Ser mulher é uma forma bastante peculiar de ser humano. E muitas expectativas sociais cercam todo membro do gênero feminino, sem q sejamos avisadas a respeito. Enquanto crescemos, ser menina é uma forma menor de "ser princesa". E algumas acham q ser chamada por princesa resultará em serem tratadas como princesas ad aeternum, o q é ledo engano.
As mulheres só começaram a ter certa liberdade após a Revolução Sexual da década de 1960. Creio q sou a primeira geração de mulheres livres, em minha família. Por "mulher livre" compreendo: alguém q foi criada para ser independente, não "para casar e ter filhos", q foi criada pra ter "vida própria" sem depender de marido, q fez faculdade, q manda no próprio nariz, se sustenta sozinha, não é escravizada por gravidezes sucessivas, jamais apanhou de um homem.
Enquanto criança eu achava q isso me colocaria no mesmo "patamar social" dos homens meus contemporâneos. Mas só depois descobri q não. Independentemente de sua instrução ou estado civil as mulheres são julgadas sobretudo por sua aparência. E, ainda hj, divididas em 2 categorias: as "mulheres honestas", q merecem respeito, e as "vadias", q podem ser flagrantemente desrespeitadas.
O adjetivo "vadio" se aplicado a um homem designa alguém desocupado, q não trabalha. O adjetivo "vagabundo" se aplicado a um homem designa alguém q não trabalha nem está a procura disso. O adjetivo "puto" se aplicado a um homem designa q ele está nervoso, irritado com algo. Se um homem "faz biscate" isso designa q ele é um autônomo sem ocupação fixa. Se um homem é "rodado", isso designa q ele já viajou muito. Se um homem é um "cortesão" isso designa q ele faz parte da corte de um rei. Se um homem "faz favores" isso designa q ele ajuda aos outros, de bom grado. Se um homem "faz programa" isso designa q ele é programador de informática, ou analista de sistemas. Se um homem é um "faz tudo", isso designa q ele ocupa o cargo de "auxiliar de serviços gerais".
Adversamente, se aplicados a uma mulher, os adjetivos vadia, vagabunda, cortesã, puta, biscate, rodada, "de programa", q "faz favores" ou "faz tudo" imediatamente remetem à sua moral, ao seu comportamento sexual, e insinuam q a mulher em questão é uma prostituta. O nome disso é "machismo" ou "misoginia": ódio ou aversão às mulheres.
Quando eu era criança reparei num detalhe interessante: meninos podem, e devem, sentar com as pernas o mais abertas possível. Quanto mais abertas, maior é a declaração de q eles teriam um órgão sexual "avantajado", portanto, quanto mais um homem ou menino abre as pernas ao se sentar, tanto mais ele se torna "másculo", e se cruzar as pernas pensarão q ele é gay, ou tem um pênis acanhado. Para o menino, exibir ou insinuar q ele possui um órgão sexual é motivo de orgulho.
Meninas devem sentar com as pernas o mais fechadas possível, e se cruzadas, tanto melhor. Quantas vezes ouvi: "Menina, fecha essas pernas!" e não entendia o pq. Até perceber q a postura feminina seria demonstrativo de sua "disponibilidade sexual": mulheres de pernas abertas indicariam q estão acessíveis, são "putas", e mulheres de pernas fechadas dizem q são recatadas e "não 'dão' para qquer um". Para a menina, exibir ou insinuar q ela possui um órgão sexual é motivo de vergonha.
Quando nasce um bebê do sexo masculino, rapidamente o pai se regozija e anuncia a todos os amigos q "ele tem o saco preto, ou roxo" e todos ficam felizes e lhes dão os parabéns. Quando nasce um bebê do sexo feminino jamais um pai irá declarar q ela tem o "clitóris rosa" e se um amigo fizer qquer referência às partes íntimas da neném, isso será uma gigantesca ofensa. Todos preferem "esquecer" q a menina tb nasce com órgãos sexuais, ou considerar q tê-los é motivo de constrangimento, e não de orgulho.
Desde q aos 12 anos começaram a crescer dois tumores adiposos no meu tórax comecei, literalmente, a sentir o "peso" de ser mulher. Por mais atrativos q eles sejam aos homens, para as mulheres q os carregam, especialmente se sofrerem de gigantomastia, como é o meu caso, os seios são profundamente incômodos. Limitam os movimentos dos membros superiores, pesam na coluna, balançam, doem, incham, dificultam encontrar posição para dormir, atrapalham a prática de esportes.
Mas o pior de tudo: chamam muita, muita atenção, tal qual o rabo de um pavão. Isso eu percebi rapidamente. Q quando eu usava roupas justas e ia cumprimentar alguém do sexo oposto, o cara olhava pra meu rosto, olhava pros seus seios, olhava pro meu rosto, olhava pros meus seios, até decidir q preferia conversar com os meus seios a conversar comigo. Quantas vezes, muito constrangida, tive "conversas sociais" desagradabilíssimas com homens q não olhavam para o meu rosto enquanto eu falava, mas para meus peitos. E q eu era tanto melhor tratada pelos homens quanto mais de seus seios eu expusesse, e se eles não fossem expostos ou insinuados eu era muito mais facilmente ignorada e descartada como alguém "interessante".
Percebi q os homens me julgavam pelo tamanho dos meus seios, a profundidade da minha clivagem, o fato de estar maquiada e de salto alto ou não. E q caso me considerassem, pela minha aparência, uma "parceira sexual viável" eu era bem tratada. Em caso negativo, eu era ignorada. Se eu não lhes era interessante sexualmente, eles não tinham nenhum outro interesse em mim.
Do meu ponto de vista, nunca fui pudica em relação a roupas, sempre procurei me vestir de maneira "normal", mas já fui alvo de diversos comentários jocosos a respeito do meu trajar. Em diferentes ambientes já me perguntaram pq "não me arrumo", pq me visto "como se fosse crente", pq não uso maquiagem nem faço escova no dia-a-dia, e um aluno até chegou a dizer q me visto "como uma mendiga", em contraste com as outras professoras mais "arrumadinhas"... E várias pessoas já vieram, com a melhor das intenções, me aconselhar q eu deveria ser mais vaidosa dizendo: "ah, se vc soltar o cabelo, trocar os óculos por lente de contato e passar um rímel, vai ficar muito bonita". Como se toda mulher tivesse "obrigação" de ser, ou ao menos tentar ficar, bonita.
Eu não "me arrumo" no meu dia-a-dia, especialmente no trabalho pq não quero passar a "mensagem errada" de q eu seria uma parceira sexual viável aos meus colegas de trabalho e alunos. Faço questão de usar avental ao dar aulas por já ter percebido q quando não o uso o tamanho dos meus seios e o formato dos meus glúteos sempre viram o "assunto do momento". Sem o guarda-pó os alunos me vêem como "mulher". Com o guarda-pó os alunos me vêem como "professora" e eu neutralizo 95% das insinuações sexuais a meu respeito em sala de aula.
Eu não me visto "como se fosse crente", apenas de forma "normal" sem ressaltar meus atributos físicos. Até uso maquiagem e faço escova, em ocasiões extra especiais, não em meu cotidiano. Não me visto como mendiga, apenas compro roupas em lojas de departamentos, e não em butiques. Não solto o cabelo pois ele incomoda e esquenta o cangote. Não uso lentes de contato pois gosto da mensagem de prezo pelo intelectualidade q os óculos auferem aos q os ostentam.
No fundo, tudo isso é meu "disfarce de mulher honesta", não pq eu não seja isso, mas pq sei q vestir-me de outra forma seria uma declaração sobre meu comportamento sexual e minha "disponibilidade" a todos os homens em redor. Eu gostaria de poder me vestir de outra forma, porém não quero me submeter ao desrespeito q seria resultado disso, pois mesmo me vestindo de forma conservadora, frequentemente sou vítima de desrespeito pelo simples fato de ser mulher.
Sou uma mulher relativamente jovem e relativamente magra num ambiente de trabalho cheio de mulheres relativamente "mais velhas" e "mais gordas" do q eu. Esse simples fato resulta em ver-me alvo de insinuações e convites de cunho sexual por meus colegas de trabalho, muitos deles casados, sem q eu dê nenhuma "abertura" para isso. Mesmo me esforçando ao máximo para desconstruir qquer imagem sexualizada, ainda assim, pelo simples fato de ser mulher, jovem, magra e solteira, os homens acham q têm o direito ou a liberdade de me abordar com convites escusos. Independentemente do seu estado civil. Ser mulher, e ter seios, é quase um passe livre para q ou outros me faltem ao respeito.
Não uso decote justamente pq os homens q se atraem por mim pelos meus atributos físicos não me interessam. Quero um homem q esteja comigo por mim, não pelo formato do meu corpo. Quero alguém q me respeite, q não me veja como um objeto ou um pedaço de carne. Procuro alguém q veja a Fernanda escondida atrás dos óculos, q me ache bonita com a cara lavada, gorda ou magra, com celulite, sem Wonderbra, com o cabelo ao natural.
Minha sensualidade não é para qualquer um, por isso não a exibo para todos. Não estou a procura de "parceiros sexuais", estou a procura de um "parceiro para a vida", q não deixe de ter atração por mim baseado na circunferência da minha cintura, no ângulo descrito por meus seios ou nas rugas em meu rosto.
Gostaria de poder andar livremente pela rua sem camisa, como fazem os homens. Quando um homem tira a camisa é pq está com calor. Se uma mulher tira a blusa, ou é imediatamente estuprada ou presa por "atentado violento ao pudor". A simples exposição do corpo feminino é um "atentado à moral e aos bons costumes", ou um oferecimento de favores sexuais, mesmo q involuntários, a qquer homem q a veja assim.
É justamente nessa ferida q a slutwalk, "marcha das putas" ou "marcha das vadias" toca. Objetiva quebrar o preconceito de q a mulher deve ser julgada pela quantidade de pele q expõe, pelo comprimento da sua saia, pela profundidade do seu decote. Levanta a bandeira de q a mulher pode, e deve, se vestir como bem entende, e q seu trajar jamais deve ser considerado um "convite" ao desrespeito e à violência. Nestas passeatas as manifestantes "se vestem como prostitutas" para escancarar q não existe isso de "se vestir como uma prostituta": q toda mulher é dona do seu corpo e tem o direito de exibi-lo, se quiser, sem ser mal-julgada por isso. Com muita alegria, se um dia tiver a oportunidade, me vestirei "como puta" para participar da marcha das vadias, para quem sabe um dia poder usar um decote sem ser imediatamente considerada uma "mulher fácil".
Respondendo ao mote do texto numa frase: não uso decote pq não posso. Pois se usar, os homens ao redor nisso lêem uma declaração de disponibilidade, e me julgam moralmente "dissoluta" por conta da falta de 4 centímetros de tecido ou um botão entreaberto. Não uso decote pq não estou interessada em atrair homens q procuram mulheres baseados em sua aparente sensualidade. Não uso decote pois quero ser considerada uma "pessoa séria" e, pelo menos para os homens, "mulheres sérias" não usam decote.
Por favor, me julguem pela minha inteligência, pela minha personalidade, pelas coisas q gosto e os assuntos sobre os quais falo, não pelo meu soutien 46, meu jeans 38 ou a altura do salto dos meus sapatos! Me julguem como "pessoa", não como um "pedaço de carne".
Recomendo o filme "Erin Brockovich".
domingo, 27 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
Diferencas entre os bnei Noach e os bnei anussim
A Teologia judaica é uma filosofia riquíssima q serviu de base para a cultura ocidental. A religião judaica tem uma raiz racial, ou seja, os praticantes do Judaísmo se identificam, mais do q como um grupo religioso, uma comunidade com uma origem étnica q remonta às 12 tribos de Israel.
A história dos hebreus foi cheia de percalços, incluindo 2 expulsões de sua terra e a submissão a diferentes poderes imperiais. A primeira expulsão, ordenadas pelos Assírios, levou à dispersão das tribos e "sumiço" de 10 delas, restando as de Judá e Benjamin, e poucos remanescentes da tribo de Levi.
A Diáspora ordenada pelos romanos resultou numa dispersão prolongada dos judeus; q foram assim divididos, a grosso modo, em 2 grupos "étnicos": os askhenazim (alemães) da Europa central e os sefaradim (espanhóis) da Península Ibérica e norte da África.
Diferentemente da maioria da religiões, o Judaísmo não é proselitista: não procura converter à sua fé adeptos de outras religiões. Embora qualquer um possa se converter ao Judaísmo (embora esse processo seja difícil), ninguém nunca verá judeus fazerem propaganda de sua religião aos não-judeus tendo em vista convertê-los ao Judaísmo.
Muitos gentios (não-judeus) nisso vêem q o Judaísmo não contempla nem tem nenhuma preocupação com quem não é judeu, como se os gentios estivessem excluídos de sua concepção religiosa do mundo, o q é um erro.
A Teologia judaica professa q Deus fez 2 alianças, sucessivas e diferentes com os homens. Uma ampla, com todos os homens. Outra específica, exclusiva, com os descendentes de Jacó/Israel. A aliança com todos os humanos foi firmada com Noé. A aliança com a nação de Israel, apenas com os q estiveram presentes na revelação do Sinai e seus descendentes, é a aliança de Moisés.
Talvez falte aos gentios o conhecimento de q, de acordo com o Judaísmo, não são só os judeus q "vão para o Céu" (o termo correto seria "terão parte no mundo vindouro"), e q isso significa q Deus "pega mais leva" ou "cobra menos" dos gentios do q dos judeus. Dos gentios, os bnei Noach (noachides, noahides ou "filhos de Noé") Deus exige o seguimento de apenas 7 leis, enquanto q aos judeus é exigido o seguimento de 613 leis.
O movimento bnei Noach não se destina a converter ninguém ao Judaísmo. Busca divulgar as 7 leis da aliança noética para a elevação ou retificação de toda a Humanidade. Busca divulgar q os "tementes a Deus" e os "justos entre as nações" também têm seu espaço na concepção de mundo judaica.
Este texto não ficaria completo sem citar quais são estas leis.
1) Creia em D'us. Não sirva a ídolos.
2) Não blasfemar.
3) Não roubar.
4) Não matar.
5) Não cometer adultério
6) Cumpra as leis do país
7) Não coma um membro de um animal vivo e não seja cruel com animais.
Para saber mais: http://www.chabad.org.br/interativo/FAQ/sete.html
O movimento bnei anussim (filhos dos forçados) é muito diferente do bnei Noach. Enquanto todo ser humano sobre a terra é um filho de Noé, os bnei anussim são um grupo étnico-cultural específico, e muito diversificado. Existem bnei anussim de todas as cores: brancos, negros, asiáticos e até indígenas.
Também chamados de criptojudeus, a depender do lugar os bnei anussim também são chamados de marranos, neofiti, xuetes, cristãos-novos, ladinos, conversos, daggatuns, dönmeh, falash mura, lemba, judeus de Paradesi, Cochin, Malabar ou Kaifeng, entre outras denominações. Embora haja variações particulares, podemos afirmar q, embora os grupos referidos por estas denominações não pratiquem o Judaísmo como ele é configurado nos dias de hoje, fazem parte do grupo étnico hebreu.
São judeus, mas não são judeus. Fazem parte da etnia q descende dos hebreus, porém não praticam o Judaísmo rabínico, haláchico. E não deixaram de praticar o Judaísmo por sua livre escolha, mas pq desde a Diáspora e a disseminação do Cristianismo, ser judeu era perigoso. Especialmente na Europa, praticar abertamente o Judaísmo equivalia a uma sentença de morte nas mãos do Tribunal do Santo Ofício, a famosa Inquisição católica. Para salvar a própria vida, muitas comunidades judaicas se converteram à religião q lhes era imposta.
Contudo, em suas tradições culturais estes grupos de forçados (anusim) carregam diversos "marcadores" cuja origem é a prática do Judaísmo. Tradições como acender velas na sexta-feira, recusa em ingerir carne de porco, métodos de abate de animais, jeitos específicos de limpar a casa e lidar com os mortos, casamentos endogâmicos, diversas tradições familiares seguidas por séculos sem q muitas vezes seus descendentes saibam q estes costumes na verdade revelam uma herança calada.
O Brasil é um lugar especialmente rico em tradições criptojudaicas. Inconscientemente, muitos brasileiros eternizam em seus costumes populares reminiscências q revelam nossa origem insuspeita. Elementos folclóricos q muitas vezes consideramos oriundos dos portugueses na verdade revelam a origem cristã-nova de nossos antepassados.
Expressões e tradições tais como "chorar a morte da bezerra", "fazer mesura", dizer "que massada", "a carapuça serviu", "pedir bênção, ou 'bença' dos pais" antes de sair de casa, dizer "Deus te crie" quando alguém espirra, dizer q "apontar as estrelas dá verruga", antes de beber derramar um pouco da bebida "para o santo", todos estes costumes "brasileiros" são de origem cripto-judaica.
Além destas tradições orais, outro tipo de "marcador" pode ser usado para auferir se uma pessoa descende de judeus: o sobrenome. Sobrenomes referentes à religião cristã, referentes à flora, referentes a profissões e lugares. Muitos apelidos familiares q achamos ser de origem portuguesa revelam essa herança insuspeita. Citarei apenas alguns sefaraditas. Se vc tem qualquer um dos sobrenomes citados a seguir, é quase certo q vc é um bnei anussim:
Amorim; Azevedo; Álvares; Avelar; Almeida; Barros; Campos; Carneiro; Carvalho; Cruz; Dias; Duarte; Ferreira; Franco; Gonçalves; Lemos; Lopes; Machado; Martins; Mattos; Meira; Mello; Mendes; Miranda; Mota; Nunes; Oliveira; Paiva; Pardo; Pilão; Pina; Pinto; Pessoa; Ribeiro; Rodrigues; Rosa; Salvador; Souza; Torres; Vaz; Viana; Vargas; Andrade; Brandão; Brito; Bueno; Cardoso; Carvalho; Castro; Costa; Coutinho; Dourado; Fonseca; Furtado; Gomes; Gouveia; Marques; Prado; Mesquita; Mendes; Pereira; Pinheiro; Silva; Soares; Teixeira; Teles, Ramos, Oliveira; Pereira; Ferreira; Pimentel; Abraão.
Esta lista deve surpreender a muitos, pois a maioria desses sobrenomes (retirei os menos conhecidos) é muito comum entre os brasileiros, a maioria dos quais os carrega sem saber sua origem. Todos são citados em autos-de-fé inquisitórios como pertencentes a judeus ou são ainda hj ostentados como sobrenomes tipicamente judeus, fora do Brasil.
Para os q acham q estou exagerando, existem estimativas de q, durante o Brasil Colonial, cerca de 1 terço dos habitantes da colônia de origem portuguesa eram além disso, cristãos-novos. Q emigraram de Portugal para sua colônia americana por perseguição religiosa. Em Portugal eram discriminados e perseguidos por serem cristãos-novos e viram na emigração para a colônia uma forma de escapar à perseguição do Tribunal da Santa Inquisição. Na mesma medida em q os puritanos ingleses emigravam para as colônias britânicas na América para fugir à perseguição religiosa no Velho Mundo, cristãos-novos portugueses se mudavam para o Brasil; para fugir à perseguição religiosa.
Durante a colonização da América portuguesa, seus residentes tiverem um breve suspiro de "liberdade de culto" durante a ocupação holandesa do Nordeste, e neste período de liberdade estes criptojudeus puderam "sair do armário" e reviver suas tradições, chegando a erigir a primeira sinagoga em solo americano, a lendária Kahal Zur Israel, na "rua dos judeus", em Recife, Pernambuco. Finda a ocupação holandesa, os q não emigraram para fundar Nova Amsterdã (New York city, a "big apple", Nova York) retornaram à sua condição de judeus ocultos.
O movimento bnei Anussim procura divulgar entre os descendentes destes judeus forçados a se converter sua origem judaica, objetivando reintegrá-los à comunidade judaica, bem como reconduzi-los à prática do Judaísmo como religião.
Detalhe nem tão pequeno assim é q ser descendente de judeus, mesmo q comprovadamente pela tradição familiar, pelo sobrenome ou mesmo por um teste genético não torna ninguém imediatamente um judeu, na religião. Todos os filhos dos forçados são muito bem-vindos em se reintegrar à comunidade dos seus antepassados. Porém uma etapa essencial faz-se necessária: a conversão. Ou melhor, a "conversão de dúvida".
Mas muitos estranharão pq alguém q comprove ser descendente de judeus ainda assim precise passar por uma rígida, criteriosa e economicamente proibitiva conversão (impossível em território brasileiro atualmente) para poder ser plenamente aceito em sua comunidade ancestral. Isso acontece pois no processo de assimilação às comunidades geográficas nas quais residiam, perderam-se os registros genealógicos e a maioria dos anussim "se misturou" às comunidades locais, trazendo elementos étnico-culturais variados, comumente considerados idólatras. Não há como comprovar sua descendência matrilinear direta. Portanto, mesmo nas comunidades criptojudaicas fechadas, não há como ter 100% de certeza de q sua descendência judaica pela linha materna é ininterrupta. Por isso os filhos dos judeus forçados precisam se converter pela Halachá para retornar à comunidade judaica.
Espero com este texto ter contribuído para esclarecer q os bnei Noach são todos os seres humanos sobre a terra, e q desta forma todos os gentios são contemplados pela religião judaica e não precisam "virar judeus" para terem seu lugar no mundo vindouro. Apenas precisam observar as 7 leis transcritas acima.
Adversamente, os bnei anussim são um grupo étnico composto por todos os descendentes de judeus q, por diversos motivos, foram obrigados a "deixar de ser judeus", ao menos na "casca externa". Existem bnei anussim loiros, ruivos, negros, indianos, chineses, latinos: de todas as cores do espectro humano. Porém, abaixo das diferenças aparentes em seu fenótipo, todos integram a etnia judaica. E por serem descendentes das tribos de Israel, estão sendo, progressivamente, trazidos à lembrança de suas raízes. E, caso os descendentes destes forçados sintam q no fundo de sua alma bate um coração judeu, encontram nos seus primos distantes um convite: retornar às suas tradições, reviver a herança dos seus antepassados, fazer o caminho de volta: retornar à nação judaica e à prática do seu Judaísmo ancestral.
Portanto, embora o Judaísmo não procure, de nenhuma forma, converter gentios em judeus, no caso dos bnei anussim é diferente. Converter um filho dos forçados em judeu não é converter um gentio em judeu: é reconverter um hebreu, um israelita, em judeu: reintegrar à comunidade judaica pessoas q pertencem a essa ancestralidade mas foram obrigados a abdicar de sua religião para salvar sua vida, na época q "Judaísmo" era crime. O movimento bnei anussim busca resgatar judeus, q muitas vezes nem sabem q são judeus, trazê-los ao conhecimento de sua herança e reintegrá-los à sua comunidade étnico-religiosa.
A história dos hebreus foi cheia de percalços, incluindo 2 expulsões de sua terra e a submissão a diferentes poderes imperiais. A primeira expulsão, ordenadas pelos Assírios, levou à dispersão das tribos e "sumiço" de 10 delas, restando as de Judá e Benjamin, e poucos remanescentes da tribo de Levi.
A Diáspora ordenada pelos romanos resultou numa dispersão prolongada dos judeus; q foram assim divididos, a grosso modo, em 2 grupos "étnicos": os askhenazim (alemães) da Europa central e os sefaradim (espanhóis) da Península Ibérica e norte da África.
Diferentemente da maioria da religiões, o Judaísmo não é proselitista: não procura converter à sua fé adeptos de outras religiões. Embora qualquer um possa se converter ao Judaísmo (embora esse processo seja difícil), ninguém nunca verá judeus fazerem propaganda de sua religião aos não-judeus tendo em vista convertê-los ao Judaísmo.
Muitos gentios (não-judeus) nisso vêem q o Judaísmo não contempla nem tem nenhuma preocupação com quem não é judeu, como se os gentios estivessem excluídos de sua concepção religiosa do mundo, o q é um erro.
A Teologia judaica professa q Deus fez 2 alianças, sucessivas e diferentes com os homens. Uma ampla, com todos os homens. Outra específica, exclusiva, com os descendentes de Jacó/Israel. A aliança com todos os humanos foi firmada com Noé. A aliança com a nação de Israel, apenas com os q estiveram presentes na revelação do Sinai e seus descendentes, é a aliança de Moisés.
Talvez falte aos gentios o conhecimento de q, de acordo com o Judaísmo, não são só os judeus q "vão para o Céu" (o termo correto seria "terão parte no mundo vindouro"), e q isso significa q Deus "pega mais leva" ou "cobra menos" dos gentios do q dos judeus. Dos gentios, os bnei Noach (noachides, noahides ou "filhos de Noé") Deus exige o seguimento de apenas 7 leis, enquanto q aos judeus é exigido o seguimento de 613 leis.
O movimento bnei Noach não se destina a converter ninguém ao Judaísmo. Busca divulgar as 7 leis da aliança noética para a elevação ou retificação de toda a Humanidade. Busca divulgar q os "tementes a Deus" e os "justos entre as nações" também têm seu espaço na concepção de mundo judaica.
Este texto não ficaria completo sem citar quais são estas leis.
1) Creia em D'us. Não sirva a ídolos.
2) Não blasfemar.
3) Não roubar.
4) Não matar.
5) Não cometer adultério
6) Cumpra as leis do país
7) Não coma um membro de um animal vivo e não seja cruel com animais.
Para saber mais: http://www.chabad.org.br/interativo/FAQ/sete.html
O movimento bnei anussim (filhos dos forçados) é muito diferente do bnei Noach. Enquanto todo ser humano sobre a terra é um filho de Noé, os bnei anussim são um grupo étnico-cultural específico, e muito diversificado. Existem bnei anussim de todas as cores: brancos, negros, asiáticos e até indígenas.
Também chamados de criptojudeus, a depender do lugar os bnei anussim também são chamados de marranos, neofiti, xuetes, cristãos-novos, ladinos, conversos, daggatuns, dönmeh, falash mura, lemba, judeus de Paradesi, Cochin, Malabar ou Kaifeng, entre outras denominações. Embora haja variações particulares, podemos afirmar q, embora os grupos referidos por estas denominações não pratiquem o Judaísmo como ele é configurado nos dias de hoje, fazem parte do grupo étnico hebreu.
São judeus, mas não são judeus. Fazem parte da etnia q descende dos hebreus, porém não praticam o Judaísmo rabínico, haláchico. E não deixaram de praticar o Judaísmo por sua livre escolha, mas pq desde a Diáspora e a disseminação do Cristianismo, ser judeu era perigoso. Especialmente na Europa, praticar abertamente o Judaísmo equivalia a uma sentença de morte nas mãos do Tribunal do Santo Ofício, a famosa Inquisição católica. Para salvar a própria vida, muitas comunidades judaicas se converteram à religião q lhes era imposta.
Contudo, em suas tradições culturais estes grupos de forçados (anusim) carregam diversos "marcadores" cuja origem é a prática do Judaísmo. Tradições como acender velas na sexta-feira, recusa em ingerir carne de porco, métodos de abate de animais, jeitos específicos de limpar a casa e lidar com os mortos, casamentos endogâmicos, diversas tradições familiares seguidas por séculos sem q muitas vezes seus descendentes saibam q estes costumes na verdade revelam uma herança calada.
O Brasil é um lugar especialmente rico em tradições criptojudaicas. Inconscientemente, muitos brasileiros eternizam em seus costumes populares reminiscências q revelam nossa origem insuspeita. Elementos folclóricos q muitas vezes consideramos oriundos dos portugueses na verdade revelam a origem cristã-nova de nossos antepassados.
Expressões e tradições tais como "chorar a morte da bezerra", "fazer mesura", dizer "que massada", "a carapuça serviu", "pedir bênção, ou 'bença' dos pais" antes de sair de casa, dizer "Deus te crie" quando alguém espirra, dizer q "apontar as estrelas dá verruga", antes de beber derramar um pouco da bebida "para o santo", todos estes costumes "brasileiros" são de origem cripto-judaica.
Além destas tradições orais, outro tipo de "marcador" pode ser usado para auferir se uma pessoa descende de judeus: o sobrenome. Sobrenomes referentes à religião cristã, referentes à flora, referentes a profissões e lugares. Muitos apelidos familiares q achamos ser de origem portuguesa revelam essa herança insuspeita. Citarei apenas alguns sefaraditas. Se vc tem qualquer um dos sobrenomes citados a seguir, é quase certo q vc é um bnei anussim:
Amorim; Azevedo; Álvares; Avelar; Almeida; Barros; Campos; Carneiro; Carvalho; Cruz; Dias; Duarte; Ferreira; Franco; Gonçalves; Lemos; Lopes; Machado; Martins; Mattos; Meira; Mello; Mendes; Miranda; Mota; Nunes; Oliveira; Paiva; Pardo; Pilão; Pina; Pinto; Pessoa; Ribeiro; Rodrigues; Rosa; Salvador; Souza; Torres; Vaz; Viana; Vargas; Andrade; Brandão; Brito; Bueno; Cardoso; Carvalho; Castro; Costa; Coutinho; Dourado; Fonseca; Furtado; Gomes; Gouveia; Marques; Prado; Mesquita; Mendes; Pereira; Pinheiro; Silva; Soares; Teixeira; Teles, Ramos, Oliveira; Pereira; Ferreira; Pimentel; Abraão.
Esta lista deve surpreender a muitos, pois a maioria desses sobrenomes (retirei os menos conhecidos) é muito comum entre os brasileiros, a maioria dos quais os carrega sem saber sua origem. Todos são citados em autos-de-fé inquisitórios como pertencentes a judeus ou são ainda hj ostentados como sobrenomes tipicamente judeus, fora do Brasil.
Para os q acham q estou exagerando, existem estimativas de q, durante o Brasil Colonial, cerca de 1 terço dos habitantes da colônia de origem portuguesa eram além disso, cristãos-novos. Q emigraram de Portugal para sua colônia americana por perseguição religiosa. Em Portugal eram discriminados e perseguidos por serem cristãos-novos e viram na emigração para a colônia uma forma de escapar à perseguição do Tribunal da Santa Inquisição. Na mesma medida em q os puritanos ingleses emigravam para as colônias britânicas na América para fugir à perseguição religiosa no Velho Mundo, cristãos-novos portugueses se mudavam para o Brasil; para fugir à perseguição religiosa.
Durante a colonização da América portuguesa, seus residentes tiverem um breve suspiro de "liberdade de culto" durante a ocupação holandesa do Nordeste, e neste período de liberdade estes criptojudeus puderam "sair do armário" e reviver suas tradições, chegando a erigir a primeira sinagoga em solo americano, a lendária Kahal Zur Israel, na "rua dos judeus", em Recife, Pernambuco. Finda a ocupação holandesa, os q não emigraram para fundar Nova Amsterdã (New York city, a "big apple", Nova York) retornaram à sua condição de judeus ocultos.
O movimento bnei Anussim procura divulgar entre os descendentes destes judeus forçados a se converter sua origem judaica, objetivando reintegrá-los à comunidade judaica, bem como reconduzi-los à prática do Judaísmo como religião.
Detalhe nem tão pequeno assim é q ser descendente de judeus, mesmo q comprovadamente pela tradição familiar, pelo sobrenome ou mesmo por um teste genético não torna ninguém imediatamente um judeu, na religião. Todos os filhos dos forçados são muito bem-vindos em se reintegrar à comunidade dos seus antepassados. Porém uma etapa essencial faz-se necessária: a conversão. Ou melhor, a "conversão de dúvida".
Mas muitos estranharão pq alguém q comprove ser descendente de judeus ainda assim precise passar por uma rígida, criteriosa e economicamente proibitiva conversão (impossível em território brasileiro atualmente) para poder ser plenamente aceito em sua comunidade ancestral. Isso acontece pois no processo de assimilação às comunidades geográficas nas quais residiam, perderam-se os registros genealógicos e a maioria dos anussim "se misturou" às comunidades locais, trazendo elementos étnico-culturais variados, comumente considerados idólatras. Não há como comprovar sua descendência matrilinear direta. Portanto, mesmo nas comunidades criptojudaicas fechadas, não há como ter 100% de certeza de q sua descendência judaica pela linha materna é ininterrupta. Por isso os filhos dos judeus forçados precisam se converter pela Halachá para retornar à comunidade judaica.
Espero com este texto ter contribuído para esclarecer q os bnei Noach são todos os seres humanos sobre a terra, e q desta forma todos os gentios são contemplados pela religião judaica e não precisam "virar judeus" para terem seu lugar no mundo vindouro. Apenas precisam observar as 7 leis transcritas acima.
Adversamente, os bnei anussim são um grupo étnico composto por todos os descendentes de judeus q, por diversos motivos, foram obrigados a "deixar de ser judeus", ao menos na "casca externa". Existem bnei anussim loiros, ruivos, negros, indianos, chineses, latinos: de todas as cores do espectro humano. Porém, abaixo das diferenças aparentes em seu fenótipo, todos integram a etnia judaica. E por serem descendentes das tribos de Israel, estão sendo, progressivamente, trazidos à lembrança de suas raízes. E, caso os descendentes destes forçados sintam q no fundo de sua alma bate um coração judeu, encontram nos seus primos distantes um convite: retornar às suas tradições, reviver a herança dos seus antepassados, fazer o caminho de volta: retornar à nação judaica e à prática do seu Judaísmo ancestral.
Portanto, embora o Judaísmo não procure, de nenhuma forma, converter gentios em judeus, no caso dos bnei anussim é diferente. Converter um filho dos forçados em judeu não é converter um gentio em judeu: é reconverter um hebreu, um israelita, em judeu: reintegrar à comunidade judaica pessoas q pertencem a essa ancestralidade mas foram obrigados a abdicar de sua religião para salvar sua vida, na época q "Judaísmo" era crime. O movimento bnei anussim busca resgatar judeus, q muitas vezes nem sabem q são judeus, trazê-los ao conhecimento de sua herança e reintegrá-los à sua comunidade étnico-religiosa.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Dos ex-namorados invisiveis
A era das redes sociais pela internet, iniciada em 2004, trouxe novas formas de interação social e novos questionamentos de Etiqueta aos q fazem parte delas. Antigos problemas, como a perda de contato com amigos antigos ou distantes foram resolvidos, e nesse bojo novos problemas surgiram.
As relações amorosas costumam ser muito marcantes na vida das pessoas. Quando alguém está romanticamente envolvido com alguém, normalmente, adora registrar em fotos cheias de ternura essa união. Os namorados estão sempre juntos, se amam de paixão, não conseguem sobreviver sem o outro... Até q começam os problemas inerentes a uma relação de dependência e ilusão de completude. Quando a relação acaba, mais do q rapidamente os antigos apaixonados viram inimigos, e é comum q queiram erradicar todos os registros do antigo amor, se a relação acabou mal.
Igualmente também é comum q um novo namorado não goste de ser confrontado com a existência de antigos parceiros do seu novo amor, e não tolere ver os registros felizes do seu parceiro, na companhia de outra pessoa. O nome disso é "ciúmes". Algumas pessoas, não tenho a menor idéia do pq, acham q ciúme é "prova de amor" e se apressam a aquiescer a todas as exigências de seus agora namorados em "apagar seu passado".
O ciúme até tem sua razão de ser diante de uma situação concreta, no presente. Em relação à trajetória pretérita das pessoas, o q se passa por "ciúme" na verdade é pura e simples insegurança: o medo de ser comparado, e considerado pior amante em relação aos antigos parceiros do seu atual amor.
Antes da era das redes sociais, acontecia dos novos namorados exigirem q seus atuais parceiros rasgassem todas as fotos com seus "ex". Agora, isso se dá em exigirem q fotos antigas sejam retiradas da internet. Não só do perfil dos seus amados, mas de qquer perfil da Internet. Como fiel depositária de centenas de registros fotográficos de amigos com os quais atualmente mantenho contato apenas virtual, em diversas ocasiões me pediram q apagasse fotos q não tinham nada de mais além de mostrar a pessoa embraçada a um antigo amor. Fotos para as quais ambos pousaram bastante sorridentes, ou até me pediram q registrasse, mas agora não mais suportam ver. Já aconteceu até de uma namorada de um antigo amigo ameaçar me processar pela minha "ousadia" em colocar fotos em q ele aparecia com uma ex. (!)
Normalmente, apago essas fotos quando me pedem. Não pq concorde q elas devam "sumir", mas para não ter problemas nem arranjar inimizades desnecessárias. Porém não deixo de estranhar essa postura.
Cada ser humano é o resultado de todas as vicissitudes, intercorrências, efemérides e relacionamentos q já vivenciou. Grande parte do q somos, da nossa personalidade, foi moldado justamente por esses relacionamentos amorosos q já acabaram. Cresci bastante e aprendi muita coisa em cada um dos meus namoros. E não me envergonho de nenhum deles. Cada namorado, e amigo, q já tive, ajudou a construir a minha história. E não vejo nenhum motivo pelo qual meus futuros relacionamentos deveriam se sentir inseguros diante dos registros de minhas antigas paixões. Inclusive, já briguei feio com o único namorado inseguro q tive e q achou q poderia me "ordenar" q apagasse as fotos dos meus ex...
Algumas pessoas quando são alvo de ciúme se sentem "lisonjeadas" e pensam "ele deve me amar muito para sentir tanto ciúme". Discordo em gênero, número e grau. Para mim o ciúme é uma ofensa. Na minha percepção, o ciumento, além de demonstrar sua insegurança, ao expor esse sentimento está a desconfiar da fidelidade de seu parceiro, a achar q essa pessoa pode a qquer momento querer ter uma 'recaída' com seus ex, e por isso exige q os registros do antigo namoro sumam. E concordar com essas exigências ciumentas, no fundo, é legitimar os temores e inseguranças do atual parceiro. Q assim nunca acabarão, apenas hão de crescer e gerar cada vez mais conflitos. Resultando, comumente, no fim do relacionamento. "Se anular" ou "se dissolver" num relacionamento amoroso é o caminho mais curto para decretar sua inviabilidade. Um namoro, noivado ou casamento exige duas pessoas inteiras, não versões parciais, "editadas" de cada uma delas.
Cada relacionamento passado q tive foi fundamental no meu crescimento, é parte importante da minha biografia. Um novo namorado exigir q eu apague esses registros está tb a declarar q "não me quer por inteiro", mas quer uma "versão editada de mim", q não sou eu.
Nos meus perfis nas redes sociais, tenho diversas fotos de ex-namorados, e nenhum constrangimento em exibi-las. Com eles ainda mantenho amizade, mesmo q só virtual, troco e-mails, mando mensagem de "feliz aniversário", quando vou a SP gosto de reencontrá-los, como amigos, e de poder contar com eles. Mais de uma vez aconteceu de contar com sua hospitalidade em visitas à capital. Meus ex parceiros românticos hj são grandes amigos, e disso me orgulho. Nenhum namorado futuro q eu tiver tem o direito de exigir q eu os exclua como amigos, ou q retire do ar as fotos antigas em q aparecemos, mesmo q em situação romântica. São registros históricos da minha biografia. Fazem parte daquilo q eu sou hj.
Não entendo pq as pessoas querem apagar seu passado, ou pq concordam q os outros queiram editar os registros da sua história. Não entendo pq é tão comum q ex-namorados virem "inimigos" e as pessoas prefiram esquecê-los e não mais tocar no assunto. Até entendo, mas não concordo q pessoas adultas e esclarecidas mantenham comportamentos adolescentes, marcados pela insegurança e relações mal-resolvidas.
Novos namorados deveriam ter ciúmes dos ex q não são mais "amigos", nem virtualmente, do seu atual. Pois, se não sou amiga deste ex, é pq restou algo mal-resolvido na relação, e aí sim, há alguma chance de ela ser "reeditada". Se vc é ciumento, perceba: das relações sobre as quais seu namorado fala e publica vc não deve ter medo. Insegurança vc deveria ter apenas a respeito das relações sobre as quais seu parceiro não fala, nem tem fotos publicadas. Se seu namorado/a não se importa com as fotos de um ex é pq não tem mais sentimentos amorosos mal-resolvidos em relação a esta pessoa. De seus verdadeiros concorrentes, se existirem, vc nem sabe o nome nem jamais viu nenhuma foto. E, se vc acha q seu ciúme tem qquer embasamento: pq vc continua com uma pessoa q vc acha q pode te trair a qquer momento?
Quando eu for me engajar em futuros relacionamentos, será condição essencial q os candidatos a namorado me queiram por inteiro, aceitem meu passado, não se sintam inseguros diante dos meus ex. Se o namorado virou ex é pq este relacionamento já foi testado, e não deu certo. Se eu já sei q com aquela pessoa eu não combino e desisti do namoro, justamente dessa pessoa o atual não deveria ter nenhum ciúme: se virou ex, é pq eu não quero mais aquela pessoa como parceiro romântico, o q não implica em não querer mais amizade com a pessoa.
Se o seu atual namorado quer apagar uma parte importante do seu passado, não concorde com isso: questione abertamente o motivo dessa exigência e pondere se este atual realmente é um bom parceiro, se ele está com vc para agregar valor à sua biografia, e não para dilapidá-la.
Parcerias românticas com futuro não têm assuntos proibidos, não titubeiam diante de fantasmas. Busque relações inteiras, entre 2 pessoas completas, q se aceitam e se compreendem no passado, presente e futuro. Procure alguém q te respeite, q confie na sua fidelidade, q queira te conhecer por inteiro; e não q exija q vc "se edite" para melhor se encaixar na ilusão q ele tem ao seu respeito, ou na biografia q ele gostaria q vc tivesse tido. Não renegue seu passado em prol de um futuro q pode nem se realizar. Não abra mão de quem vc é, nem de quem vc foi, por ninguém.
As relações amorosas costumam ser muito marcantes na vida das pessoas. Quando alguém está romanticamente envolvido com alguém, normalmente, adora registrar em fotos cheias de ternura essa união. Os namorados estão sempre juntos, se amam de paixão, não conseguem sobreviver sem o outro... Até q começam os problemas inerentes a uma relação de dependência e ilusão de completude. Quando a relação acaba, mais do q rapidamente os antigos apaixonados viram inimigos, e é comum q queiram erradicar todos os registros do antigo amor, se a relação acabou mal.
Igualmente também é comum q um novo namorado não goste de ser confrontado com a existência de antigos parceiros do seu novo amor, e não tolere ver os registros felizes do seu parceiro, na companhia de outra pessoa. O nome disso é "ciúmes". Algumas pessoas, não tenho a menor idéia do pq, acham q ciúme é "prova de amor" e se apressam a aquiescer a todas as exigências de seus agora namorados em "apagar seu passado".
O ciúme até tem sua razão de ser diante de uma situação concreta, no presente. Em relação à trajetória pretérita das pessoas, o q se passa por "ciúme" na verdade é pura e simples insegurança: o medo de ser comparado, e considerado pior amante em relação aos antigos parceiros do seu atual amor.
Antes da era das redes sociais, acontecia dos novos namorados exigirem q seus atuais parceiros rasgassem todas as fotos com seus "ex". Agora, isso se dá em exigirem q fotos antigas sejam retiradas da internet. Não só do perfil dos seus amados, mas de qquer perfil da Internet. Como fiel depositária de centenas de registros fotográficos de amigos com os quais atualmente mantenho contato apenas virtual, em diversas ocasiões me pediram q apagasse fotos q não tinham nada de mais além de mostrar a pessoa embraçada a um antigo amor. Fotos para as quais ambos pousaram bastante sorridentes, ou até me pediram q registrasse, mas agora não mais suportam ver. Já aconteceu até de uma namorada de um antigo amigo ameaçar me processar pela minha "ousadia" em colocar fotos em q ele aparecia com uma ex. (!)
Normalmente, apago essas fotos quando me pedem. Não pq concorde q elas devam "sumir", mas para não ter problemas nem arranjar inimizades desnecessárias. Porém não deixo de estranhar essa postura.
Cada ser humano é o resultado de todas as vicissitudes, intercorrências, efemérides e relacionamentos q já vivenciou. Grande parte do q somos, da nossa personalidade, foi moldado justamente por esses relacionamentos amorosos q já acabaram. Cresci bastante e aprendi muita coisa em cada um dos meus namoros. E não me envergonho de nenhum deles. Cada namorado, e amigo, q já tive, ajudou a construir a minha história. E não vejo nenhum motivo pelo qual meus futuros relacionamentos deveriam se sentir inseguros diante dos registros de minhas antigas paixões. Inclusive, já briguei feio com o único namorado inseguro q tive e q achou q poderia me "ordenar" q apagasse as fotos dos meus ex...
Algumas pessoas quando são alvo de ciúme se sentem "lisonjeadas" e pensam "ele deve me amar muito para sentir tanto ciúme". Discordo em gênero, número e grau. Para mim o ciúme é uma ofensa. Na minha percepção, o ciumento, além de demonstrar sua insegurança, ao expor esse sentimento está a desconfiar da fidelidade de seu parceiro, a achar q essa pessoa pode a qquer momento querer ter uma 'recaída' com seus ex, e por isso exige q os registros do antigo namoro sumam. E concordar com essas exigências ciumentas, no fundo, é legitimar os temores e inseguranças do atual parceiro. Q assim nunca acabarão, apenas hão de crescer e gerar cada vez mais conflitos. Resultando, comumente, no fim do relacionamento. "Se anular" ou "se dissolver" num relacionamento amoroso é o caminho mais curto para decretar sua inviabilidade. Um namoro, noivado ou casamento exige duas pessoas inteiras, não versões parciais, "editadas" de cada uma delas.
Cada relacionamento passado q tive foi fundamental no meu crescimento, é parte importante da minha biografia. Um novo namorado exigir q eu apague esses registros está tb a declarar q "não me quer por inteiro", mas quer uma "versão editada de mim", q não sou eu.
Nos meus perfis nas redes sociais, tenho diversas fotos de ex-namorados, e nenhum constrangimento em exibi-las. Com eles ainda mantenho amizade, mesmo q só virtual, troco e-mails, mando mensagem de "feliz aniversário", quando vou a SP gosto de reencontrá-los, como amigos, e de poder contar com eles. Mais de uma vez aconteceu de contar com sua hospitalidade em visitas à capital. Meus ex parceiros românticos hj são grandes amigos, e disso me orgulho. Nenhum namorado futuro q eu tiver tem o direito de exigir q eu os exclua como amigos, ou q retire do ar as fotos antigas em q aparecemos, mesmo q em situação romântica. São registros históricos da minha biografia. Fazem parte daquilo q eu sou hj.
Não entendo pq as pessoas querem apagar seu passado, ou pq concordam q os outros queiram editar os registros da sua história. Não entendo pq é tão comum q ex-namorados virem "inimigos" e as pessoas prefiram esquecê-los e não mais tocar no assunto. Até entendo, mas não concordo q pessoas adultas e esclarecidas mantenham comportamentos adolescentes, marcados pela insegurança e relações mal-resolvidas.
Novos namorados deveriam ter ciúmes dos ex q não são mais "amigos", nem virtualmente, do seu atual. Pois, se não sou amiga deste ex, é pq restou algo mal-resolvido na relação, e aí sim, há alguma chance de ela ser "reeditada". Se vc é ciumento, perceba: das relações sobre as quais seu namorado fala e publica vc não deve ter medo. Insegurança vc deveria ter apenas a respeito das relações sobre as quais seu parceiro não fala, nem tem fotos publicadas. Se seu namorado/a não se importa com as fotos de um ex é pq não tem mais sentimentos amorosos mal-resolvidos em relação a esta pessoa. De seus verdadeiros concorrentes, se existirem, vc nem sabe o nome nem jamais viu nenhuma foto. E, se vc acha q seu ciúme tem qquer embasamento: pq vc continua com uma pessoa q vc acha q pode te trair a qquer momento?
Quando eu for me engajar em futuros relacionamentos, será condição essencial q os candidatos a namorado me queiram por inteiro, aceitem meu passado, não se sintam inseguros diante dos meus ex. Se o namorado virou ex é pq este relacionamento já foi testado, e não deu certo. Se eu já sei q com aquela pessoa eu não combino e desisti do namoro, justamente dessa pessoa o atual não deveria ter nenhum ciúme: se virou ex, é pq eu não quero mais aquela pessoa como parceiro romântico, o q não implica em não querer mais amizade com a pessoa.
Se o seu atual namorado quer apagar uma parte importante do seu passado, não concorde com isso: questione abertamente o motivo dessa exigência e pondere se este atual realmente é um bom parceiro, se ele está com vc para agregar valor à sua biografia, e não para dilapidá-la.
Parcerias românticas com futuro não têm assuntos proibidos, não titubeiam diante de fantasmas. Busque relações inteiras, entre 2 pessoas completas, q se aceitam e se compreendem no passado, presente e futuro. Procure alguém q te respeite, q confie na sua fidelidade, q queira te conhecer por inteiro; e não q exija q vc "se edite" para melhor se encaixar na ilusão q ele tem ao seu respeito, ou na biografia q ele gostaria q vc tivesse tido. Não renegue seu passado em prol de um futuro q pode nem se realizar. Não abra mão de quem vc é, nem de quem vc foi, por ninguém.
terça-feira, 15 de maio de 2012
O inferno das boas intencoes
"De boas intenções o inferno está cheio". Esse é um dito popular muito conhecido e q guarda uma ampla sabedoria experimental. Normalmente isso é dito quando alguém faz uma coisa cujo resultado ruim não foi previsto. Quando alguém faz algo pensando q está a fazer algo bom, mas os desdobramentos da ação são negativos.
Pela vida, fui me deparando com inúmeras situações em q o ditado se verificou. E creio q em muitas delas isso foi resultado do descompasso entre duas coisas essencialmente diferentes: a teoria e a prática. Na teoria, tudo e fácil, pois o papel aceita tudo. No papel, todos os projetos parecem ótimos e factíveis. Todas as novas idéias parecem ser capazes de iniciar uma revolução.
Porém, quando saímos da bolha de papel acadêmica e nos deparamos com o dia a dia, rapidamente aprendemos q "na prática, a teoria é outra" e q todos aqueles lindos projetos elaborados em linguagem grandiloquente não servem para nada.
Quando alguém falha em perceber isso se verá lançado ao inferno das boas intenções. Como sou professora, da rede pública, usarei exemplos deste universo.
Cada vez mais o ambiente escolar tem sido contaminado pela cultura empresarial. Economistas, administradores e mesmo pedagogos q nunca pisaram numa sala de aula da rede básica, cheios de boas intenções e sem nenhuma noção do q é a "realidade" frequentemente acham q está ao seu alcance modificar radicalmente o ensino público.
Cada novo secretário de educação quer "mostrar serviço", deixar sua marca, declarando na imprensa q dará um "choque de gestão" q elevará o patamar de qualidade da rede de ensino... Um intenção ótima... E infernal. Infernal pq esses "choques de gestão", via de regra, servem apenas para desorganizar o q já existia e desorientar os verdadeiros gestores, q não estão sentados num escritório com ar condicionado, mas q ralam no dia-a-dia da escola.
A cada novo gestor, vêm novos decretos, novas regras, novas siglas, novo material didático. Muita novidade ao mesmo tempo. Tudo isso até poderia ser bom, não fosse o detalhe da inconstância política, pois quando dá-se o tempo de todas as "novidades bem-intencionadas" serem digeridas, o antigo secretário já "caiu" e outro assumiu seu posto.
E é claro q o novo secretário tb quer "mostrar serviço, deixar sua marca e fazer seu choque de gestão", o q envolve descartar todas as iniciativas do seu predecessor. Desfaz-se tudo, remudam-se os decretos, as siglas, o material didático, desnorteando mais uma vez todos os profissionais q efetivamente trabalham na sala de aula.
E a cada nova mudança, inventam mais relatórios e formulários, cuja intenção teórica é ótima, mas q na prática resultam em "roubar" tempo precioso, do qual professor faria muito melhor uso se nele trabalhasse em prol de seus alunos, e não preenchendo papéis inúteis, q nunca ninguém vai ler.
Não duvido q cada novo secretário ou ministro da Educação tenha a melhor das intenções ao iniciar seu "choque de gestão". O q duvido é q qualquer um destes "choques de gestão" resulte em qquer melhora na educação. A única pessoa capaz de fazer a Educação pública melhorar é o próprio professor. E enquanto houver a percepção pelo professor de q os políticos q nos gerenciam desconfiam de nossa capacidade, nos desrespeitam em nossos direitos trabalhistas, não nos valorizam, nenhuma iniciativa de mudança de gestão resultará na melhora do ensino.
Ademais, como a carreira do professor é longa, rapidamente descobrimos q, ano vai, ano vem, muda o secretário de educação, e com ele as políticas de educação; portanto, nenhuma delas é "realmente séria" e se simplesmente ignorarmos ou "fingirmos q estamos seguindo as novas diretrizes", o secretário mudará antes q alguém perceba q as "novas/antigas diretrizes" não foram efetivadas. E quando isso se dá, a gestão q era nova já é velha, e não precisa mais ser obedecida.
Além dessa balela de q seria possível de cima, com um decreto, melhorar a Educação, há o problema do próprio currículo. No Brasil, temos os PCN's, Parâmetros Curriculares Nacionais. Muito bem intencionados. No papel, a Educação brasileira é ótima. Na teoria, nossos alunos aprendem um currículo muito mais vasto e diversificado em relação mesmo ao q é ensinado nos países desenvolvidos. Partirei do exemplo q me é melhor conhecido: a disciplina de História.
De acordo com os PCN's, eu formo meus alunos de 14 anos no Ensino Fundamental com todo o conhecimento sobre a História Humana, desde a pré-História até o século XXI. Quer dizer, eu assino um papel q afirma isso. Um papel q não tem nenhuma correspondência prática. Por acaso acho q o currículo brasileiro do ensino de História seja ruim? Não, ele é ótimo. Na verdade, seria ótimo. Para a Suíça. Para a Suécia. Para a Finlândia. É um currículo vasto, profundo, completo... E infernal.
Infernal pois, para seguir este currículo, gasto centenas de horas digressando sobre a Revolução Francesa, o Feudalismo, a Cultura greco-romana. Conteúdos ótimos, mas com resultado pífio. Meus alunos decoram os fatos e datas para a prova, e após ela rapidamente esquecem tudo. O q ensino é abstrato, longínquo, impalpável e, portanto, desinteressante.
Os alunos deixam de aprender coisas realmente importantes para seu cotidiano, q não fazem parte do currículo, mas exige-se q aprendam conteúdos intrincados e vários patamares acima da sua real capacidade, ou interesse, de aprendizado. Para os burocratas, ministros e secretários, q nunca deram aula na rede básica, o currículo é ótimo. Para o professor, q lida com a realidade, o currículo é uma "jaula de ouro" q prende não uma Fênix, mas um pardal.
Já passou da hora dos políticos q têm a ilusão de serem capazes de dar um "choque de gestão" terem um "choque de realidade" e descobrirem q suas boas intenções podem até ser ótimas, porém q não será na canetada, com um decreto, q a realidade mudará. Não precisamos de novos paradigmas administrativos. Não precisamos de relatórios e de rankeamento. Precisamos de valorização. Q a voz dos q efetivamente conhecem como se dá o processo educativo seja ouvida, não q um economista venha dizer ao vigário como se reza a missa.
Nem sempre boas iniciativas são realmente boas. Raras teorias vencem o teste da prática, da realidade. E, se vc é político de carreira, economista, administrador ou mesmo pedagogo de escritório, pare de achar q os papéis q vc assina com novas diretrizes melhorarão a Educação, pois eles não irão: apenas desorganizarão o q já está aí, na verdade atrapalhando o real processo educativo.
Na prática aprendi q os secretários de Educação não têm em vista a melhora da Educação: objetivam usar essa pasta como um trampolim para suas ambições políticas pessoais. Intenção, convenhamos, nem tão boa assim. Achar q os professores irão simplesmente aquiescer como cordeiros a este propósito é ilusão. Secretários, ministros, vêm e vão. E com isso todas as suas "boas intenções" vão pro lixo. E a Educação enquanto isso segue girando em falso, sem saber aonde vai, qual é seu propósito, completamente sem norte nem melhora.
Pela vida, fui me deparando com inúmeras situações em q o ditado se verificou. E creio q em muitas delas isso foi resultado do descompasso entre duas coisas essencialmente diferentes: a teoria e a prática. Na teoria, tudo e fácil, pois o papel aceita tudo. No papel, todos os projetos parecem ótimos e factíveis. Todas as novas idéias parecem ser capazes de iniciar uma revolução.
Porém, quando saímos da bolha de papel acadêmica e nos deparamos com o dia a dia, rapidamente aprendemos q "na prática, a teoria é outra" e q todos aqueles lindos projetos elaborados em linguagem grandiloquente não servem para nada.
Quando alguém falha em perceber isso se verá lançado ao inferno das boas intenções. Como sou professora, da rede pública, usarei exemplos deste universo.
Cada vez mais o ambiente escolar tem sido contaminado pela cultura empresarial. Economistas, administradores e mesmo pedagogos q nunca pisaram numa sala de aula da rede básica, cheios de boas intenções e sem nenhuma noção do q é a "realidade" frequentemente acham q está ao seu alcance modificar radicalmente o ensino público.
Cada novo secretário de educação quer "mostrar serviço", deixar sua marca, declarando na imprensa q dará um "choque de gestão" q elevará o patamar de qualidade da rede de ensino... Um intenção ótima... E infernal. Infernal pq esses "choques de gestão", via de regra, servem apenas para desorganizar o q já existia e desorientar os verdadeiros gestores, q não estão sentados num escritório com ar condicionado, mas q ralam no dia-a-dia da escola.
A cada novo gestor, vêm novos decretos, novas regras, novas siglas, novo material didático. Muita novidade ao mesmo tempo. Tudo isso até poderia ser bom, não fosse o detalhe da inconstância política, pois quando dá-se o tempo de todas as "novidades bem-intencionadas" serem digeridas, o antigo secretário já "caiu" e outro assumiu seu posto.
E é claro q o novo secretário tb quer "mostrar serviço, deixar sua marca e fazer seu choque de gestão", o q envolve descartar todas as iniciativas do seu predecessor. Desfaz-se tudo, remudam-se os decretos, as siglas, o material didático, desnorteando mais uma vez todos os profissionais q efetivamente trabalham na sala de aula.
E a cada nova mudança, inventam mais relatórios e formulários, cuja intenção teórica é ótima, mas q na prática resultam em "roubar" tempo precioso, do qual professor faria muito melhor uso se nele trabalhasse em prol de seus alunos, e não preenchendo papéis inúteis, q nunca ninguém vai ler.
Não duvido q cada novo secretário ou ministro da Educação tenha a melhor das intenções ao iniciar seu "choque de gestão". O q duvido é q qualquer um destes "choques de gestão" resulte em qquer melhora na educação. A única pessoa capaz de fazer a Educação pública melhorar é o próprio professor. E enquanto houver a percepção pelo professor de q os políticos q nos gerenciam desconfiam de nossa capacidade, nos desrespeitam em nossos direitos trabalhistas, não nos valorizam, nenhuma iniciativa de mudança de gestão resultará na melhora do ensino.
Ademais, como a carreira do professor é longa, rapidamente descobrimos q, ano vai, ano vem, muda o secretário de educação, e com ele as políticas de educação; portanto, nenhuma delas é "realmente séria" e se simplesmente ignorarmos ou "fingirmos q estamos seguindo as novas diretrizes", o secretário mudará antes q alguém perceba q as "novas/antigas diretrizes" não foram efetivadas. E quando isso se dá, a gestão q era nova já é velha, e não precisa mais ser obedecida.
Além dessa balela de q seria possível de cima, com um decreto, melhorar a Educação, há o problema do próprio currículo. No Brasil, temos os PCN's, Parâmetros Curriculares Nacionais. Muito bem intencionados. No papel, a Educação brasileira é ótima. Na teoria, nossos alunos aprendem um currículo muito mais vasto e diversificado em relação mesmo ao q é ensinado nos países desenvolvidos. Partirei do exemplo q me é melhor conhecido: a disciplina de História.
De acordo com os PCN's, eu formo meus alunos de 14 anos no Ensino Fundamental com todo o conhecimento sobre a História Humana, desde a pré-História até o século XXI. Quer dizer, eu assino um papel q afirma isso. Um papel q não tem nenhuma correspondência prática. Por acaso acho q o currículo brasileiro do ensino de História seja ruim? Não, ele é ótimo. Na verdade, seria ótimo. Para a Suíça. Para a Suécia. Para a Finlândia. É um currículo vasto, profundo, completo... E infernal.
Infernal pois, para seguir este currículo, gasto centenas de horas digressando sobre a Revolução Francesa, o Feudalismo, a Cultura greco-romana. Conteúdos ótimos, mas com resultado pífio. Meus alunos decoram os fatos e datas para a prova, e após ela rapidamente esquecem tudo. O q ensino é abstrato, longínquo, impalpável e, portanto, desinteressante.
Os alunos deixam de aprender coisas realmente importantes para seu cotidiano, q não fazem parte do currículo, mas exige-se q aprendam conteúdos intrincados e vários patamares acima da sua real capacidade, ou interesse, de aprendizado. Para os burocratas, ministros e secretários, q nunca deram aula na rede básica, o currículo é ótimo. Para o professor, q lida com a realidade, o currículo é uma "jaula de ouro" q prende não uma Fênix, mas um pardal.
Já passou da hora dos políticos q têm a ilusão de serem capazes de dar um "choque de gestão" terem um "choque de realidade" e descobrirem q suas boas intenções podem até ser ótimas, porém q não será na canetada, com um decreto, q a realidade mudará. Não precisamos de novos paradigmas administrativos. Não precisamos de relatórios e de rankeamento. Precisamos de valorização. Q a voz dos q efetivamente conhecem como se dá o processo educativo seja ouvida, não q um economista venha dizer ao vigário como se reza a missa.
Nem sempre boas iniciativas são realmente boas. Raras teorias vencem o teste da prática, da realidade. E, se vc é político de carreira, economista, administrador ou mesmo pedagogo de escritório, pare de achar q os papéis q vc assina com novas diretrizes melhorarão a Educação, pois eles não irão: apenas desorganizarão o q já está aí, na verdade atrapalhando o real processo educativo.
Na prática aprendi q os secretários de Educação não têm em vista a melhora da Educação: objetivam usar essa pasta como um trampolim para suas ambições políticas pessoais. Intenção, convenhamos, nem tão boa assim. Achar q os professores irão simplesmente aquiescer como cordeiros a este propósito é ilusão. Secretários, ministros, vêm e vão. E com isso todas as suas "boas intenções" vão pro lixo. E a Educação enquanto isso segue girando em falso, sem saber aonde vai, qual é seu propósito, completamente sem norte nem melhora.
sábado, 12 de maio de 2012
Do meu paradigma teológico
Desde q comecei a me envolver em debates teológicos pela internet percebi q a meus interlocutores surpreendia a maneira como interpreto a Lei Judaica: de forma extremamente "libertária" e iconoclasta. Nesses percalços me questionaram moralmente, me acusaram de estar a desviar as pessoas do "caminho correto", de dar maus conselhos e de estimular a promiscuidade.
Tendo isso em vista, sinto ser necessário esclarecer o paradigma, a "fôrma mental" q amolda minha interpretação da Torah.
Em Teologia, não existe "ponto final", tudo está aberto a discussão, e é comum q divergentes pontos de vista se justifiquem com as mesmas citações. Acontece q frequentemente as pessoas q se dedicam aos estudos teológicos expressam visões ortodoxas, tradicionalistas. Cujo paradigma demonstra a tentativa de restringir ao máximo a margem da liberdade humana.
Certa vez, quando era adolescente estava a comparar minha religião familiar (Espiritismo kardecista) com a de uma colega, q era protestante. Comparávamos as restrições q nossas religiões nos impunham e a conclusão se deu na seguinte frase de minha amiga: "Ah, essa sua religião não é religião de verdade, não proíbe nada, vc não precisa casar virgem, pode beber, pode fumar. Q religião é essa q não proíbe coisa nenhuma?"
É claro q o Espiritismo "proíbe" muitas coisas como roubar, matar, cometer adultério, mentir etcs. Porém, comparado a outras religiões, é muito mais liberal em seus "usos e costumes".
Muitas denominações protestantes históricas são conhecidas por suas pesadas restrições aos fiéis: mulheres não podem usar calça, cortar o cabelo, se depilar, se maquiar etcs. Provavelmente nem esta interpretação excessivamente restritiva nem a acepção espírita excessivamente liberal estejam certas, porém ambas são válidas. E necessárias para q o conjunto dos interessados na compreensão das Leis Bíblicas sejam cada vez mais, progressivamente, melhor esclarecidos.
Creio q há intérpretes pelo viés ortodoxo por demais, e intérpretes pelo viés liberal em falta, e q isto afaste muitas pessoas q poderiam ser incluídas. Muitas pessoas se afastam da "Religião " por pensar q é " difícil demais" seguir seus preceitos. Pois, normalmente, quando procuram orientação é-lhes dito q "quase tudo" é proibido.
Meu propósito é justamente demolir essa visão. E minha metodolgia é pegar o texto limpo da Torah e verificar se de fato ela proíbe tudo o q os líderes religiosos dizem. E na maioria das vezes atesto q conceitos seculares não têm apoio na Lei de Moisés: ecoam apenas a tradição consagrada por analistas antigos, q interpretavam a Lei para um mundo muito diferente do nosso.
Não q suas lições sejam caducas: são preciosas. Porém devemos ter em mente q, acima da deferência q devemos a estes grandes mestres deve estar a compreensão da imensa clivagem q separa a "palavra de Deus" das digressões de seus intérpretes humanos. Devemos, como Abraão, ser iconoclastas. Devemos questionar se ao ecoar um interpretação humana, não estamos na verdade a nos desviar do propósito "limpo, puro e seco" presente na Lei mosaica.
Na Lei há estas basilares passagens:
Dt 4: 1 Agora, Israel, ouça os estatutos e normas que eu hoje lhes ensino a praticar, a fim de que vocês vivam e entrem para possuir a terra que Javé, o Deus de seus antepassados, vai dar a vocês. 2 Não acrescentem nada ao que eu lhes ordeno, nem retirem coisa nenhuma. Observem os mandamentos de Javé seu Deus do modo como eu lhes ordeno.
Dt 5: 32 Portanto, procurem agir de acordo com todas as coisas que Javé seu Deus lhes manda. Não se desviem nem para a direita nem para a esquerda. 33 Sigam o caminho que Javé seu Deus lhes ordenou, para que vivam, sejam felizes e prolonguem a vida na terra que irão ocupar.
Dt 13: 1 Cuidem de colocar em prática tudo o que eu ordeno a vocês. Não acrescentem e não tirem nada.
Creio q a tradição teológica peque por "acrescentar" mandamentos na verdade ausentes da Bíblia. E q se faz necessária uma reinterpretação de conceitos q achamos q são divinos, mas são humanos. Igualmente creio q tanto quanto a tradição ortodoxa esteja "equivocada", igualmente estarão muitas das minhas conclusões, nascidas de minha mente humana.
Contudo, creio ser relevante "oxigenar" e, de certa forma, "atualizar" a forma como os mandamentos bíblicos são interpretados. Precisamos estudar o q a Torah, escrita há 3 mil anos, tem a dizer sobre nossas dúvidas do hoje, q sequer poderiam ser cogitadas àquela época. Pois, se a Lei é divina, não pode ser anacrônica. Nela devemos encontrar princípios q nos norteiem nesse mundo pós-moderno.
Se prosseguirmos apenas a ecoar com deferência aquilo q os q nos precederam "acharam" corremos o risco de q as novas gerações não se identifiquem em nada com o q a Bíblia ensina. Corremos o risco de nos encontrar um dia numa falha crítica sem saída, e q as futuras gerações considerem a Torah ultrapassada e caduca.
Sejamos iconoclastas! Quebremos todos os ídolos. Questionemos tudo o q parece velho e empoeirado. Assim cresceremos na compreensão da verdadeira essência dos mandamentos, estatutos e normas q o Criador nos legou.
Não pretendo com meus textos desviar ninguém do caminho correto, e peço a todos q discordem das teses q afirmo q deixem um comentário refutando minhas alegações, com base na Lei. Ficarei muito grata e me proponho a reescrever qualquer texto se me for comprovado q ele propaga idéias contrárias ao q a Lei ensina.
Tendo isso em vista, sinto ser necessário esclarecer o paradigma, a "fôrma mental" q amolda minha interpretação da Torah.
Em Teologia, não existe "ponto final", tudo está aberto a discussão, e é comum q divergentes pontos de vista se justifiquem com as mesmas citações. Acontece q frequentemente as pessoas q se dedicam aos estudos teológicos expressam visões ortodoxas, tradicionalistas. Cujo paradigma demonstra a tentativa de restringir ao máximo a margem da liberdade humana.
Certa vez, quando era adolescente estava a comparar minha religião familiar (Espiritismo kardecista) com a de uma colega, q era protestante. Comparávamos as restrições q nossas religiões nos impunham e a conclusão se deu na seguinte frase de minha amiga: "Ah, essa sua religião não é religião de verdade, não proíbe nada, vc não precisa casar virgem, pode beber, pode fumar. Q religião é essa q não proíbe coisa nenhuma?"
É claro q o Espiritismo "proíbe" muitas coisas como roubar, matar, cometer adultério, mentir etcs. Porém, comparado a outras religiões, é muito mais liberal em seus "usos e costumes".
Muitas denominações protestantes históricas são conhecidas por suas pesadas restrições aos fiéis: mulheres não podem usar calça, cortar o cabelo, se depilar, se maquiar etcs. Provavelmente nem esta interpretação excessivamente restritiva nem a acepção espírita excessivamente liberal estejam certas, porém ambas são válidas. E necessárias para q o conjunto dos interessados na compreensão das Leis Bíblicas sejam cada vez mais, progressivamente, melhor esclarecidos.
Creio q há intérpretes pelo viés ortodoxo por demais, e intérpretes pelo viés liberal em falta, e q isto afaste muitas pessoas q poderiam ser incluídas. Muitas pessoas se afastam da "Religião " por pensar q é " difícil demais" seguir seus preceitos. Pois, normalmente, quando procuram orientação é-lhes dito q "quase tudo" é proibido.
Meu propósito é justamente demolir essa visão. E minha metodolgia é pegar o texto limpo da Torah e verificar se de fato ela proíbe tudo o q os líderes religiosos dizem. E na maioria das vezes atesto q conceitos seculares não têm apoio na Lei de Moisés: ecoam apenas a tradição consagrada por analistas antigos, q interpretavam a Lei para um mundo muito diferente do nosso.
Não q suas lições sejam caducas: são preciosas. Porém devemos ter em mente q, acima da deferência q devemos a estes grandes mestres deve estar a compreensão da imensa clivagem q separa a "palavra de Deus" das digressões de seus intérpretes humanos. Devemos, como Abraão, ser iconoclastas. Devemos questionar se ao ecoar um interpretação humana, não estamos na verdade a nos desviar do propósito "limpo, puro e seco" presente na Lei mosaica.
Na Lei há estas basilares passagens:
Dt 4: 1 Agora, Israel, ouça os estatutos e normas que eu hoje lhes ensino a praticar, a fim de que vocês vivam e entrem para possuir a terra que Javé, o Deus de seus antepassados, vai dar a vocês. 2 Não acrescentem nada ao que eu lhes ordeno, nem retirem coisa nenhuma. Observem os mandamentos de Javé seu Deus do modo como eu lhes ordeno.
Dt 5: 32 Portanto, procurem agir de acordo com todas as coisas que Javé seu Deus lhes manda. Não se desviem nem para a direita nem para a esquerda. 33 Sigam o caminho que Javé seu Deus lhes ordenou, para que vivam, sejam felizes e prolonguem a vida na terra que irão ocupar.
Dt 13: 1 Cuidem de colocar em prática tudo o que eu ordeno a vocês. Não acrescentem e não tirem nada.
Creio q a tradição teológica peque por "acrescentar" mandamentos na verdade ausentes da Bíblia. E q se faz necessária uma reinterpretação de conceitos q achamos q são divinos, mas são humanos. Igualmente creio q tanto quanto a tradição ortodoxa esteja "equivocada", igualmente estarão muitas das minhas conclusões, nascidas de minha mente humana.
Contudo, creio ser relevante "oxigenar" e, de certa forma, "atualizar" a forma como os mandamentos bíblicos são interpretados. Precisamos estudar o q a Torah, escrita há 3 mil anos, tem a dizer sobre nossas dúvidas do hoje, q sequer poderiam ser cogitadas àquela época. Pois, se a Lei é divina, não pode ser anacrônica. Nela devemos encontrar princípios q nos norteiem nesse mundo pós-moderno.
Se prosseguirmos apenas a ecoar com deferência aquilo q os q nos precederam "acharam" corremos o risco de q as novas gerações não se identifiquem em nada com o q a Bíblia ensina. Corremos o risco de nos encontrar um dia numa falha crítica sem saída, e q as futuras gerações considerem a Torah ultrapassada e caduca.
Sejamos iconoclastas! Quebremos todos os ídolos. Questionemos tudo o q parece velho e empoeirado. Assim cresceremos na compreensão da verdadeira essência dos mandamentos, estatutos e normas q o Criador nos legou.
Não pretendo com meus textos desviar ninguém do caminho correto, e peço a todos q discordem das teses q afirmo q deixem um comentário refutando minhas alegações, com base na Lei. Ficarei muito grata e me proponho a reescrever qualquer texto se me for comprovado q ele propaga idéias contrárias ao q a Lei ensina.
domingo, 6 de maio de 2012
Tomar pilula anticoncepcional e pecado?
Antes de mais nada, não há nenhuma Lei Mosaica q aluda diretamente a isso pelo simples fato de que na época em q a Torah foi escrita a principal obrigação das mulheres era proverem a mais ampla descendência possível a seus maridos e a infertilidade era vista como um grande castigo, e uma vergonha para a mulher. Caso alguém oferecesse a qualquer das personagens femininas da Bíblia pílulas anticoncepcionais sua reação seria: "Você está louco? Pq eu ia querer deixar de ser fértil enquanto tantas mulheres estéreis imploram por fertilidade?"
Portanto, faz-se necessário recorrer a referências indiretas para elucidar essa dúvida. Após muito ponderar cheguei à conclusão de que fazer uso de anticoncepcionais não só não é pecado como pode, a depender das circunstâncias, ser considerado o cumprimento de alguns mandamentos.
Para começar é necessário esclarecer q o recusar-se a ter filhos pode ser considerado a violação do seguinte preceito:
Gn 1: 28 E Deus os abençoou e lhes disse: «Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra; dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra».
E a Halachá disso derivou q todo casal deve, no mínimo, ter um casal de filhos. Ter um filho de cada sexo é o cumprimento deste mandamento, não porém ter uma miríade de filhos. Então fica a pergunta: e se uma mulher casada e q já teve um casal de filhos desejar "parar por aí" e começar a tomar anticoncepcional, ela está a pecar? E caso uma moça solteira sem vida sexualmente ativa deseje fazer o mesmo, está fazendo algo q Deus condene?
A resposta é não. Vamos aos mandamentos q me autorizam a afirmar isso.
Gn 38: 8 Então Judá disse a Onã: «Case com a viúva de seu irmão; cumpra sua obrigação de cunhado, e dê uma descendência para seu irmão». 9 Onã, porém, sabia que a descendência não seria sua e, cada vez que se unia à mulher do seu irmão, derramava o sêmen por terra, para não dar descendência ao irmão. 10 O que ele fazia desagradava a Javé, que o fez morrer também.
O pecado de Onã é "derramar sua semente" (ato popularmente conhecido como coito interrompido). De forma análoga, poderíamos considerar que uma mulher adulta em idade reprodutiva q não seja sexualmente ativa esteja igualmente "derramando sua semente" sem q ela tenha possibilidade de frutificar, e que impedir o derramamento infrutífero de sua semente seria precaver-se contra cometer o mesmo pecado de Onã.
Além de impedir a concepção, o uso de anti-concepcionais é conhecido por prevenir diversas doenças, como endometriose, síndrome o ovário policístico, cólicas menstruais, TPM, displasia mamária e até câncer de mama, portanto tomá-los pode ser considerado o cumprimento da finalidade máxima da Lei:
Dt 5: 33 Sigam o caminho que Javé seu Deus lhes ordenou, para que vivam, sejam felizes e prolonguem a vida na terra que irão ocupar.
Dt 30: 19 Hoje eu tomo o céu e a terra como testemunhas contra vocês: eu lhe propus a vida ou a morte, a bênção ou a maldição. Escolha, portanto, a vida, para que você e seus descendentes possam viver, 20 amando a Javé seu Deus, obedecendo-lhe e apegando-se a ele, porque ele é a sua vida e o prolongamento de seus dias. Desse modo você poderá habitar sobre a terra que Javé jurou dar a seus antepassados Abraão, Isaac e Jacó.
Se o anticoncepcional é um agente medicinal q promove a vida e prolonga os dias da mulher, desde q nisso ela não esteja se recusando a ter 2 filhos, tomá-lo é cumprir os mandamentos acima.
Porém o mandamento fundamental é o seguinte:
Ex 20: 12 Honre seu pai e sua mãe: desse modo, você prolongará sua vida, na terra que Javé seu Deus dá a você.
Nesse mandamento não está dito apenas que os filhos devem honrar os q os precederam, mas também q todo aquele q é pai e mãe deve honrar esta relação familiar. Não só os filhos devem honrar seus pais, como os pais devem honrar seus filhos. Impedindo q nasçam filhos desonrados, ou bastardos. Propiciando-lhes as melhores condições, morais e materiais, possíveis.
Dt 23: 3 Nenhum bastardo poderá entrar na assembléia de Javé, e seus descendentes até a décima geração não poderão entrar na assembléia de Javé.
Portanto, haja visto q não há mandamento q proíba a contracepção, e havendo esse pesado ônus sobre a bastardia, Deus declara abertamente q, embora descendências bastardas não devam ser extirpadas, 10 gerações, o q dá 250 anos, são necessários para "alvejar essa mancha".
Portanto:
1 - Tomar pílula anticoncepcional de forma a nunca ter filhos sim, é pecado.
2 - Tomar pílula anticoncepcional por uma mulher q já teve um casal de filhos não é pecado.
3 - Uma mulher solteira tomar pílula anticoncepcional não é pecado, desde q isso não resulte em ela deixar de ter 1 casal de filhos, honrados, no futuro. E isso pode até ser considerado o cumprimento do dever de não derramar infrutiferamente sua semente e de prolongar seus dias.
Portanto, faz-se necessário recorrer a referências indiretas para elucidar essa dúvida. Após muito ponderar cheguei à conclusão de que fazer uso de anticoncepcionais não só não é pecado como pode, a depender das circunstâncias, ser considerado o cumprimento de alguns mandamentos.
Para começar é necessário esclarecer q o recusar-se a ter filhos pode ser considerado a violação do seguinte preceito:
Gn 1: 28 E Deus os abençoou e lhes disse: «Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra; dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra».
E a Halachá disso derivou q todo casal deve, no mínimo, ter um casal de filhos. Ter um filho de cada sexo é o cumprimento deste mandamento, não porém ter uma miríade de filhos. Então fica a pergunta: e se uma mulher casada e q já teve um casal de filhos desejar "parar por aí" e começar a tomar anticoncepcional, ela está a pecar? E caso uma moça solteira sem vida sexualmente ativa deseje fazer o mesmo, está fazendo algo q Deus condene?
A resposta é não. Vamos aos mandamentos q me autorizam a afirmar isso.
Gn 38: 8 Então Judá disse a Onã: «Case com a viúva de seu irmão; cumpra sua obrigação de cunhado, e dê uma descendência para seu irmão». 9 Onã, porém, sabia que a descendência não seria sua e, cada vez que se unia à mulher do seu irmão, derramava o sêmen por terra, para não dar descendência ao irmão. 10 O que ele fazia desagradava a Javé, que o fez morrer também.
O pecado de Onã é "derramar sua semente" (ato popularmente conhecido como coito interrompido). De forma análoga, poderíamos considerar que uma mulher adulta em idade reprodutiva q não seja sexualmente ativa esteja igualmente "derramando sua semente" sem q ela tenha possibilidade de frutificar, e que impedir o derramamento infrutífero de sua semente seria precaver-se contra cometer o mesmo pecado de Onã.
Além de impedir a concepção, o uso de anti-concepcionais é conhecido por prevenir diversas doenças, como endometriose, síndrome o ovário policístico, cólicas menstruais, TPM, displasia mamária e até câncer de mama, portanto tomá-los pode ser considerado o cumprimento da finalidade máxima da Lei:
Dt 5: 33 Sigam o caminho que Javé seu Deus lhes ordenou, para que vivam, sejam felizes e prolonguem a vida na terra que irão ocupar.
Dt 30: 19 Hoje eu tomo o céu e a terra como testemunhas contra vocês: eu lhe propus a vida ou a morte, a bênção ou a maldição. Escolha, portanto, a vida, para que você e seus descendentes possam viver, 20 amando a Javé seu Deus, obedecendo-lhe e apegando-se a ele, porque ele é a sua vida e o prolongamento de seus dias. Desse modo você poderá habitar sobre a terra que Javé jurou dar a seus antepassados Abraão, Isaac e Jacó.
Se o anticoncepcional é um agente medicinal q promove a vida e prolonga os dias da mulher, desde q nisso ela não esteja se recusando a ter 2 filhos, tomá-lo é cumprir os mandamentos acima.
Porém o mandamento fundamental é o seguinte:
Ex 20: 12 Honre seu pai e sua mãe: desse modo, você prolongará sua vida, na terra que Javé seu Deus dá a você.
Nesse mandamento não está dito apenas que os filhos devem honrar os q os precederam, mas também q todo aquele q é pai e mãe deve honrar esta relação familiar. Não só os filhos devem honrar seus pais, como os pais devem honrar seus filhos. Impedindo q nasçam filhos desonrados, ou bastardos. Propiciando-lhes as melhores condições, morais e materiais, possíveis.
Dt 23: 3 Nenhum bastardo poderá entrar na assembléia de Javé, e seus descendentes até a décima geração não poderão entrar na assembléia de Javé.
Portanto, haja visto q não há mandamento q proíba a contracepção, e havendo esse pesado ônus sobre a bastardia, Deus declara abertamente q, embora descendências bastardas não devam ser extirpadas, 10 gerações, o q dá 250 anos, são necessários para "alvejar essa mancha".
Portanto:
1 - Tomar pílula anticoncepcional de forma a nunca ter filhos sim, é pecado.
2 - Tomar pílula anticoncepcional por uma mulher q já teve um casal de filhos não é pecado.
3 - Uma mulher solteira tomar pílula anticoncepcional não é pecado, desde q isso não resulte em ela deixar de ter 1 casal de filhos, honrados, no futuro. E isso pode até ser considerado o cumprimento do dever de não derramar infrutiferamente sua semente e de prolongar seus dias.
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