O tema deste texto são as dimensões existentes contrapostas às dimensões apreensíveis pela experiência humana. “Dimensões” são espaços, lugares, sítios. Um traço, tal como este “-”, é unidimensional, possui apenas o eixo convencionado como “X”, largura. Um conjunto de dois traços, como este “L“ é bidimensional, pois além da largura do eixo X possui a altura do eixo Y, conforme convencionado no plano bidimensional cartesiano.
Um cubo é tridimensional, pois além da largura e da altura possui profundidade, o eixo Z. Assim era a vida até 1905. O Ano Miraculoso nos trouxe a quarta dimensão, o tempo. O tempo revelou-se um tipo de distância. Percorrível, ao menos em tese. Estas 4 dimensões são para nós fáceis de compreender, pois as experimentamos com nossos sentidos.
Então chegou a Teoria das Cordas. A ciência, até então tão newtoniana, quadradinha e “bonitinha”, começou a explorar noções mais análogas à Teologia do que à Física. Multiversos, realidades paralelas, recriações cíclicas, energia escura...
A Teoria das Cordas, se correta, professa que o Universo tem muito mais dimensões que as 4 que observamos. Para alguns seriam 9 dimensões. Para outros 11. Teoricamente postuladas Matematicamente necessárias. Mas onde estão elas, e pq não as percebemos? De acordo com esta teoria estas dimensões “extras” estão a menos de meio milímetro de nós, bem aqui, porém não podem ser acessadas. Estão enroladas, redobradas sobre si mesmas, ensimesmadas, e seria necessária uma energia até agora impossível para abrir os pequenos buracos de minhoca que permeiam nosso mundo.
Estas demais realidades ao nosso lado estão numa brana diferente. Bem aqui. Mas intagível. Podemos matematicamente calculá-las. Quem sabe um dia cutucá-las, ou viajar até elas, sem sair do lugar. Não há como, pela nossa experiência humana, eu explicar “para onde pulam” essas dimensões extras tal qual pula para a frente a dimensão extra dum quadrado transformado em cubo. A única analogia possível é a de pessoas que não vivem e nosso mundo tridimensioal, mas num Universo menor, chapado, ao qual falta a terceira dimensão.
Sim. Muitos humanos vivem presos num Universo bidimensional, ao menos em sua experiência visual. Não conhecem do que se trata a tridimensionalidade, tão corriqueira para todos nós. Assim como nós humanos não temos a menor idéia de como são as demais dimensões emaranhados no nosso mundo. Assim como um daltônico jamais será capaz de apreciar as diferentes tonalidades do verde.
Humanos enxergam em 3D pela visão binocular, estereopsia. Por termos dois globos oculares em posições diferentes que constróem uma imagem única, em perspectiva. Até o Renascimento todas as manifestações artísticas planas da Humanidade eram chapadas, bidimensionais, sem profundidade, em 2D. Até que veio Fillipo Bruneleschi e inventou o “ponto de fuga” e as projeções tridimensionais imagéticas num plano bidimensional. Percebemos então que utilizando-nos da ótica, da geometria e da perspectiva, poderíamos inferir o 3D a partir do 2D. Visão em 3D inferida a partir do 2D é a realidade “presa à bidimensionalidade” que muitos humanos experimentam, sem o saber.
Veio ao meu conhecimento o caso de Susan Barry. Ela nasceu estrábica, ou “vesga”, com os globos oculares desalinhados. Aos 2 anos passou por uma cirurgia corretiva e deste então esteve segura de que o problema fôra corrigido. Já adulta, numa aula de neurofisiologia ouviu seu professor dizer que cérebros de estrábicos se condicionam a um mundo 2D, bidimensional. O sangue deve ter gelado em suas veias tal qual o de alguém que se descobre figurante numa farsa. Susan correu para fazer testes de visão 3D. Falhou em todos.
Descobriu-se, já adulta, inadvertidamente, presa num mundo bidimensional. Mais curioso do que isso é que, após os 48 anos começou a fazer uma terapia oftalmológica e de repente, inadvertidamente, o mundo começou a “pular” em sua direção. As coisas ganharam textura, saliência, relevo. Ela aprendeu a passar dum plano 2D para um plano 3D.
Todos nós estamos presos num mundo tridimensional submetido ao tempo, assim como Susan estava presa num mundo bidimensional, e os daltônicos estão presos num mundo sem cor. Será que algum dia poderemos acessar as dimensões “extras” entremeadas no tecido de nosso espaço-tempo?
Algum dia nos desprenderemos de nosso cubo sensório tridimensional? Algum dia transcenderemos a realidade apreensível por nossos 5 sentidos e começaremos a enxergar o que não pode ser visto por nossos olhos, mas apenas abstraído por nossa capacidade cognitiva, nosso “sexto sentido”?
P.S.: A visão monopsista também se desenvolve em pessoas cegas de apenas 1 olho. Talvez vc tb deva fazer um teste de visão em 3D.
Artigos científicos no Beit Chabad
Cabalá - As Sefirot e a Teoria das Cordas, por Tev Djmal
Cabalá e Misticismo - Sefirot, as dez emanações divinas
Salve Fernanda !
ResponderExcluirMeus parabéns, muito bom esse artigo.
Embora embasado nos estudos científicos está perfeitamente dentro daquilo que nós, estudantes de Cultura Racional, temos esclarecido de forma simples e prática, permitindo-nos compreender os fatores que você postou como possibilidades.
As perguntas que você faz no final são totalmente respondidas nos livros Universo em Desencanto, através de explicações minuciosas, com provas e comprovações de todo o conteúdo, assim como esclarece esses enigmas e todos os demais.
Convido-a a visitar meu site para ter uma idéia do que se trata, é uma cultura que revela os segredos do nosso universo.
http://www.novafaseracional.com.br
Tomei a liberdade de incluir no site esse artigo muito interessante para efeito de comparação, mencionando a fonte que é o seu nome com acesso ao seu perfil.
Um abraço
Saulo