Desde criança, sempre fui uma pessoa muito saudável. E isso não é uma circunstância passageira, mas uma estrutura biológica radical: está encravada em minhas raízes e rebordada em meus hábitos. E claro, o desenvolvimento de tudo isso foi possibilitado pelas vacinas a que fui submetida. Furtar-se à vacinação é uma das coisas mais idiotas que se pode fazer.
Pouquíssimas vezes fiquei doente em minha vida. Nunca quebrei nenhum osso, precisei fazer nenhuma cirurgia, ficar internada ou tomar anestesia que não fosse odontológica.
Isso pode ser devido a diversos fatores, três deles pretendo analisar aqui.
1 - Boa herança genética. Não pretendo defender a eugenia, muito pelo contrário. Creio que a ser correta minha hipótese genética ela seria devida ao princípio biológico do “vigor do híbrido” que diz que quanto mais “misturada” é a carga genética de uma pessoa, mais forte e saudável ela será.
Como toda boa brasileira, para citar o presidente-sociólogo Fernando Henrique Cardoso, tenho “um pé na cozinha”, ou melhor, um na cozinha e outro na área de serviço. Apesar de meu fenótipo “branco”, “caucasiano” ou “latino” sei, por já haver conversado com meus antepassados a respeito, que tenho sangue tanto indígena quanto negro. Esta variabilidade genética que meus ancestrais me garantiram diluiu possíveis genes defeituosos, recessivos e patogênicos.
2 – Ser a filha caçula. De três irmãs. Poucos sabem a respeito da ocorrência não de uma doença, mas de um fenômeno cultural burguês que é a “síndrome do filho mais velho”. Pergunte a qualquer pessoa que é alérgica, asmática ou que tem problemas imunológicos se ela é a filha mais velha: tenho 80% de certeza que essa pessoa é a primogênita de seus pais. Por quê? Porque no nosso mundo asséptico pequeno-burguês as mães tendem a ser muito mais cuidadosas com seu precioso, e virtualmente único, filho mais velho: tudo é fervido, pasteurizado e higienizado ao extremo. O precioso filho mais velho é privado do contato com organismos patogênicos da “sujeira” normal do dia-a-dia e portanto seu sistema imunológico não se desenvolve normalmente e fica enfraquecido.
Não que a mãe ame menos aos seus filhos posteriores, mas ao nascimento do segundo filho a mãe, mais experiente e menos insegura, sabe que tanto cuidado e pasteurização são desnecessários, e tende a “relaxar” um pouco mais, permitindo que seus demais filhos entrem em contanto com a “sujeira” normal do dia-a-dia, o que desenvolverá melhor as defesas de seus caçulas.
3 – Ser bem nutrida. Desde muito jovem, não sei se por gosto pessoal ou incentivo familiar, sempre gostei muito de comer todos os tipos de vegetais.
Como toda criança, tinha das minhas frescuras. Por exemplo, um vegetal que eu me recusava a comer era o banal tomate. Eu dizia que não gostava. Como não há nada de errado no gosto do tomate, um dos vegetais mais populares do mundo, era uma clara barreira psicológica. Como a que por séculos, descobri depois, impediu a popularização desta fruta/legume, de origem americana, na Europa: a plebe achava que o tomate era venenoso. Talvez eu, atavicamente, preservasse esse preconceito alimentar: não só eu não comia o vegetal cru, como sob nenhum forma. Minha macarronada era ao alho e óleo, minha pizza precisava ser “untada” com margarina; ketchup, nem pensar. Não sei a que altura da minha infância, deixei essa frescura de lado e incluí o delicioso, licopenizado e portanto anti-cancerígeno tomate em minha dieta.
Apesar do porém passageiro do tomate, minha alimentação era muito variada: meu avô brincava comigo de que tanto comer alface eu ficaria verde como o incrível Hulk, o que eu achei muito legal. Ainda hoje, adoro um pratão de salada crua, pleno de folhas de todos os tipos e vegetais dos mais variados. Adoro fibras, produtos integrais, orgânicos, enriquecidos. Ao fazer uma receita, sempre que possível procuro incluir ingredientes nutritivos: farelo de trigo, aveia, linhaça, azeite de oliva, quinua, castanhas, amaranto, levedo de cerveja e todo tipo de item “nova era” que prometa, ou entregue, uma saúde fortalecida e uma nutrição privilegiada e completa.
Certa vez num acampamento, comendo apenas coisas “mortas”, industrializadas e plenas de conservantes, senti-me quase que murchar: no meio de tantos carboidratos e proteínas baratas e refinadas, faltava-me comida “de verdade”, colorida, viva, crua, cheia de nutrientes e de energia vital.
Claro que eu prossigo cheia de tabus alimentares e coisas que, estupidamente, me recuso a comer, como qualquer tipo de peixe ou fruto do mar. Devido a trauma de infância. A alimentação, para a criança, não deve ser forçada, nem uma obrigação, mas um prazer sensorial. Não como peixe pois me lembro que quando criança, ao me recusar a comer uma peixada, minha mãe trancou-se no quarto comigo com um prato cheio e me obrigou a comer, forçando as colheradas goela abaixo. Daquela vez ela venceu, eu comi. Mas depois dessa experiência deletéria e desagradável, nunca mais comi nenhum organismo aquático em minha vida. Hoje em dia, publicamente, ao invés de explicar isso, é mais fácil alegar que sou alérgica a peixes e frutos do mar. É uma saída fácil, que encerra a questão. Às vezes, em tom jocoso, digo: nós, humanos, somos animais terrestres, portanto, comer animais aquáticos é anti-natural. Confissão: num recente churrasco de amigos, vendo um belíssimo salmão, bem rosado e alvo na grelha, não resisti: quando ninguém estava olhando, peguei uma lasca e experimentei. Não tinha gosto de nada. Talvez a barreira psicológica tenha sido maior que meu experimentalismo, boa-vontade ou desapego.
As crianças não devem ser forçadas, mas estimuladas a comer. Creio que quando, diante de uma refeição familiar, a criança diz: “eu não gosto disso” a postura correta deveria ser: “bom, se vc não quer comer, não coma, porém, esta é a comida que temos e se vc não quiser comer, ficará com fome.” Por duas ou três refeições a criança pode até passar fome, na quarta, com o estômago roncando, com certeza, ela comerá. Essa persistência pode ser difícil para uma mãe insegura, mas será extremamente benéfica para a educação nutricional de seus filhos. Além de ensinar-lhes a humildade de que eles não são mais especiais ou importantes que os demais membros da família, e que se a comida é boa para todos os seus familiares, é boa para a criança também. Também pode-se argumentar: “vc acha que sua mãe, que cuida tão bem de vc, te daria para comer alguma coisa que te faça mal? Ou vc acha que eu pus veneno na sua comida?!”
Anuir aos preconceitos alimentares das crianças é validá-los. De forma nenhuma um adulto deve concordar ou usar subterfúgios para desconversar ou desviar a atenção a respeito das frescuras alimentares de sua prole. Sempre, expressamente, deve-se deixar claro que a recusa em comer qualquer ingrediente é preconceituosa, desrespeitosa e pouco saudável. Mas através da conscientização, do exemplo e da tenacidade, nunca da violência. A criança deve ser persuadida, convencida, estimulada, a experimentar um novo sabor; nunca forçada. Se a argumentação não convencê-la, não deve-se preparar uma comida “especial” para a criança nem oferecer-lhe snacks: bolacha, iogurte, salgadinho. A comida é aquela, para todos da família. Não quer comer? Vai ficar com fome. Simples assim.
Dos três ítens acima, creio que o maior responsável pela minha complexão saudável é o fator nutricional. De nada vale uma boa herança genética e um sistema imunológico bem preparado se vc não mantém tudo isso em dia com um bom fornecimento de vitaminas, proteínas, fibras, micro-nutrientes e sais minerais. Portanto nutram-se bem, e ensinem a seus filhos a importância da boa alimentação.
Dica fácil, rápida e prática: para turbinar seu sistema imunológico, coma duas castanhas do Pará por dia: isso fornece a porção diária de selênio fundamental para manter em dia as defesas de seu organismo.
Pouquíssimas vezes fiquei doente em minha vida. Nunca quebrei nenhum osso, precisei fazer nenhuma cirurgia, ficar internada ou tomar anestesia que não fosse odontológica.
Isso pode ser devido a diversos fatores, três deles pretendo analisar aqui.
1 - Boa herança genética. Não pretendo defender a eugenia, muito pelo contrário. Creio que a ser correta minha hipótese genética ela seria devida ao princípio biológico do “vigor do híbrido” que diz que quanto mais “misturada” é a carga genética de uma pessoa, mais forte e saudável ela será.
Como toda boa brasileira, para citar o presidente-sociólogo Fernando Henrique Cardoso, tenho “um pé na cozinha”, ou melhor, um na cozinha e outro na área de serviço. Apesar de meu fenótipo “branco”, “caucasiano” ou “latino” sei, por já haver conversado com meus antepassados a respeito, que tenho sangue tanto indígena quanto negro. Esta variabilidade genética que meus ancestrais me garantiram diluiu possíveis genes defeituosos, recessivos e patogênicos.
2 – Ser a filha caçula. De três irmãs. Poucos sabem a respeito da ocorrência não de uma doença, mas de um fenômeno cultural burguês que é a “síndrome do filho mais velho”. Pergunte a qualquer pessoa que é alérgica, asmática ou que tem problemas imunológicos se ela é a filha mais velha: tenho 80% de certeza que essa pessoa é a primogênita de seus pais. Por quê? Porque no nosso mundo asséptico pequeno-burguês as mães tendem a ser muito mais cuidadosas com seu precioso, e virtualmente único, filho mais velho: tudo é fervido, pasteurizado e higienizado ao extremo. O precioso filho mais velho é privado do contato com organismos patogênicos da “sujeira” normal do dia-a-dia e portanto seu sistema imunológico não se desenvolve normalmente e fica enfraquecido.
Não que a mãe ame menos aos seus filhos posteriores, mas ao nascimento do segundo filho a mãe, mais experiente e menos insegura, sabe que tanto cuidado e pasteurização são desnecessários, e tende a “relaxar” um pouco mais, permitindo que seus demais filhos entrem em contanto com a “sujeira” normal do dia-a-dia, o que desenvolverá melhor as defesas de seus caçulas.
3 – Ser bem nutrida. Desde muito jovem, não sei se por gosto pessoal ou incentivo familiar, sempre gostei muito de comer todos os tipos de vegetais.
Como toda criança, tinha das minhas frescuras. Por exemplo, um vegetal que eu me recusava a comer era o banal tomate. Eu dizia que não gostava. Como não há nada de errado no gosto do tomate, um dos vegetais mais populares do mundo, era uma clara barreira psicológica. Como a que por séculos, descobri depois, impediu a popularização desta fruta/legume, de origem americana, na Europa: a plebe achava que o tomate era venenoso. Talvez eu, atavicamente, preservasse esse preconceito alimentar: não só eu não comia o vegetal cru, como sob nenhum forma. Minha macarronada era ao alho e óleo, minha pizza precisava ser “untada” com margarina; ketchup, nem pensar. Não sei a que altura da minha infância, deixei essa frescura de lado e incluí o delicioso, licopenizado e portanto anti-cancerígeno tomate em minha dieta.
Apesar do porém passageiro do tomate, minha alimentação era muito variada: meu avô brincava comigo de que tanto comer alface eu ficaria verde como o incrível Hulk, o que eu achei muito legal. Ainda hoje, adoro um pratão de salada crua, pleno de folhas de todos os tipos e vegetais dos mais variados. Adoro fibras, produtos integrais, orgânicos, enriquecidos. Ao fazer uma receita, sempre que possível procuro incluir ingredientes nutritivos: farelo de trigo, aveia, linhaça, azeite de oliva, quinua, castanhas, amaranto, levedo de cerveja e todo tipo de item “nova era” que prometa, ou entregue, uma saúde fortalecida e uma nutrição privilegiada e completa.
Certa vez num acampamento, comendo apenas coisas “mortas”, industrializadas e plenas de conservantes, senti-me quase que murchar: no meio de tantos carboidratos e proteínas baratas e refinadas, faltava-me comida “de verdade”, colorida, viva, crua, cheia de nutrientes e de energia vital.
Claro que eu prossigo cheia de tabus alimentares e coisas que, estupidamente, me recuso a comer, como qualquer tipo de peixe ou fruto do mar. Devido a trauma de infância. A alimentação, para a criança, não deve ser forçada, nem uma obrigação, mas um prazer sensorial. Não como peixe pois me lembro que quando criança, ao me recusar a comer uma peixada, minha mãe trancou-se no quarto comigo com um prato cheio e me obrigou a comer, forçando as colheradas goela abaixo. Daquela vez ela venceu, eu comi. Mas depois dessa experiência deletéria e desagradável, nunca mais comi nenhum organismo aquático em minha vida. Hoje em dia, publicamente, ao invés de explicar isso, é mais fácil alegar que sou alérgica a peixes e frutos do mar. É uma saída fácil, que encerra a questão. Às vezes, em tom jocoso, digo: nós, humanos, somos animais terrestres, portanto, comer animais aquáticos é anti-natural. Confissão: num recente churrasco de amigos, vendo um belíssimo salmão, bem rosado e alvo na grelha, não resisti: quando ninguém estava olhando, peguei uma lasca e experimentei. Não tinha gosto de nada. Talvez a barreira psicológica tenha sido maior que meu experimentalismo, boa-vontade ou desapego.
As crianças não devem ser forçadas, mas estimuladas a comer. Creio que quando, diante de uma refeição familiar, a criança diz: “eu não gosto disso” a postura correta deveria ser: “bom, se vc não quer comer, não coma, porém, esta é a comida que temos e se vc não quiser comer, ficará com fome.” Por duas ou três refeições a criança pode até passar fome, na quarta, com o estômago roncando, com certeza, ela comerá. Essa persistência pode ser difícil para uma mãe insegura, mas será extremamente benéfica para a educação nutricional de seus filhos. Além de ensinar-lhes a humildade de que eles não são mais especiais ou importantes que os demais membros da família, e que se a comida é boa para todos os seus familiares, é boa para a criança também. Também pode-se argumentar: “vc acha que sua mãe, que cuida tão bem de vc, te daria para comer alguma coisa que te faça mal? Ou vc acha que eu pus veneno na sua comida?!”
Anuir aos preconceitos alimentares das crianças é validá-los. De forma nenhuma um adulto deve concordar ou usar subterfúgios para desconversar ou desviar a atenção a respeito das frescuras alimentares de sua prole. Sempre, expressamente, deve-se deixar claro que a recusa em comer qualquer ingrediente é preconceituosa, desrespeitosa e pouco saudável. Mas através da conscientização, do exemplo e da tenacidade, nunca da violência. A criança deve ser persuadida, convencida, estimulada, a experimentar um novo sabor; nunca forçada. Se a argumentação não convencê-la, não deve-se preparar uma comida “especial” para a criança nem oferecer-lhe snacks: bolacha, iogurte, salgadinho. A comida é aquela, para todos da família. Não quer comer? Vai ficar com fome. Simples assim.
Dos três ítens acima, creio que o maior responsável pela minha complexão saudável é o fator nutricional. De nada vale uma boa herança genética e um sistema imunológico bem preparado se vc não mantém tudo isso em dia com um bom fornecimento de vitaminas, proteínas, fibras, micro-nutrientes e sais minerais. Portanto nutram-se bem, e ensinem a seus filhos a importância da boa alimentação.
Dica fácil, rápida e prática: para turbinar seu sistema imunológico, coma duas castanhas do Pará por dia: isso fornece a porção diária de selênio fundamental para manter em dia as defesas de seu organismo.