domingo, 21 de outubro de 2012

Aprendendo com a diplomacia de Oswaldo Aranha

Poucos conhecem a importância da ação deste diplomata brasileiro na criação do Estado de Israel. Todos os anos é realizada a Assembléia Geral da ONU, q sempre é inaugurada com o discurso do presidente do Brasil. Isso não ocorre por a ONU considerar q o Brasil seja "importante", mas por tradição, em honra à ação de Oswaldo Aranha, q foi a primeira pessoa a discursar na Assembléia Geral, quando de sua fundação.

Sem a ação positiva de Oswaldo Aranha, a resolução da criação do Estado de Israel talvez nunca tivesse sido aprovada pela ONU, e hj não haveria Aliyah (retorno dos judeus a Eretz Israel). O protagonismo de Oswaldo Aranha é relatado neste texto, q cito em parte.

"Tão logo abriu a sessão, Oswaldo Aranha percebeu que com aquela presença no plenário, a proposta da UNSCOP não iria alcançar o elevando quórum necessário para sua aprovação. Estava se desenhando no horizonte a tão temida quarta-feira negra: a rejeição da partilha. Os judeus depois de uma vivencia de 1.812 anos sem-Estado teriam perdido a primeira grande chance de soerguerem-no na Palestina britânica, anos depois de poderem recriar o seu país na terra bíblica. Momento sumamente sombrio, depois tantas perseguições, tanto sofrimento. Pesado silencio dos judeus se contratava com a exaltada alegria dos inimigos da Partilha.

"Mas numa faísca de iluminada lucidez, Oswaldo Aranha encontrou uma saída legitima para impedir a implosão do direito de autodeterminação dos povos. Aconselhou aos membros da Agência Judaica sair em busca do aumento do número de oradores inscritos na sessão. Assim, quando os inimigos de Israel começaram a exigir em coro a imediata votação, Oswaldo Aranha declarou solenemente: “Senhores, temos uma lista de oradores”. E exatamente no horário marcado para encerramento da sessão, Aranha solenemente se levantou e disse: “Senhores, nós tivemos um longo e dramático dia sobre as demandas históricas sobre o que foi proposto. Suspendo a sessão até a manhã de sexta-feira (no dia seguinte, quinta, era feriado nacional, Dia de Ação de Graças...).

"Com o singelo e simples conselho, Oswaldo Aranha conseguiu evitar que ocorresse a quarta-feira negra para os judeus. Destarte, no dia de 29, sábado de quando veio a ocorrer a votação, resultou a aprovação da proposta da Partilha, com 33 votos a favor, 13 contra, 10 abstenções. Nahum Goldman, membro da delegação, declarou que Aranha salvara a Partilha. Posteriormente, seria outorgado a ele, post-mortem, em sinal de agradecimento de Israel, a medalha Ben Gurion." fonte: http://www.visaojudaica.com.br/Novembro2007/artigos/19.html

Reflexão:

Não são apenas pessoas com cargos de destaque q carregam a responsabilidade de fazer a coisa certa na hora exata. Cada um de nós tem capacidade e somos apresentados à possibilidade de ajudar aos outros, quando a oportunidade se apresenta. Da mesma forma q Oswaldo Aranha teve lucidez e paciência para esperar o momento correto de agir para ter o melhor resultado possível, devemos ter sua perspicácia e inteligência para saber o momento e a forma correta de fazer as coisas.

Para quem não sabe, a definição de "política" é: "a arte de conviver com os diferentes" ou "a capacidade de conciliar interesses divergentes". Não são só "os políticos" q fazem política, todos nós a praticamos, ou deveríamos, em prol da harmonia, da convivência, do "bem geral". Se Oswaldo Aranha não tivesse a inteligência e o senso de oportunidade de adiar a votação sob sua responsabilidade, ou se tivesse dito "na verdade, não quero votar hj pois hj a resolução seria pró-Palestina e eu sou pró-Israel", não haveria Israel.

Diplomata experiente ele sabia, como um toureiro, q enfrentar o problema de frente, em desigualdade de forças, teria um mal resultado. Da mesma forma q o toureiro usa sua capa para direcionar o ataque do touro para longe de si, por saber-se mais fraco fisicamente, Oswaldo Aranha "deu uma volta" nos anti-sionistas. Sabia q não poderia enfretá-los de "peito aberto", mas poderia usar sua diplomacia e senso político para esperar a melhor oportunidade para agir. E assim, vencer.

Quando cada um de nós se vê diante de um touro raivoso, mais forte e violento q nós, partindo para o ataque, enfrentá-lo diretamente numa batalha física não é a melhor estratégia. Devemos ter paciência, inteligência, saber o momento correto de dar um passo atrás e o de dar um passo à frente. Um touro pesa mais de meia tonelada, tem chifres de 1 metro e a testosterona de 30 homens. Um toureiro pesa 70 quilos. Porém tem algo q o touro é incapaz: a capacidade de controlar seu medo, sua raiva, de "prever" o comportamento dos outros, e agir não movido pelo instinto, pela emoção, mas pela razão, estudo e técnica.

Muitas vezes, quando "os outros nos atacam" ou falam mal de nós sentimos um ímpeto imediato de "colocar os pingos nos is", de "lavar nossa honra", movidos pelo instinto de auto-preservação, pela raiva, pelo medo. Ora, isso é enfrentar "o touro" de frente, em desvantagem de forças.

Ao perceber q a votação na quarta-feira negra seria contrária à criação do Estado de Israel, Oswaldo Aranha não manifestou sua discordância, não teve medo, não se precipitou. Sabia q naquele momento ele estava em desvantagem, respirou fundo, agiu de maneira política, adiou a resposta, e a decisão.

Quando nos vemos em uma discussão, tal como os debates q temos na comunidade Bnei Noach ( https://www.facebook.com/groups/246079458738548/ )e alguém publica algo q não gostamos, não devemos reagir movidos por nossos instintos. Devemos respirar fundo, agir politicamente, ter senso de oportunidade, paciência, diplomacia.

Numa frase: se qquer pessoa escrever algo q vc não gostou, espere pelo menos 24 horas antes de responder.

Isso fará a adrenalina baixar, vc pensar bem, ponderar as palavras, agir com inteligência, "manobrando o touro" disposto a usar da violência e, no caso humano, do desrespeito e falta de efucação. Como diz uma frase famosa "nunca devemos discutir com um ignorante, pq ele te arrasta ao nível dele e ganha por experiência".

Oswaldo Aranha não discutiu com os ignorantes. Teve "jogo de cintura", maturidade, temperança, para lidar com a situação.Contemporizou, esperou, e munido das armas corretas, racionais e lícitas, agiu num momento mais favorável e ponderado. O resultado de sua diplomacia é inestimável.

Q todos possamos aprender com o exemplo deste grande homem! Q saibamos ser diplomáticos, esperar o momento correto de agir e escolher as palavras corretas para atingir nossos objetivos. E q eles sejam bons!

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