terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vc assiste a “House”?

Raros são os seriados a que tenho paciência de assistir. Sócio-dramas e a produção do Warner em geral nunca me apeteceram. Na década de 90, contudo, acompanhei consistentemente ao seriado “Arquivo X”. Um verdadeiro clássico. Embora acompanhasse alguns seriados tipo Law & Order, nunca o fiz com o entusiasmo que agora me acomete em relação a “House”.

O principal motivo: o personagem do protagonista, que dá nome à série. Sua inteligência afiada, seu humor negro, sua liberdade cruel de expressão, seu desprezo generalizado pelas pessoas, sua falta de educação e de tato, sua teimosia, sua loucura e sua genialidade.

É maravilhoso vê-lo claudicar entre pensamentos distorcidos pela dor crônica e doses maciças de drogas controladas.

House é eficientíssimo, e isso lhe garante o apanágio de ir ao trabalho à hora que quiser, e ir pra casa à hora que quer, bater a porta na cara da sua chefe e sempre fazer insinuações sexuais a respeito dela, tratar sua equipe com a maior rudez e negligência de que é capaz, ser um f-d-p até com seu melhor amigo, o Dr. Wilson. Quem, no fundo, House gostaria de ser.

House não tem vida social, vida familiar, vida sexual. House tem colegas de trabalho, pacientes e uma drogadição tratada de forma muito interessante. Assim, sua vida afetiva, sexual e pq não mesmo familiar acabam ocorrendo dos corredores do hospital, muito bem-enroscados com as histórias dos pacientes. Certa vez, sem seu Vicodin, ele quase cortou ao meio uma menina de 6 anos por causa de uma doença que ela não tinha. Alertado por seu subordinado, deu-lhe um pesado soco a cara, que o derrubou. Culpa de House? Não, culpa do policial igualmente f-d-p que o deixara sem a droga de que ele tanto precisa.

Num mesmo episódio ele é capaz de chamar a um feto de “tumor” e “parasita” e depois numa cena tocante baseada num fato real, ficar sem palavras ou ações diante da diminuta mão que segura a sua como que pedindo para ser reconfortado, ou dizendo: “Eu estou vivo e conto com vc!”. O “feto” vira então um “bebê”.

House é maravilhoso. Os episódios estão repletos de reviravoltas dramáticas quando um novo (e normalmente nojento) sintoma se apresenta. Ele faz vc se identificar com todos: a compaixão de Cameron, o ar perdido de Chase, a ironia de Foreman.

Todo mundo é um pouco House. Só não é um pouco mais pq não tem a eficiência que lhe dá o apanágio de ser cru e verdadeiro. House não precisa medir palavras, pílulas ou ações pq ele sabe que é insusbstituível. Infelizmente, poucos de nós somos...

Algumas frases de House:

Todo mundo mente.

“Até fetos mentem.”

Preciso ir - o prédio está cheio de pessoas doentes. Se correr, talvez consiga evitá-los.

Se você fala com Deus você é religioso; se Deus fala com você, você é esquizofrênico!!!

Eu sou o diretor do departamento de doenças infecciosas, com dupla especialização em doenças infecciosas e nefrologia. Eu também sou o único doutor empregado nesse hospital que é obrigado a estar aqui contra sua vontade. Mas sem preocupações, afinal a maioria de vocês poderia ser tratado por um macaco com um frasco de analgésicos. E por falar nisso, vocês talvez vejam eu tomando comprimidos. É Vicodin, é meu, não é para vocês. E eu não tenho um problema com administração de dor, e sim um problema com dor. Mas quem sabe? Talvez eu esteja errado. Talvez eu esteja doidão demais para saber. Então, quem quer ser atendido por mim?

Fonte: http://desciclopedia.ws/wiki/Dr._House

Um comentário:

  1. Perfeito, mas discordo que ele não tenha vida sexual. Pode não ter vida afetiva, sexual sim. Tanto é que vive envolto com prostitutas. Inclusive, outro dia ele reclamava com o novo chefe que a verba para elas estava pouca.

    Dr. House, muito bom!

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