haveria Israel.
Diplomata experiente ele sabia, como um toureiro, q enfrentar o problema de frente, em desigualdade de forças, teria um mal resultado. Da mesma forma q o toureiro usa sua capa para direcionar o ataque do touro para longe de si, por saber-se mais fraco fisicamente, Oswaldo Aranha "deu uma volta" nos anti-sionistas. Sabia q não poderia enfretá-los de "peito aberto", mas poderia usar sua diplomacia e senso político para esperar a melhor oportunidade para agir. E assim, vencer.
Quando cada um de nós se vê diante de um touro raivoso, mais forte e violento q nós, partindo para o ataque, enfrentá-lo diretamente numa batalha física não é a melhor estratégia. Devemos ter paciência, inteligência, saber o momento correto de dar um passo atrás e o de dar um passo à frente. Um touro pesa mais de meia tonelada, tem chifres de 1 metro e a testosterona de 30 homens. Um toureiro pesa 70 quilos. Porém tem algo q o touro é incapaz: a capacidade de controlar seu medo, sua raiva, de "prever" o comportamento dos outros, e agir não movido pelo instinto, pela emoção, mas pela razão, estudo e técnica.
Muitas vezes, quando "os outros nos atacam" ou falam mal de nós sentimos um ímpeto imediato de "colocar os pingos nos is", de "lavar nossa honra", movidos pelo instinto de auto-preservação, pela raiva, pelo medo. Ora, isso é enfrentar "o touro" de frente, em desvantagem de forças.
Ao perceber q a votação na quarta-feira negra seria contrária à criação do Estado de Israel, Oswaldo Aranha não manifestou sua discordância, não teve medo, não se precipitou. Sabia q naquele momento ele estava em desvantagem, respirou fundo, agiu de maneira política, adiou a resposta, e a decisão.
Quando nos vemos em uma discussão, tal como os debates q temos na comunidade Bnei Noach ( https://www.facebook.com/groups/246079458738548/ )e alguém publica algo q não gostamos, não devemos reagir movidos por nossos instintos. Devemos respirar fundo, agir politicamente, ter senso de oportunidade, paciência, diplomacia.
Numa frase: se qquer pessoa escrever algo q vc não gostou, espere pelo menos 24 horas antes de responder.
Isso fará a adrenalina baixar, vc pensar bem, ponderar as palavras, agir com inteligência, "manobrando o touro" disposto a usar da violência e, no caso humano, do desrespeito e falta de efucação. Como diz uma frase famosa "nunca devemos discutir com um ignorante, pq ele te arrasta ao nível dele e ganha por experiência".
Oswaldo Aranha não discutiu com os ignorantes. Teve "jogo de cintura", maturidade, temperança, para lidar com a situação.Contemporizou, esperou, e munido das armas corretas, racionais e lícitas, agiu num momento mais favorável e ponderado. O resultado de sua diplomacia é inestimável.
Q todos possamos aprender com o exemplo deste grande homem! Q saibamos ser diplomáticos, esperar o momento correto de agir e escolher as palavras corretas para atingir nossos objetivos. E q eles sejam bons!
Sem a ação positiva de Oswaldo Aranha, a resolução da criação do Estado de Israel talvez nunca tivesse sido aprovada pela ONU, e hj não haveria Aliyah (retorno dos judeus a Eretz Israel). O protagonismo de Oswaldo Aranha é relatado neste texto, q cito em parte.
"Tão logo abriu a sessão, Oswaldo Aranha percebeu que com aquela presença no plenário, a proposta da UNSCOP não iria alcançar o elevando quórum necessário para sua aprovação. Estava se desenhando no horizonte a tão temida quarta-feira negra: a rejeição da partilha. Os judeus depois de uma vivencia de 1.812 anos sem-Estado teriam perdido a primeira grande chance de soerguerem-no na Palestina britânica, anos depois de poderem recriar o seu país na terra bíblica. Momento sumamente sombrio, depois tantas perseguições, tanto sofrimento. Pesado silencio dos judeus se contratava com a exaltada alegria dos inimigos da Partilha.
"Mas numa faísca de iluminada lucidez, Oswaldo Aranha encontrou uma saída legitima para impedir a implosão do direito de autodeterminação dos povos. Aconselhou aos membros da Agência Judaica sair em busca do aumento do número de oradores inscritos na sessão. Assim, quando os inimigos de Israel começaram a exigir em coro a imediata votação, Oswaldo Aranha declarou solenemente: “Senhores, temos uma lista de oradores”. E exatamente no horário marcado para encerramento da sessão, Aranha solenemente se levantou e disse: “Senhores, nós tivemos um longo e dramático dia sobre as demandas históricas sobre o que foi proposto. Suspendo a sessão até a manhã de sexta-feira (no dia seguinte, quinta, era feriado nacional, Dia de Ação de Graças...).
"Com o singelo e simples conselho, Oswaldo Aranha conseguiu evitar que ocorresse a quarta-feira negra para os judeus. Destarte, no dia de 29, sábado de quando veio a ocorrer a votação, resultou a aprovação da proposta da Partilha, com 33 votos a favor, 13 contra, 10 abstenções. Nahum Goldman, membro da delegação, declarou que Aranha salvara a Partilha. Posteriormente, seria outorgado a ele, post-mortem, em sinal de agradecimento de Israel, a medalha Ben Gurion." fonte: http://www.visaojudaica.com.br/Novembro2007/artigos/19.html
Reflexão:
Não são apenas pessoas com cargos de destaque q carregam a responsabilidade de fazer a coisa certa na hora exata. Cada um de nós tem capacidade e somos apresentados à possibilidade de ajudar aos outros, quando a oportunidade se apresenta. Da mesma forma q Oswaldo Aranha teve lucidez e paciência para esperar o momento correto de agir para ter o melhor resultado possível, devemos ter sua perspicácia e inteligência para saber o momento e a forma correta de fazer as coisas.
Para quem não sabe, a definição de "política" é: "a arte de conviver com os diferentes" ou "a capacidade de conciliar interesses divergentes". Não são só "os políticos" q fazem política, todos nós a praticamos, ou deveríamos, em prol da harmonia, da convivência, do "bem geral". Se Oswaldo Aranha não tivesse a inteligência e o senso de oportunidade de adiar a votação sob sua responsabilidade, ou se tivesse dito "na verdade, não quero votar hj pois hj a resolução seria pró-Palestina e eu sou pró-Israel", não haveria Israel.
Diplomata experiente ele sabia, como um toureiro, q enfrentar o problema de frente, em desigualdade de forças, teria um mal resultado. Da mesma forma q o toureiro usa sua capa para direcionar o ataque do touro para longe de si, por saber-se mais fraco fisicamente, Oswaldo Aranha "deu uma volta" nos anti-sionistas. Sabia q não poderia enfretá-los de "peito aberto", mas poderia usar sua diplomacia e senso político para esperar a melhor oportunidade para agir. E assim, vencer.
Quando cada um de nós se vê diante de um touro raivoso, mais forte e violento q nós, partindo para o ataque, enfrentá-lo diretamente numa batalha física não é a melhor estratégia. Devemos ter paciência, inteligência, saber o momento correto de dar um passo atrás e o de dar um passo à frente. Um touro pesa mais de meia tonelada, tem chifres de 1 metro e a testosterona de 30 homens. Um toureiro pesa 70 quilos. Porém tem algo q o touro é incapaz: a capacidade de controlar seu medo, sua raiva, de "prever" o comportamento dos outros, e agir não movido pelo instinto, pela emoção, mas pela razão, estudo e técnica.
Muitas vezes, quando "os outros nos atacam" ou falam mal de nós sentimos um ímpeto imediato de "colocar os pingos nos is", de "lavar nossa honra", movidos pelo instinto de auto-preservação, pela raiva, pelo medo. Ora, isso é enfrentar "o touro" de frente, em desvantagem de forças.
Ao perceber q a votação na quarta-feira negra seria contrária à criação do Estado de Israel, Oswaldo Aranha não manifestou sua discordância, não teve medo, não se precipitou. Sabia q naquele momento ele estava em desvantagem, respirou fundo, agiu de maneira política, adiou a resposta, e a decisão.
Quando nos vemos em uma discussão, tal como os debates q temos na comunidade Bnei Noach ( https://www.facebook.com/groups/246079458738548/ )e alguém publica algo q não gostamos, não devemos reagir movidos por nossos instintos. Devemos respirar fundo, agir politicamente, ter senso de oportunidade, paciência, diplomacia.
Numa frase: se qquer pessoa escrever algo q vc não gostou, espere pelo menos 24 horas antes de responder.
Isso fará a adrenalina baixar, vc pensar bem, ponderar as palavras, agir com inteligência, "manobrando o touro" disposto a usar da violência e, no caso humano, do desrespeito e falta de efucação. Como diz uma frase famosa "nunca devemos discutir com um ignorante, pq ele te arrasta ao nível dele e ganha por experiência".
Oswaldo Aranha não discutiu com os ignorantes. Teve "jogo de cintura", maturidade, temperança, para lidar com a situação.Contemporizou, esperou, e munido das armas corretas, racionais e lícitas, agiu num momento mais favorável e ponderado. O resultado de sua diplomacia é inestimável.
Q todos possamos aprender com o exemplo deste grande homem! Q saibamos ser diplomáticos, esperar o momento correto de agir e escolher as palavras corretas para atingir nossos objetivos. E q eles sejam bons!
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